Costa perdeu a aposta? Futuro da TAP definido hoje

As negociações para o acordo entre o Estado e a TAP decorrem até ao último minuto. Se não houver consenso, nacionalização vai ainda hoje a Conselho de Ministros.

Ainda não há sinal de acordo entre os acionistas privados e o Governo por causa da TAP. Esta quarta-feira, o primeiro-ministro afirmou que “se tivesse de apostar, diria que hoje [ontem] será o dia da solução da TAP, negociada com os nossos sócios privados e não com imposição do Estado”. Ainda não há notícia de acordo e é provável que António Costa tenha perdido a aposta, pelo menos em relação ao timing.

O Governo entretanto deixou a porta aberta até ao último minuto para que os privados possam mudar de ideias e tentar chegar a um acordo, sendo que o prazo termina esta quinta-feira, quando se reunir o Conselho de Ministros, que poderá aprovar já a nacionalização da companhia aérea.

Hoje será o dia decisivo. Afinal, o que pode acontecer com a transportadora?

O Governo delineou um plano para o empréstimo de até 1.200 milhões de euros, que chegou até a ser aprovado pela Comissão Europeia. Bruxelas validou, mas determinou que esta ajuda só pode ser concedida por um período de seis meses para dar tempo à empresa de encontrar soluções para a situação de emergência.

Tudo parecia encaminhado, no entanto, a acionista privada da companhia aérea, a Atlantic Gateway, detida pelos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman, que tem 45% da TAP, rejeitou as condições impostas pelo Estado para injetar dinheiro na companhia.

Esta quarta-feira, as partes ainda tentaram chegar a um acordo que poderá passar pela saída de David Neeleman da empresa. Segundo apurou o ECO, o novo modelo poderia passar por o Estado aumentar a sua posição para 70% na TAP, a Atlantic Gateway ficar com 25% e os trabalhadores com os atuais 5%. Isto sem Neeleman, sendo que Pedrosa compraria a participação deste na sociedade, passando a ser o acionista privado de referência.

Mas há um obstáculo ainda a transpor. A exigência do Estado para que a Azul, companhia brasileira fundada por Neeleman, renuncie à possibilidade de converter o empréstimo obrigacionista de 90 milhões de euros, feito à TAP em 2016 e que vence em 2026, em capital.

Perante a dificuldade em chegar a um consenso, a nacionalização é uma forte hipótese em cima da mesa, tão real que se avançou para a preparação do decreto de nacionalização, para levar a Conselho de Ministros. Ainda assim, o Governo deu até esta quinta-feira à Azul e à Atlantic Gateway para evitarem a nacionalização.

António Costa mostrou-se confiante de que seria encontrada uma “solução estável”. “Se tivesse de apostar diria que hoje [ontem] será o dia da solução da TAP, negociada com os nossos sócios privados e não com imposição do Estado. Se for necessário cá estaremos para isso, mas espero que não seja necessário”, disse, esta quarta-feira, na abertura da fronteira com Espanha, em declarações transmitidas pelas televisões.

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