Tech é o caminho do cluster do calçado, mas são poucas as empresas que têm loja online

Apenas 18% das empresas portuguesas de calçado têm loja online. O setor está certo que o caminho é digital, mas ainda existem alguns desafios.

A pandemia de coronavírus veio alterar os hábitos de consumo. O setor do calçado está certo, por isso, que o futuro será digital, mas existam vários desafios pelo caminho. De acordo com a Associação Portuguesa de Calçado Componentes Artigos Pele Sucedâneos (Apicapps), apenas 18% das empresas portuguesas têm loja online.

“Das 400 empresas associadas, conseguimos identificar 277 empresas que têm sites corporativos. Dessas empresas, 73 têm lojas online e 60 estão presentes em marketplaces nacionais e internacionais. Como é óbvio, não são números que nos deixam confortáveis”, destacou João Maia, diretor geral da associação do calçado.

O diretor geral da Apicapps está certo que o futuro passa pela transição digital e que a estratégia assenta nos marketplaces, apesar de estar consciente que ainda existe um longo caminho a percorrer. “Os números mostram que temos muito que investir no futuro, muito que melhorar e muito caminho a percorrer para pôr as nossas marcas nos mercados internacionais“, afirmou João Maia, na conferência “Transição Digital na Indústria da Moda”, que decorreu esta quinta-feira, no Porto.

A Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal (AORP) corroborou a ideia da associação portuguesa de calçado e defendeu que “o caminho é digital”. Apesar disso, a secretária geral da AORP, Fátima Santos, lembrou que 91% dos inquiridos num estudo não domina as ferramentas de tecnologia, ainda que 84% esteja consciente que a criação de canais digitais facilitaria a venda internacional.

A secretária geral da AORP destacou que, “nos últimos três anos, o registo de marcas com licença para comércio eletrónico aumentou exponencialmente, representando um somatório de mais de 600 empresas a pedir licenças no digital”. “Isto é prova que as empresas perceberam que este é o caminho”, afirmou a responsável. Na Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, estão associadas cerca de quatro mil empresas, sendo que o e-commerce representa 15% desta fatia.

Portugal é o terceiro país da Europa que mais cresce em registos de domínio nacional

A pandemia da Covid-19 veio acelerar todo o processo da transição digital e o secretário de Estado para a transição digital, André de Aragão Azevedo, lembrou que, no primeiro semestre do ano, contabilizaram-se quase 50 mil novos registos no domínio .pt, mais 10.423 que no primeiro semestre de 2019. Tal corresponde a um aumento de 26,35%. “Abril foi o mês que registou o maior crescimento (67%) face ao período homólogo. As empresas perceberam a urgência de uma adaptação e de uma presença digital num curto prazo”, refereu.

O secretário de Estado para a transição digital recordou ainda que Portugal é o terceiro país da Europa que mais cresce em registos de domínio nacional. “O domínio .pt é indutor de confiança entre os consumidores, cria uma aproximação à marca portugalidade”, explicou.

André de Aragão Azevedo acrescentou também que, dos novos domínios nacionais, mais de 50% são de empresas e serviços do setor da restauração, serviços domésticos, ginásios e projetos de solidariedade social. “Ficar fora desta corrida é condenar o futuro mais próximo“, concluiu o secretário de Estado para a transição digital.

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