Comércio eletrónico em Portugal vai crescer até 60% este ano

Os CTT perspetivam um crescimento entre 40% e 60% do mercado de comércio eletrónico em Portugal, impulsionado pela pandemia. É "cerca de três vezes o ritmo de crescimento" dos últimos dois anos.

O crescimento do comércio eletrónico este ano deverá acelerar para mais do dobro, depois de o mercado ter crescido 20% em 2019, para um total de 5,9 mil milhões de euros. Estas conclusões fazem parte de um conjunto de estudos elaborado pelo grupo CTT, que perspetivam um crescimento de 40% a 60% do e-commerce português neste ano de pandemia, “cerca de três vezes o ritmo de crescimento” dos últimos dois anos.

A aptidão dos portugueses para as compras na internet tem vindo a crescer, mas a tendência acelerou de forma significativa em 2019 e, principalmente, neste ano de 2020, marcado pela crise sanitária do novo coronavírus. Assim, para comparação, o crescimento de 20% do mercado calculado pelos CTT para 2020 representou apenas um aumento de três pontos percentuais face a 2018. Ora, se o mercado crescer pelo menos os 40% da metade inferior da estimativa para este ano, tal representará um aumento de 20 pontos percentuais, até um máximo de 40 pontos percentuais.

O cálculo do intervalo de crescimento para 2020 baseia-se nos dados do estudo CTT e-Commerce Report 2020, conhecidos esta segunda-feira, cruzados “com informações decorrentes de dois barómetros realizados junto de um painel de 40 experts [especialistas] da indústria de retalho e e-commerce“, apontou a empresa num comunicado. No entanto, a empresa não revelou o relatório completo.

A evolução é explicada pelos confinamentos resultantes da pandemia. Com os cidadãos a passarem mais tempo em casa, evitando os estabelecimentos físicos para não contraírem a Covid-19, as lojas digitais foram altamente beneficiadas, assim como as transportadoras de encomendas, onde se inserem empresas como os CTT e a DPD.

Numa altura em que boa parte da economia regista quebras significativas na faturação, na sequência dos condicionalismos à atividade económica, o grupo CTT conclui que “metade dos retalhistas” digitais duplicaram as vendas em contexto de pandemia.

“Em termos de perspetivas de crescimento por parte dos e-sellers portugueses neste ‘novo normal’ e em contexto de pandemia, e tendo por base as duas vagas do barómetro e-commerce (em maio e outubro) dedicado à Covid-19 e seu impacto no e-commerce, conclui-se que cerca de metade aponta ter duplicado as suas vendas no período mais crítico da crise, estimando-se que o crescimento médio global do painel se tenha situado entre 60% e 80%”, apontam os CTT na mesma nota.

Metade dos portugueses já compram online

Já quanto à tendência registada no ano passado, os dados apurados no estudo dos CTT apontam que “cada vez mais portugueses têm vindo a aderir à compra online”. Concretamente, o estudo refere que 51% dos portugueses com acesso à internet fizeram pelo menos uma encomenda na internet durante o ano passado.

“Estima-se que no final de 2020, e por via do efeito da pandemia, serão já 56%”, acrescenta a empresa postal, que salienta, ainda assim, que o valor apurado para o ano passado fica abaixo da média de 55% dos países do sul da Europa.

Segundo os CTT, “a adesão à compra online é comandada pela conveniência, pelo preço e pela mobilidade”. “O cliente destaca os fatores facilidade da compra (64%) e o poder comprar a qualquer momento (59%), muito influenciados pelo contexto sanitário durante o qual o estudo foi realizado, logo seguidos do preço e promoções, ambos com 58%”, referem, em comunicado.

As principais categorias de artigos adquiridos foram o vestuário e calçado, seguindo-se eletrónica e computadores, higiene e cosmética, livros e filmes, telemóveis, utensílios para o lar, material de desporto e produtos e acessórios para animais.

O comércio eletrónico tem vindo a suportar o crescimento do segmento de expresso e encomendas do grupo CTT, que promoveu estes estudos. Na apresentação do relatório, o presidente executivo da empresa, João Bento, afirmou que a empresa já entrega no país “praticamente” todas as encomendas, tanto as geradas no mercado interno como as geradas no estrangeiro.

“Hoje mesmo apurámos os dados de ontem [10 de novembro] e, quer em Portugal como em Espanha, batemos o recorde de sempre de entrega de encomendas, em números que seríamos incapazes de imaginar há um ano”, referiu, enaltecendo o impacto da pandemia no crescimento do negócio, num período de queda acentuada do volume de correio tradicional.

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