“Caso BES é um dos principais elementos na base da má imagem da banca”, diz Faria de Oliveira

Faria de Oliveira ficou "admiradíssimo" com a magnitude do caso BES. Considera que este processo é um dos principais elementos na base da má imagem dos bancos e dos ataques de que são alvo.

Faria de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), diz que ficou “admiradíssimo” com a magnitude do caso BES e não tem dúvidas de que este processo é “um dos principais elementos na base da má imagem da banca” e dos ataques de que o setor é alvo.

Chocado com a magnitude do caso BES? “Fiquei, antes de mais nada, admiradíssimo. Se o sistema bancário sofre neste momento de um conjunto de ataques muito significativos, sem dúvida que este processo é um dos principais elementos que estão na base da má imagem da banca“, disse Faria de Oliveira à margem da cerimónia de tomada de posse do novo governador do Banco de Portugal, Mário Centeno.

O presidente da associação que representa o setor da banca lamenta, porém, que se esqueça a “evolução notável” que o resto do sistema bancário teve nos últimos anos, sobretudo depois das duas medidas de resolução aplicadas ao BES (2014) e Banif (2015).

A banca teve uma evolução notável e isso não é reconhecido. Falamos sempre no passado e quando falamos no passado naturalmente as atenções são focadas nos casos dramáticos que aconteceram. Falta, de facto, haver um reconhecimento do trabalho que foi desenvolvido pelos outros bancos, do robustecimento efetivo do sistema bancário português durante estes tempos“, referiu Faria de Oliveira, notando o facto de, por exemplo, o setor ter neste momento uma almofada de capital de cerca de 12 mil milhões de euros para enfrentar esta crise “que no passado não existiam”.

Fiquei, antes de mais nada, admiradíssimo. Se o sistema bancário sofre neste momento de um conjunto de ataques muito significativos, sem dúvida que este processo é um dos principais elementos que estão na base da má imagem da banca.

Faria de Oliveira

Presidente da APB

Centeno fragilizado? “Tem de ter caráter muito forte”

Relativamente à nomeação de Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal, se parte fragilizado para estas funções devido ao facto de ter sido protagonista no passado em decisões sobre a vida de bancos, Faria de Oliveira refere que o ex-ministro das Finanças “tem de demonstrar um caráter muito forte para confirmar a independência” que todos esperam que venha a ter.

Ainda assim, o presidente da APB diz que Centeno é “uma boa escolha em termos da sua indiscutível capacidade para enfrentar desafios muito difíceis que revelou em funções anteriores e no momento particularmente muito complicado para toda a comunidade internacional e naturalmente para o nosso país”.

“Enfrentamos desafios de monta extraordinária, o sistema bancário é essencial para uma recuperação da nossa economia. Precisamos de um sistema bancário o mais robusto possível, temos que adotar um conjunto de medidas e soluções que contribuam para este robustecimento e evitem o mais possível medidas inconsistentes que o enfraquecem. Neste momento, deve ser esta a prioridade das prioridades”, afirmou.

Mário Centeno tomou posse esta segunda-feira como governador do Banco de Portugal, sucedendo a Carlos Costa no cargo ao fim de dez anos.

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