Hannover Re provisiona 600 milhões para Covid19 e lucra 402 milhões até junho

  • ECO Seguros
  • 11 Agosto 2020

Depois de provisões já constituídas em março, a pandemia obrigou a 3ª maior resseguradora do mundo a elevar reservas aos 600 milhões. No fim do semestre, a Hannover Rück lucrou 402 milhões.

A Hannover Re decidiu reforçar reservas para cobrir perdas relacionadas com o impacto da pandemia (Covid19), nomeadamente no resseguro de coberturas não Vida (Property & Casualty), que explica a quebra de 39% no resultado líquido da primeira metade de 2020.

Segundo revelou a companhia germânica, depois dos 220 milhões provisionados nas contas do primeiro trimestre, a incerteza em torno da evolução da pandemia obrigou a constituir mais 380 milhões de euros de de provisões para prevenir perdas. Assim, o impacto total da Covid19 no termo do semestre eleva-se aos 600 milhões, na quase totalidade para o negócio de resseguro P&C. Isto explica a quebra no lucro apurado de janeiro a junho, o qual desceu 39,3% face aos ganhos de igual período em 2019, para se estabelecer nos 402,4 milhões de euros.

“Temos atravessado a crise relativamente bem até agora. Isto permite-nos fazer as provisões adequadas para as perdas previstas do Covid-19 e ter em conta a incerteza ainda considerável relativamente à escala da pandemia”, declarou Jean-Jacques Henchoz, presidente executivo da Hannover Re. “O nosso modelo empresarial está orientado para a gestão de tais eventos extremos. Oferecemos aos nossos clientes e parceiros comerciais o nosso apoio incondicional,” complementou.

O volume bruto de prémios consolidado pela resseguradora cresceu 12,2% (em consolidado e corrigido das variações cambiais) totalizando 13,1 mil milhões de euros, sendo que o valor líquido de prémios ganhos progrediu 10,9%, até aos 10,4 mil milhões. Do volume bruto de prémios, 9,2 mil milhões pertenceram a coberturas P&C, em acréscimo de 16,9% face a junho de 2019. No entanto, por causa de despesas (com perdas) que superaram largamente o antecipado, o resultado operacional P&C contraiu cerca de 56%, para 290 milhões no semestre e o rácio combinado agravou-se para 102,3%, contra 96,7% um ano antes.

Globalmente, o resultado operacional (ebit) da companhia encolheu perto de 47%, para 503,5 milhões de euros, mas a Hannover Re afirma que, ao longo do semestre, identificou oportunidades de crescimento, tanto em P&C (não Vida) como em Vida e Saúde, assinala a resseguradora sustentando que a dinâmica da procura refletiu-se na negociação de renovações de contratos, em abril, junho e julho, através de acréscimos percentuais de dois dígitos.

Ainda assim, a Hannover Re salienta que, devido à incerteza, continua a não ser possível avançar um objetivo para o resto do ano.

No negócio Vida e saúde, o efeito da pandemia foi mais moderado, lê-se no comunicado. O volume bruto de prémios cresceu 3,3%, para 4 000 milhões de euros. De acordo com Henchoz, a companhia registou procura acentuada na Ásia, especialmente no segmento de soluções financeiras para aquelas linhas de coberturas.

A título provisório, é indicado ainda que o requisito de capital da companhia situava-se nos 225% no final de junho.

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