5 coisas que vão marcar o dia

Boletim económico do BCE, juros implícitos do crédito da casa, divulgação do relatório de atividades pela Provedora de Justiça, audições dos secretários de Estado da Saúde em destaque neste dia.

Esta quinta-feira é marcada pela divulgação do boletim económico do BCE, documento que inclui as projeções para a economia da Zona Euro. Serão ainda divulgadas as taxas de juro implícitas no crédito à habitação em Portugal, enquanto a Provedora de Justiça entrega ao presidente da Assembleia da República o relatório com o balanço das atividades de 2019. No Parlamento, os secretários de Estado do Ministério da Saúde são ouvidos a propósito do Orçamento Suplementar. Destaque ainda para a reunião de líderes da Parceria Oriental que junta chefes de Estado da UE, Comissão Europeia e os líderes da Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, República da Moldávia e Ucrânia, no dia em que arranca o Conselho Europeu.

BCE divulga boletim económico

O Banco Central Europeu (BCE) publica o boletim económico, documento que incluirá as projeções económicas para a Zona Euro, prevendo já o impacto da pandemia, que já foram dadas a conhecer na última reunião de política monetária de 4 de junho. Estas preveem uma contração do PIB da área do euro de 8,7% em 2020, seguida de uma recuperação de 5,2% em 2021 e de 3,3% em 2022 no cenário base. No cenário mais severo, o PIB pode cair até aos 12,6% este ano.

Novo mínimo nos juros implícitos do crédito da casa?

O Instituto Nacional de Estatística divulga os dados sobre o valor médio das taxas de juro implícitas no crédito à habitação relativas ao mês de maio. No mês anterior, para a globalidade dos créditos, os juros implícitos atingiram o valor mais baixo do histórico do gabinete público de estatísticas: 0,947%.

Provedora de Justiça divulga balanço de atividades de 2019

O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, recebe, em audiência, a provedora de Justiça. Encontro servirá para Maria Lúcia Amaral proceder à entrega do Relatório Anual de Atividades e do Mecanismo Nacional de Prevenção da tortura relativos a 2019.

Secretários de Estado da Saúde ouvidos sobre o Orçamento Suplementar

Numa altura em que está a ser discutido o Orçamento Suplementar, esta quinta-feira será a vez de os secretários de Estado Adjunta da Saúde, Jamila Madeira, e da Saúde, António Lacerda Sales, serem ouvidos na Comissão de orçamento e Finanças no âmbito da apreciação, na especialidade, do documento.

União Europeia reúne com líderes da Parceria Oriental

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, preside à videoconferência dos líderes da Parceria Oriental, que reúne os chefes de Estado ou de Governo dos 27 Estados-membros da União Europeia e os líderes dos países da Parceria: Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, República da Moldávia e Ucrânia. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o alto representante da UE, Josep Borrell, também participam. Esta reunião acontece no dia em que arrancam os trabalho para o Conselho Europeu.

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“Haverá mais dinheiro verde devido aos estímulos” contra o Covid-19, diz o CEO da Euronext

Covid-19 é uma oportunidade para impulsionar a tendência (que já emergia) de sustentabilidade nas finanças. Grupo que gere a bolsa de Lisboa espera novo recorde nos fundos de investimento ESG em 2020.

O investimento sustentável não arrefeceu com a pandemia e até poderá servir de impulso adicional na recuperação após o Covid-19. Esta é a convicção do CEO da Euronext (dona da bolsa de Lisboa), Stéphane Boujnah, que antecipa um aumento no dinheiro verde devido aos estímulos de bancos centrais e governos.

“As crises e as guerras não inventam nada, mas aceleram o que já estava a emergir antes. O Covid-19 está a acelerar esta tendência, o que é normal dados os estímulos monetários e orçamentais massivos que estão a ser lançados para limitar o impacto da crise“, disse Boujnah, num encontro virtual com jornalistas esta quarta-feira, em relação a critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês).

"O Covid-19 está a acelerar esta tendência, o que é normal dados os estímulos monetários e orçamentais massivos que estão a ser lançados para limitar o impacto da crise.”

Stéphane Boujnah

CEO da Euronext

Haverá mais dinheiro para a transição verde e sustentável devido ao tamanho dos estímulos e porque esta crise vai servir para a reconfiguração de muitas empresas.”, afirmou. “Não há uma solução que sirva para todos, mas [o ESG] será parte da solução após Covid-19”.

O CEO da Euronext explicou que o investimento ESG não foi penalizado pela pandemia, apontando para o financiamento captado pelos fundos. Em pleno sell-off nos mercados, os fundos de investimento ESG europeus atraíram 30 mil milhões de euros no primeiro trimestre. Para o total do ano, a empresa estima que o montante captado se aproxime de 150 mil milhões de euros.

Fonte: Euronext

O gestor francês lembrou que “a tendência de migração dos fluxos de investimento para ESG começou muito antes do Covid-19, mas há uma mudança de fundamentos”, apontando para grandes investidores — como a maior gestora de ativos do mundo, BlackRock — que mudaram de estratégia devido ao crescente interesse dos clientes. “A pressão para essa mudança é massiva”, diz.

Se do lado dos investidores o interesse manteve-se, também as empresas continuaram empenhadas em emitir dívida verde. A Euronext tem atualmente 221 obrigações verdes cotadas, equivalentes a 54,3 mil milhões de euros, tendo registado 20 operações de emissão de dívida verde desde o início da crise do Covid-19. Neste grupo, inclui-se a portuguesa EDP.

"Antes da crise, a Europa já estava à frente e penso que esta diferença em relação ao resto do mundo vai alargar-se porque há todo um alinhamento entre países, Comissão Europeia e banco central em relação ao ESG. Acredito que haverá uma aceleração.”

Stéphane Boujnah

CEO da Euronext

“O mundo será mais ESG e não menos, e a Europa vai ter um papel muito importante. Antes da crise, a Europa já estava à frente e penso que esta diferença em relação ao resto do mundo vai alargar-se porque há todo um alinhamento entre países, Comissão Europeia e Banco Central Europeu em relação ao ESG. Acredito que haverá uma aceleração“, acrescentou.

A Euronext — que gere as bolsas de sete países europeus, incluindo Portugal — tem reforçado a aposta na sustentabilidade. Esta quarta-feira anunciou o lançamento de uma série de novos produtos, incluindo o alargamento do segmento de dívida com critérios ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês), bem como a criação de um índice acionista que agrega as 80 grandes empresas mais sustentáveis da Europa, onde se incluem as portuguesas Galp Energia e Jerónimo Martins.

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Champions em Lisboa não vai “salvar a economia”, mas é “campanha publicitária estrondosa”

A final da Liga dos Campeões em Lisboa terá um impacto incerto na economia, dependendo das restrições impostas devido à pandemia. Mas o impacto mediático é imediato, defendem especialistas.

Lisboa vai receber a fase final da Liga dos Campeões de futebol em agosto. Este evento terá um impacto imediato na imagem do país, no que é uma “campanha publicitária estrondosa”, defendem especialistas em marketing desportivo contactados pelo ECO. Os jogos vão ser realizados nos Estádios da Luz e de Alvalade, na capital portuguesa, e ainda não é certo se terão público a assistir às partidas ou não, algo que irá influenciar o impacto que o evento terá na economia nacional.

Este é o “evento desportivo mais visto do mundo, por cerca de 800 milhões de pessoas, ser realizado em Portugal é uma campanha publicitária estrondosa” que não conseguiríamos fazer de outra forma, reitera Daniel Sá, diretor executivo do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM) e especialista em marketing desportivo, ao ECO. “Não tínhamos dinheiro para pagar uma campanha publicitária que chegasse a 800 milhões pessoas”, sublinha.

A escolha da União das Associações Europeias de Futebol (UEFA), conhecida esta quarta-feira, é uma “prova de confiança e segurança no país”, apontou. Para além do ângulo mediático, esta decisão terá também um impacto direto, sinaliza. Um estudo do IPAM concluiu que a final da Champions em 2014, que também se realizou em Lisboa, teve um impacto de cerca de 50 milhões de euros na economia portuguesa, tendo em conta os 70 mil visitantes e adeptos, a organização, os patrocinadores e toda a logística.

Desta vez, não é certo qual será o impacto, mas como ocorre num contexto de pandemia será certamente inferior a uma época normal. A final da Champions não vai “salvar a economia” mas vai dar, ainda assim, um “pequeno impulso, contributo”, apontou Daniel Sá.

Cobertura mediática atrairá novos turistas

Ainda não é certo se o evento terá público ou não. À data de hoje, a previsão é que aconteça sem público, sendo que se esse for o caso “não teremos o mesmo nível de impacto”, salientou Daniel Sá. Ressalvou, ainda assim, que o tema ainda não está fechado, sendo que a UEFA reservou para daqui a um mês a decisão final. O especialista em marketing projeta que não teremos os estádios cheios, mas é possível que estejam parcialmente ocupados.

Daniel Sá aponta que o impacto desta escolha “chegou já hoje”, apontando que quanto mais se aproximar o evento mais teremos “Lisboa e Portugal nas bocas do mundo”. É um “impacto muito poderoso do ponto de vista de visibilidade”, defende. Pedro Dionísio, diretor da Pós-Graduação em Gestão e Marketing do Desporto do ISCTE Executive Education, corrobora esta visão, apontando que a escolha de Lisboa tem de imediato um impacto positivo a dois níveis. Por um lado, a “imagem de destino de Portugal como destino seguro”, e, por outro, a “criação de uma esperança de negócio para hotelaria, restauração e comércio”, explica, ao ECO.

Este evento é, na perspetiva da Associação da Hotelaria de Portugal, “muito importante para a promoção e posicionamento de Portugal como destino turístico e como país seguro, apto a acolher grandes eventos”. E um bom “tiro de partida” para o turismo e para a retoma da hotelaria nas cidades, impactada pela pandemia de Covid-19.

A importância desta escolha foi sublinhada também pelo Presidente da República, que defende que, num momento em que todos os países tentam afirmar a sua marca nacional no mundo, “ser a marca Portugal aquela que vence e que se vai afirmar”, com um evento desta dimensão, “não tem preço, é irrepetível, é uma vez na vida”.

Mais dinheiro, mais investimento

Já mais para a frente, em agosto, o país poderá, para além da imagem de destino seguro, tirar partido de uma “cobertura mediática que atrairá novos turistas”, defendem os especialistas consultados pelo ECO. A isto junta-se também a “receita das estadias de equipas, jornalistas e eventuais acompanhantes”, que é difícil de estimar devido às restrições associadas à pandemia. Ainda assim, Pedro Dionísio reitera que “está assegurado, na pior das hipóteses, a presença de mais de um milhar de pessoas com elevado poder de compra”.

Acresce ainda a esta lista outro fator que é a “imagem de um país com capacidade organizativa, que soube organizar, em poucas semanas, o que poderá ser importante para futura atração de investimento estrangeiro em outras áreas”, reitera o especialista em marketing desportivo. Quanto ao impacto mediático, “Lisboa será, naturalmente, a cidade mais beneficiada de Portugal por se realizarem aqui os jogos”, remata.

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Ferro quer encurtar férias dos deputados. Parlamento só vai parar em agosto

O presidente da Assembleia da República propõe que a sessão legislativa termine apenas no final de julho e que comece logo no início de setembro por causa da pandemia.

O presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, entregou esta quarta-feira um projeto de deliberação para prolongar o período normal de funcionamento do Parlamento. Normalmente, a sessão legislativa começa a 15 de setembro e termina a 15 de junho. Contudo, na sequência da pandemia e da carga de trabalho existente, Ferro Rodrigues propõe que os trabalhos sejam encerrados apenas no final de julho e que recomecem logo a 2 de setembro.

O adiamento desta sessão legislativa e a antecipação da seguinte sessão legislativa é justificada pelo “agendamento de projetos e propostas de lei e de outras iniciativas para apreciação e votação em Plenário, bem como os trabalhos pendentes nas Comissões Parlamentares”. Esta é uma proposta de deliberação de Ferro Rodrigues que ainda terá de ser votada pelos partidos com assento parlamentar.

Este projeto permite prorrogar o funcionamento das sessões plenárias (três sessões por semana) até ao dia 10 de julho e realizar mais sessões plenárias nos dias 22 e 23 de julho. A 22 de julho deverá realizar-se o debate do Estado da Nação, o último grande debate parlamentar da sessão legislativa, e a 23 de julho realiza-se o último plenário com votações.

O projeto pretende ainda “permitir o funcionamento normal das Comissões Parlamentares até ao dia 22 de julho e, entre os dias 23 e 31 de julho, apenas para conclusão de processo legislativo (em especial, para a fixação de redações finais), para escrutínio de iniciativas europeias ou para tratamento de matérias relacionadas com a aplicação do Estatuto dos Deputados”. Recorde-se que uma hipotética decisão do Conselho Europeu sobre o Fundo de Recuperação europeu só deverá acontecer em julho.

E como Portugal terá presidência da União Europeia que começará no primeiro semestre de 2021, após a presidência alemã, permite-se que as comissões parlamentares possam “ainda reunir para apreciação de matérias relacionadas com a Dimensão Parlamentar da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, bem como de quaisquer outras que mereçam consenso dos Grupos Parlamentares nelas representados”.

Acresce que a “Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à atuação do Estado na atribuição de apoios na sequência dos incêndios de 2017 na zona do Pinhal Interior poderá prosseguir os seus trabalhos, de forma a cumprir o respetivo mandato”.

O reinício dos trabalhos parlamentares em comissão ocorre “a partir de 2 de setembro de 2020, inclusive”.

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Banco de Fomento vai nascer hoje. Para que servirá?

É um dos primeiros passos para que o Banco de Fomento fique operacional: esta quinta-feira o Conselho de Ministros vai aprovar o diploma que funde três entidades numa só. E para que servirá?

Vai chamar-se Banco Português de Fomento e resultará da fusão da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) com a PME Investimentos e a SPGM. O “nascimento” acontece esta quinta-feira em Conselho de Ministros, anunciou o primeiro-ministro, mas o objetivo é que a entidade esteja completamente operacional no início do próximo ano para quando chegarem os fundos europeus, tendo em vista a recuperação económica na sequência da crise pandémica.

“O Conselho de Ministros aprovará já amanhã [esta quinta-feira] o diploma que procede à fusão da IFD, da SPGM e da PME Investimento num verdadeiro Banco de Fomento que possa apoiar diretamente as empresas sem necessidade de intermediação do sistema bancário“, anunciou esta quarta-feira António Costa na discussão do Orçamento Suplementar no Parlamento. A intenção do Governo já constava do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) que foi anunciado no início de junho.

A missão deste banco estatal será a de financiar diretamente as empresas, principalmente a longo prazo e em setores mais arriscados, conceder garantias bancárias, entrar no capital de empresas, ajudar às exportações, comprar ações, entre muitas outras tarefas. Em suma, dar resposta às falhas de mercado na oferta de produtos financeiros, eliminando alguns custos da intermediação bancária.

Tal será mais importante quando chegar o esperado dinheiro europeu do Fundo de Recuperação — que ainda não está aprovado a nível europeu — para ajudar na retoma económica pós-crise pandémica. Esta medida tem um “alcance estrutural imenso” para poder “agilizar o mais depressa possível” os instrumentos que a União Europeia vai colocar à disposição dos diferentes países, disse Costa quando apresentou o PEES.

Não vai concorrer com a banca comercial, mas vai permitir canalizar as linhas de crédito e de financiamento do Grupo BEI [constituído pelo Banco Europeu de Investimento e pelo Fundo Europeu de Investimento] ou de outras linhas promocionais, tendo em vista à agilização do seu acesso por parte das empresas e poupar nos custos de mais um grau de intermediação”, explicou o primeiro-ministro numa entrevista à TVI.

Para que servirá o “verdadeiro Banco de Fomento”?

A criação do Banco Português de Fomento — cuja meta inicial de 100 dias não foi cumprida — já estava prevista antes da crise pandémica, tendo sido negociada com a Comissão Europeia, mas o processo acelerou com a chegada da pandemia e a necessidade de o Estado português intervir mais na economia, tal como vão fazer os outros Estados europeus através dos seus Bancos de Fomento. Mas o que é que esta entidade vai passar a fazer em concreto?

  • O banco vai fazer a coordenação estratégica dos apoios para eliminar eventuais sobreposições e dar resposta às falhas de mercado na oferta de produtos financeiros;
  • Vai financiar diretamente as empresas (retalho);
  • Vai conceder garantias bancárias, entrar no capital social de empresas, promover o lançamento de novas empresas, ajudar a revitalizar outras, subscrever e comprar ações, atuar como agência de crédito à exportação, gerir o Fundo de Contra Garantia Mútua, gerir os instrumentos de apoio financeiro à exportação e internacionalização e ainda obter recursos financeiros junto de outras instituições, nacionais e estrangeiros, para depois os repassar à banca comercial;
  • Vai conceder crédito de longo prazo, porque um banco promocional pode dar maturidade;
  • Vai fazer as mesmas coisas que as suas congéneres europeias (KfW, ICO, BPI France), algo que antes não era possível;
  • Vai ter um reforço do capital social para 255 milhões de euros, um montante que será aumentado à medida das necessidades;
  • O IAPMEI passará a ter 47% do capital do banco, a Direção Geral do Tesouro e Finanças 40,88%, o Turismo de Portugal 8,1% e a Aicep 4,02%;
  • A fusão, extinção e transferência total do património da IFD e da PME Investimento é automático e não está dependente de nenhuma formalidade;
  • O IAPMEI vai ter de comprar os 0,63% que os privados ainda detém no capital social da SPGM;
  • A sede continuará a ser no Porto;
  • Terá nove a 11 membros do conselho de administração sendo que, só o conselho de administração da SPGM se manterá em funções até à nomeação de um novo board;
  • A nomeação do presidente e vice-presidente está a cargo dos quatro acionistas da instituição;
  • Está prevista a criação de um conselho consultivo compostos por dez a 20 representantes dos stakeholders relevantes para a atividade do banco, mas também por personalidades independentes.

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Governo, agricultores e regulador discutem melhoria dos seguros agrícolas

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2020

Indemnizar prejuízos de valor mais baixo, ajustar tarifas, incluir novos riscos e bonificar agricultores que adotem medidas preventivas em culturas, são temas discutidos com o Governo e seguradoras.

Um encontro presidido pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP, IP), juntando representantes da comissão de acompanhamento, abordou “a possibilidade de abertura de seguros a novos riscos e culturas e de redução do valor do prejuízo mínimo indemnizável.”

A sessão de trabalho debateu ainda a “reavaliação das franquias, das tarifas, o eventual ajustamento de zonas de tarifação (através de um grupo de trabalho específico), a uniformização de princípios e regras de peritagem na avaliação de risco“, igualmente a cargo de um grupo de trabalho específico, anunciou o gabinete da ministra Maria do Céu Albuquerque (Agricultura).

A Comissão de Acompanhamento do Sistema de Seguros Agrícolas (CA-SSA), entidade criada em 2015 para se ocupar do desenvolvimento e monitorização do sistema de seguros agrícolas, reuniu – por videoconferência – as organizações representativas dos agricultores, das seguradoras que dispõem de seguros agrícolas, da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), das Direções Regionais de Agricultura e Pescas e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

No encontro virtual (16 de junho) estiveram ainda sobre a mesa “a reavaliação das apólices uniformes, a possibilidade de se discriminarem positivamente (maior bonificação) os seguros para agricultores que adotem medidas de prevenção dos riscos, a avaliação da viabilidade do alargamento dos seguros a pragas e a doenças de plantas e animais”.

Relativamente ao mecanismo de compensação de sinistralidade, “foram solicitados contributos aos intervenientes, os quais serão remetidos nos próximos dias, para que possam ser discutidos na reunião agendada para o dia 14 de julho”.

Considerando que a comissão de acompanhamento (CA-SSA) é um “fórum privilegiado para discussão dos seguros agrícolas”, o Ministério pretende que sejam apresentadas e discutidas, por todos os intervenientes no processo, “propostas e contributos que visem a construção de soluções para um sistema de seguros agrícolas cada vez mais equilibrado, mais justo e mais apelativo para os agricultores”, conclui o comunicado do gabinete da tutela.

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Covid-19: Pequenos empresários reclamam 58 milhões à Hiscox UK

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2020

O conflito abrange perto de 350 apólices de seguro em que a filial britânica do grupo de seguros, sediado nas Bermudas, recusa indemnizar interrupção de negócios no contexto da pandemia.

O caso move o Hiscox Action Group (HAG), um coletivo integrando algumas centenas de pequenos e médios empresários tomadores de seguros, e está entregue a um escritório de advogados (Mishcon de Reya LLP). O litígio – que se arrasta, pelo menos, desde abril – envolve perto de 400 negócios.

A imprensa londrina cita uma exposição dos advogados dirigida à seguradora, na qual se reclamam indemnizações (não pagas pela seguradora) por sinistros de interrupção de negócios (BI Business Interruption) em resultado das restrições impostas pela pandemia.

Na carta dirigida à Hiscox Insurance, a sociedade Mishcon de Reya afirma a intenção de procurar obter 52 milhões de libras esterlinas (cerca de 58 milhões de euros) referentes a reclamações de interrupção de negócios não pagas, mais “custos adicionais” causados pelo atraso injustificado da Hiscox na regularização das queixas.

Na missiva, os advogados sugerem que seja aberto um processo de arbitragem para solução rápida do conflito que abrange cerca de 350 contratos de seguros. Os empresários que quiseram aderir à causa coletiva tiveram até 11 de junho para apresentarem o seu caso à Mishcon de Reya e assinar o acordo de adesão à batalha legal do HAG.

Simon Ager, responsável de um clube de escalada (Pinnacle Climbing Centre) e membro do HAG, citado num artigo do jornal The Telegraph, afirmou: “O nosso pedido de indemnização diz respeito tanto aos montantes originais segurados como aos custos adicionais incorridos devido ao facto de a Hiscox andar a arrastar. Isto faz com que seja muito provável que a eventual indemnização seja muito superior ao valor inicial de 52 milhões de libras”.

O encerramento de negócios em consequência da crise pandémica (covid-19) no Reino Unido desencadeou uma vaga de pedidos de indemnização de empresas junto das companhias de seguros, com casos semelhantes a replicarem-se em França e nos EUA.

A Hiscox e outras companhias já afirmaram que, à vista do clausulado, a maioria dos contratos de seguro não se aplica à situação de pandemia. No entanto, as seguradoras também já manifestaram disponibilidade para pagar rapidamente os pedidos de indemnização que, caso a caso, considerem válidos.

No quadro da polémica, a autoridade reguladora do setor (FCA – Financial Conduct Authority) já solicitou ajuda dos tribunais britânicos para obter clarificação sobre se a redação e interpretação das cláusulas de algumas apólices de seguro devem assegurar as coberturas reclamadas face à atual situação de pandemia.

Em comunicado divulgado no início de junho, a Hiscox – que na Grã-Bretanha opera através da Hiscox UK e da Hiscox London Market – saudou a iniciativa da entidade de supervisão e reiterou disponibilidade para se submeter, junto com outras seguradoras, aos testes legais de um exame de jurisprudência tendente à resolução do conflito ligado aos seguros de propriedade.

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“Big tech” dão ganhos ao Nasdaq. Dow e S&P recuam

O Nasdaq fechou em terreno positivo, mas Dow Jones e S&P 500 encerraram a sessão em baixa com o crescente número de casos de infeção por Covid-19. Alerta da Fed colocou pressão.

Se no início da sessão as cotadas estavam a ser impulsionadas pela expectativa de mais estímulos orçamentais, o crescente número de casos nos EUA limitou os ganhos e ditou mesmo a descida de dois dos três principais índices bolsistas de Wall Street.

O Dow Jones desceu 0,67% para os 26.112,74 pontos e o S&P 500 perdeu 0,36% para os 3.113,62 pontos, colocando um ponto final a uma série de três sessões de ganhos. Já o índice tecnológico, ajudado pelas “big tech”, subiu 0,15% para os 9.910,28 pontos. Tanto a Alphabet como a Microsoft e a Amazon subiram cerca de 0,5% e a Netflix valorizou mais de 2%.

Em causa estão as notícias de que dão conta do aumento de casos relacionados com o coronavírus, principalmente em seis estados norte-americanos, o que leva à especulação de uma nova onda de medidas de contenção da pandemia, tal como está a acontecer em partes da China. Tal limitaria a capacidade de recuperação da economia mundial.

De notar ainda que esta quarta-feira realizou-se a segunda audição do presidente da Reserva Federal norte-americana no congresso. Jerome Powell garantiu que a Fed vai usar todo o seu arsenal de instrumentos monetários para ajudar a recuperação económica, mas avisou que será preocupante se o Estado norte-americana retirar “demasiado rápido” o apoio que está a dar à economia e aos cidadãos.

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PJ faz buscas em casa de ex-advogado de Isabel dos Santos e na Uría Menéndez

  • ECO
  • 17 Junho 2020

Em causa estão suspeitas no âmbito de inquérito por suspeita de branqueamento de capitais e de fraude fiscal na compra da Efacec por parte de Isabel dos Santos.

A Polícia Judiciária fez buscas à casa de Jorge Brito Pereira e à sociedade de advogados Uría Menéndez, onde o advogado de longa data da filha do ex-Presidente de Angola trabalhou até janeiro deste ano, avança esta quarta-feira o Jornal Económico. O advogado português foi referido na investigação jornalística Luanda Leaks por ter aberto, alegadamente, pelo menos, duas empresas em nome de Isabel dos Santos.

Em causa está o inquérito por suspeita de branqueamento de capitais e de fraude fiscal nas operações das empresas de Isabel dos Santos, como é o caso da transferência de um valor superior a 100 milhões de euros entre a Sonangol e consultoras com sede no Dubai e ainda a aquisição de uma casa na Quinta do Lago através da sociedade Burgate de Mário Leite Silva, o gestor que era o braço direito da empresária angolana, de acordo com o jornal.

A Procuradora-Geral da República confirmou ao ECO a realização destas buscas a Jorge Brito Pereira e à Uría Menéndez esta quarta-feira durante o dia. Os factos investigados nesta operação decorreram entre 2017 e 2018. Na sequência do Luanda Leaks, Jorge Brito Pereira deixou de ser presidente da mesa da assembleia geral do EuroBic, banco detido em parte por Isabel dos Santos que está à venda, chairman da Nos, onde a angolana também detém uma posição acionista, e ainda presidente da assembleia geral da Efacec, empresa de Isabel dos Santos que também está à venda.

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Companhias alemãs desenham fundo de 10 mil milhões para enfrentar pandemias

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2020

Um conjunto de seguradoras e empresas de resseguro juntaram-se para desenhar um esquema de milhares de milhões de euros que ajude a Alemanha a prevenir o impacto de futuras pandemias.

Um grupo de trabalho composto de representantes de grandes empresas do setor segurador já elaborou um documento de discussão no qual se estima que o fundo germânico necessita de um volume superior a 10 mil milhões de euros, avançou o Der Spiegel.

O esquema funcionaria como um sistema público-privado entre o governo e o setor dos (re)seguros, utilizando como modelo os fundos de catástrofes já existentes. A ideia, explica a publicação, é que o fundo seja financiado por contribuições de seguradoras e empresas que poderiam ser afetadas por uma pandemia, bem como através de obrigações contra catástrofes e fundos públicos.

Se aprovado, o fundo alemão juntar-se-ia a outros esquemas, como o mecanismo de resseguro recentemente aprovado para as seguradoras de crédito comercial no Reino Unido, e planos de “backstop” similares que estão a ser avaliados em França.

Os EUA estão também a considerar a adoção de modelos semelhantes, de acordo com propostas e discussões que decorrem no Capitólio. A par de outras iniciativas que têm sido levadas à discussão no Congresso, a Câmara dos Representantes discutiu nas últimas semanas o apoio a dois projetos para o designado Pandemic Risk Insurance Act (PRIA). Para além da Marsh e da American Academy of Actuaries, diversas entidades mobilizaram-se para a criação de esquemas de âmbito federal e de longo prazo que possam a ajudar a minimizar o impacto de futuras pandemias na indústria seguradora.

A Swiss Re e a Federation of European Risk Management Associations (FERMA) estão entre as entidades que defendem a utilização de parcerias público-privadas para cobertura dos efeitos de pandemias.

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Fortaleza Seguros duplica carteira de clientes

  • ECO Seguros
  • 17 Junho 2020

A seguradora angolana concluiu o exercício de 2019 com lucros a rondar o equivalente a 294,3 mil euros, um montante 98,5% inferior ao alcançado um ano antes.

A Fortaleza Seguros, companhia que integra a lista das 10 maiores do mercado angolano em volume bruto de prémios, celebrou o quarto aniversário a 10 de junho e aproveitou a data para divulgar alguns indicadores relativos a 2019.

A entidade terminou o exercício com 4,6 mil milhões de kwanzas em receitas (cerca de 6,74 milhões de euros), evidenciando crescimento de 30% face a 2018. No período considerado, a Fortaleza duplicou o número de clientes, com 165 mil seguros emitidos no termo do ano, noticiou o site Mercado e o Jornal de Angola, citando fonte da seguradora.

O resultado líquido do exercício ascendeu a 201 milhões de kwanzas (cerca de 294,3 mil euros ao câmbio corrente), indicam as fontes.

De acordo com um relatório do supervisor do setor (ARSEG), a Fortaleza Seguros obteve um resultado líquido de 13 679 milhões de kwanzas em 2018. Face ao resultado líquido noticiado para 2019, um ano de acentuada desvalorização da moeda e de alterações fiscais (introdução do IVA), o lucro da companhia encolheu 98,5%.

De acordo com o mesmo estudo do organismo angolano de supervisão (ARSEG), a Fortaleza Seguros era a 10ª maior do mercado em 2018 em volume de prémios (cerca de 3,53 mil milhões de kwanzas), detendo uma quota de 3% para um universo de 27 seguradoras nesse ano.

A seguradora tem o banco Atlântico (participado do grupo Millennium bcp) como parceiro institucional e na distribuição de seguros.

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Costa espera que Conselho Europeu “abra portas” para acordo em julho

  • Lusa
  • 17 Junho 2020

Costa considera “óbvio” que, estando marcado um conselho para julho e admitindo-se um segundo também em julho, “é evidente que este Conselho não vai decidir nada”.

António Costa, admitiu que o orçamento plurianual e o fundo de recuperação da União Europeia não sejam aprovados no Conselho Europeu de sexta-feira, mas disse esperar que ele “abra portas” para uma aprovação já em julho.

“É preciso trabalhar para que este Conselho Europeu, o ultimo que espero se realize à distância, abra as portas para que no primeiro Conselho da presidência alemã, no inicio de julho, seja logrado o acordo, quer para a aprovação do próximo Quadro Financeiro Plurianual, quer para o programa de recuperação e resiliência da União Europeia (UE)”, disse o primeiro-ministro na Assembleia da República, no debate preparatório da Cimeira europeia de sexta-feira.

Questionado por PS e PSD quanto às expectativas que tem para a reunião, António Costa considerou “óbvio” que, estando marcado um conselho para julho e admitindo-se um segundo também em julho, “é evidente que este Conselho não vai decidir nada”.

“Creio que a generalidade dos países vai […] contribuir para atrasar a decisão, […] radicalizar as suas posições para marcar território”, considerou, frisando contudo que essa não será a posição de Portugal.

O primeiro-ministro apontou que “aquilo que Portugal vai fazer não é traçar linhas vermelhas, mas sinalizar vias verdes para haver acordo o mais rapidamente possível”.

“Perder tempo é enfraquecer a Europa, é pôr em risco o rendimento das famílias, os empregos e as empresas. Não há tempo para corres riscos, há tempo para decidir e esta é a hora do compromisso, cá estamos para dizer sim a este compromisso proposto pela Comissão Europeia”, afirmou.

O primeiro-ministro voltou a defender as propostas da Comissão Europeia como uma “resposta conjunta e robusta” à crise económica e social causada pela pandemia de Covid-19 e “um justo equilíbrio” entre as posições que estavam a impedir um acordo.

Perante as dúvidas, nomeadamente do BE, quanto à suficiência dos montantes, considerou “impossível não olhar para estes números e reconhecer que não é uma fisga, não é uma caçadeira, é mesmo uma bazuca”

António Costa apontou nomeadamente que, no caso de Portugal, e tendo em conta apenas as subvenções, os montantes representam um acréscimo de 37,9% em relação ao atual quadro financeiro, e exortou o Parlamento a participar na construção de “um grande projeto nacional” para aproveitar os fundos cabalmente.

“É uma enorme responsabilidade para todos nós, uma oportunidade única. Se desperdiçamos estes recursos ninguém nos poderá perdoar”, afirmou.

Questionado pelo PCP, CDS, PEV e Chega sobre as condições de reembolso das subvenções que o país vier a receber e sobre uma perda de soberania associada à proposta da criação de impostos europeus, os chamados recursos próprios, António Costa frisou as condições favoráveis do reembolso e chamou a atenção para a incapacidade de um Estado, isoladamente, impor taxas aos gigantes digitais ou às transações financeiras.

O primeiro-ministro frisou que a proposta da Comissão, assente numa emissão de dívida conjunta, prevê “um período de carência até 2028 e maturidade por 30 anos a partir de 2028” e que a forma de pagamento “dá margem aos Estados-membros ou para chegarem a acordo sobre novos recursos próprios […] ou para o aumento das contribuições nacionais a partir 2028”.

“Portanto, a questão é se, até 2028, os Estados-membros serem ou não capazes de se entenderem” para a criação de impostos europeus, disse.

Recusando o argumento da soberania na aplicação de impostos, Costa frisou que “ou há imposto europeu para taxar a economia digital, as transações financeiras, ou não há soberania nacional que permita taxar”, dando o exemplo de grandes países que avançaram com decisões nesse sentido, sem conseguirem, até agora, pô-las em prática.

Os chefes de Estado e de Governo da UE reúnem-se na sexta-feira em cimeira para discutir as propostas da Comissão Europeia de um Fundo de Recuperação da economia europeia no pós-pandemia, no montante global de 750 mil milhões de euros, e de um Quadro Financeiro Plurianual revisto para 2021-2027, no valor de 1,1 biliões de euros.

Portugal poderá vir a arrecadar um total de 26,3 mil milhões de euros, 15,5 mil milhões dos quais em subvenções e os restantes 10,8 milhões sob a forma de empréstimos (voluntários) em condições muito favoráveis.

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