FMI prevê défice de 8,4% em 2020. Está mais otimista que Leão para 2021

Tal como fez para o PIB, o Fundo Monetário Internacional (FMI) também piorou as previsões para Portugal do défice orçamental e da dívida pública em 2020 e 2021.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está mais pessimista com a evolução da economia portuguesa, como mostraram as previsões divulgadas esta terça-feira, e com o andamento das contas públicas. A instituição prevê agora que Portugal registe um défice de 8,5% do PIB em 2020, baixando para 2,7% em 2021. A dívida pública deverá subir para os 137,2% do PIB em 2021, encolhendo para os 130% em 2021.

No Fiscal Monitor, documento produzido pelo departamento liderado pelo ex-ministro das Finanças, Vítor Gaspar, divulgado esta quarta-feira, o FMI traça um cenário mais negativo para Portugal do que aquele que antecipava em abril, a última vez em que divulgou previsões orçamentais para o Estado português.

No caso do saldo orçamental, em abril o FMI previa um défice de 7,1% do PIB em 2020 e de 1,9% em 2021. Ambas as previsões deterioraram-se entretanto para 8,4% em 2020 e 2,7% em 2021, de acordo com as novas previsões. A expectativa do FMI é que o défice continue a diminuir para 1,6% em 2022 e 0,7% em 2023.

Dentro das despesas e das receitas do Estado, o FMI prevê que a despesa pública suba para os 50,5% do PIB em 2020 por causa da queda do PIB e do aumento dos gastos públicos, ficando, ainda assim, abaixo do pico de 51,7% do PIB atingido em 2014. No OE 2021, o Governo prevê que o rácio da despesa não ultrapasse os 49,9% do PIB em 2020.

No caso da dívida pública, o mesmo acontece: a previsão de 135% para 2020 dá agora lugar a 137,2% do PIB e a de 128,5% em 2021 é substituída por 130%. A trajetória de descida continuará até 2025, ano em que o rácio deverá descer para os 115,9% do PIB, abaixo dos 117,7% do PIB registado em 2019, antes da pandemia. Ou seja, a dívida pública demorará cerca de cinco anos a recuperar do choque da Covid-19.

As previsões do Fundo para 2020 são mais pessimistas do que as do Governo, ainda que seja de assinalar que estas previsões foram concluídas antes da apresentação do OE 2021. O Ministério das Finanças conta que o défice orçamental não ultrapasse os 7,3% do PIB e que a dívida pública chegue aos 134,8% do PIB.

Contudo, para 2021, o FMI está mais otimista do que João Leão ao prever um défice de 2,7%, abaixo dos 4,3% previstos na proposta do Orçamento do Estado para 2021, e uma dívida pública de 130%, inferior aos 130,9% antecipados pelo Governo.

Esta terça-feira o Fundo revelou que prevê uma contração económica de 10% e uma recuperação de 6,5%, ambos valores superiores aos -8,5% e 5,4%, respetivamente, previstos pelo Executivo.

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