Marco Galinha entra na Global Media. Saraiva vai ser o chairman

O empresário Marco Galinha vai ser acionista do JN e DN e por isso vai haver também mudanças na administração. Presidente da CIP vai ser chairman.

O empresário Marco Galinha, do grupo Bel, vai ter uma posição acionista no capital da Global Media, o grupo de comunicação social que controla o Jornal de Notícias, a TSF, o Diário de Notícias e O Jogo, apurou o ECO junto de fontes que acompanharam as negociações. E com esta mudança de capital, haverá também mudanças na administração: António Saraiva aceitou ser presidente do Conselho de Administração da empresa.

A Global Media enviou, entretanto, um email a todos os trabalhadores em que confirma a notícia do ECO, embora sem pormenores e com apenas cinco linhas. “Os acionistas do Global Media e o Grupo Bel chegaram hoje a acordo para a entrada deste na estrutura acionista da empresa. Esta parceria, que será formalizada após a conclusão dos devidos procedimentos, visa o relançamento estratégico de um dos principais grupos de referência da comunicação social em Portugal, num momento desafiante para o setor e para o país”.

De acordo com as informações recolhidas pelo ECO e que não constam do comunicado, a operação deverá ser feita por via de um aumento de capital, mantendo-se no capital os outros acionistas. A KNJ Global Holdings Limited; José Pedro Carvalho Reis Soeiro, atualmente o presidente da administração, a Olivemedia, o Novo Banco e a Grandes Notícias, Lda.

De acordo com outra fonte, com esta operação estão criadas as condições para o grupo Global Media avançar para uma reestruturação, que vai implicar rescisões laborais e não está excluído o recurso ao despedimento coletivo.

As mudanças na administração, essas, só ocorrerão depois de ser feita a reestruturação e por isso só deverão ocorrer no final do ano.

António Saraiva afasta “conflito de interesses” e mantém-se na CIP

Já depois da publicação desta notícia, à margem de uma conferência online da CIP, confrontado, António Saraiva remeteu esclarecimentos para mais tarde.

“Terei muito gosto [de explicar] quando for tempo e oportunidade. A Global Media terá um plano de comunicação para o novo quadro acionista, com o que se propõe para este grupo de media português”, indicou o gestor.

Reforçando, acrescentou ainda que fará comentários “no tempo e no momento certo, se até lá o que está pensado quer em reestruturação, quer em governance e nos que lhe vão dar corpo, se concretizar”.

Questionado sobre se se manterá na presidência da CIP assumindo o cargo de chairman da Global Media, o gestor português assegurou que sim, por não ver “qualquer conflito de interesses”.

“Eu sou empresário, a CIP é uma organização privada de defesa da iniciativa privada. A Global Media é privada, não é pública. Não é conflito de interesses. Sendo privado-privado, o que farei enquanto empresário é desenvolver um conjunto de tarefas, como faço no conjunto de empresas em que colaboro. É isso o meu ADN, sou empresário, empreendedor, gestor responsável”, afirmou.

“Não há qualquer conflito de interesses e continuarei a contribuir para o interesse nacional na área privada, porque não tenho qualquer apetência para a área pública”, concluiu António Saraiva.

(Notícia atualizada às 17h07 com reação de António Saraiva)

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