Banco de Fomento quer dar crédito online
Unipartner está a fazer um levantamento para criar um portal que permita aos clientes do Banco Português de Fomento apresentarem candidaturas de forma ágil, simples e autónoma.
O Banco Português de Fomento quer ter um portal que permita aos seus clientes apresentarem candidaturas de forma ágil, simples e autónoma. A plataforma, que está a ser desenvolvida pela Unipartner It Services deve ainda dar uma resposta rápida aos pedidos de apoio.
Esta é uma das prioridades que deverá ficar definida na reunião desta quinta-feira entre a SPGM e a empresa de consultoria que foi escolhida, por ajuste direto, para desenvolver um portal público. Mas que não estará disponível quando a instituição arrancar.
Para já, a Unipartner está a fazer um levantamento daquilo que a SPGM já tem e que poderá vir a ser integrado nessa plataforma, “com as devidas alterações”, e o que falta para poder dar suporte às várias áreas do banco, mas também para responder às diretivas do Banco de Portugal, explicou ao ECO, o gestor do projeto. “Esta é uma primeira fase, a fase zero, que visa estabelecer as bases para construir esta plataforma. Analisar o que existe, o que pode ser estendido e identificar o que não existe, o gap”, detalhou Pedro Silva. Um trabalho que tem de executar em 180 dias e pelo qual vai receber 83.424 euros.
A consultora já apresentou, há uns meses, uma visão daquilo que a plataforma poderia ser, mas agora “tudo depende da estratégia para o banco”. “Temos de avançar com a conceptualização daquilo que vão ser as linhas de funcionamento desta plataforma de crédito mais alargada. A SPGM processa garantias, mas os controlos do crédito estão protocolados com os bancos que têm essa dinâmica desde a originação à avaliação de risco”, avança o gestor, acrescentando que essas são funções que terão de passar a integrar a plataforma do futuro Banco Português do Fomento.
Em cima da mesa estão vários caminhos possíveis. Construir todo o portal de raiz, o que poderia demorar mais de um ano, ou recorrer a ferramentas que já existem no mercado, mas que depois têm de ser implementadas. Outra das decisões estratégicas que é necessário tomar é definir se a plataforma avançará por fases e, se assim for, quais serão as prioritárias. De acordo com as conversas mantidas até aqui, Pedro Silva está convencido que a escolha recairá sobre os canais, ou seja, a interface mais imediata de relação com os clientes para que seja então possível a submissão de candidaturas aos vários produtos que a instituição vai disponibilizar de forma simples e rápida.
Pedro Silva explica que o seu projeto tem subjacente uma “visão de futuro” e que permitirá ao banco de fomento desenvolver uma plataforma digital “sem os vícios que outros bancos têm”. Para suportar essa visão, está desenhada uma arquitetura que passa pelo desenvolvimento dos canais de contacto com os clientes, mas também uma área de serviços para que, “depois dos contratos serem estabelecidos, possa haver um apoio mais eficiente, com assistentes virtuais”.
Outro dos ramos desta árvore passa pela originação de crédito onde é feita a recolha de informação, a análise de risco, documentos legais, comprovativos e gestão de colaterais. Os requisitos para travar a fraude e o branqueamento de capitais como são obrigatórios têm presença garantida também nesta plataforma, para garantir uma monitorização das situações de risco. Assim como as ferramentas de reporting, com auditorias internas e interação com entidades externas como o Banco de Portugal, Direção Geral do Orçamento e Agência para a Modernização Administrativa (AMA), por causa das assinaturas digitais, fundamentais para que a concessão de crédito possa ser feita online.
A gestão do crédito propriamente dita ocupará o seu lugar na arquitetura, sendo que a este nível já existem algumas valências dada a atividade da SPGM, a instituição que vai incorporar a IFD e a PME Investimentos para criar o Banco de Fomento.
Para Pedro Silva a estrutura fica completa com uma ferramenta CRM que permite uma visão 360º do cliente, fazer campanhas e apresentar oportunidades. “No fundo, gerir a relação com o cliente de forma agregada”, frisa.
Mas para a Unipartner desenvolver uma plataforma com estas características o preço será outro. “Tudo vai depender da estratégia para o banco, implementação mais focada no que existe e mais tarde avançar com algo mais completo. Não sabemos como vai evoluir”, explica Pedro Silva.
O Banco Português de Fomento está a avançar em várias vertentes com o apoio de diferentes empresas. O processo de fusão das esquipas está a ser conduzido pela Mercer, enquanto a definição da estrutura propriamente dita do banco está nas mãos da Oliver Wyman. A Globaz está a fazer o “estudo, definição de estratégia, design, desenvolvimento criativo e gráfico tendentes à conceção de um novo logótipo, identidade visual e branding” e a Franca Arquitetura é o atelier que vai fazer a remodelação das suas instalações. Finalmente, a comunicação está a cargo da Cunha Vaz e a assessoria e consultoria jurídica de Pedro Acácio Cruz e Silva.
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