Primeiro-ministro grego considera que “ainda não houve progressos suficientes”

  • Lusa
  • 19 Julho 2020

“Estamos em negociações há três dias e, obviamente, ainda não fizemos progressos suficientes para chegar a um acordo”, disse o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, considerou este domingo que “ainda não houve progressos suficientes” entre os 27 líderes europeus, reunidos em Bruxelas, sobre a recuperação económica para a crise de coronavírus.

“Estamos em negociações há três dias e, obviamente, ainda não fizemos progressos suficientes para chegar a um acordo”, reconheceu o governante helénico, em declarações prestadas na sua chegada à cimeira extraordinária de chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE), em Bruxelas. Por isso, Kyriakos Mitsotakis disse que “espera, sinceramente, que hoje seja impossível resolver o impasse”.

“Todos precisamos de fazer cedências, mas essas cedências não podem diminuir o nosso nível de ambição relativamente a uma forte resposta europeia à crise do novo coronavírus e à recessão por si criada”, observou o chefe de Governo grego. E avisou os seus homólogos: “Não nos podemos dar ao luxo de estar divididos ou enfraquecidos”.

Os líderes europeus partem hoje para o terceiro dia de cimeira em Bruxelas ainda longe de um compromisso sobre o plano de relançamento europeu, em boa parte devido às resistências dos chamados países ‘frugais’.

Ao cabo de dois dias intensos de negociações, o Conselho Europeu iniciado na sexta-feira de manhã na capital belga ainda não permitiu que os 27 se aproximassem o suficiente para a necessária unanimidade em torno das propostas sobre a mesa, de um orçamento da União para 2021-2027 na ordem dos 1,07 biliões de euros e de um Fundo de Recuperação de 750 mil milhões para ajudar os Estados-membros a superar a crise.

De acordo com diversas fontes europeias, o principal obstáculo a um compromisso continua a ser as exigências dos autodenominados países ‘frugais’, Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca — nalguns casos acompanhados da Finlândia –, pois a esmagadora maioria dos Estados-membros manifestou-se desde o início recetiva à proposta apresentada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, muito semelhante àquela avançada pela Comissão Europeia em finais de maio.

Embora uma das questões delicadas das negociações pareça bem encaminhada, a da governação do Fundo de Resolução — a Holanda, que era o único país a fazer desta matéria uma ‘bandeira’, já aceita à partida a proposta de um “mecanismo travão” à autorização de pagamentos para casos extraordinários em que haja dúvidas sobre se determinado Estado-membro está a proceder às reformas necessárias –, são ainda muitas as diferenças que subsistem a impedir um acordo a 27.

Sendo que a questão da condicionalidade das ajudas ao respeito do Estado de direito ainda não está resolvida — Hungria e Polónia continuam desagradadas com o texto proposto, e as discussões prosseguem com vista a encontrar uma formulação que agrade a todas as partes –, o grande obstáculo a um entendimento é os montantes em jogo.

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