Mais uma fusão na CGD. Caixa Participações absorve Parbanca

Enquanto o setor da banca está em ebulição com fusões e aquisições, na Caixa a tendência é interna. Está a vender e a fundir sociedades. Macedo já se desfez de mais de 20 empresas do grupo.

Há mais uma fusão em curso dentro da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A Caixa Participações vai incorporar a Parbanca, numa operação que segue a lógica de tantas outras que Paulo Macedo concretizou nos últimos anos: simplificar a estrutura do grupo e cortar custos, como exigiu Bruxelas.

Ao longo dos últimos quatro anos, entre alienações, fusões e extinções, o banco público já se desfez de duas dezenas de empresas, em cumprimento do plano de reestruturação negociado entre o Governo português e a Comissão Europeia, que termina em dezembro deste ano. Mas o processo de reorganização do grupo não vai ficar por aqui, tendo em conta os processos de venda dos bancos no Brasil e Cabo Verde e outras fusões que estão a ocorrer internamente.

Recentemente, a CGD anunciou outras duas fusões: das sociedades Caixa Leasing e Factoring e Partang, esta última que gere a participação do banco em Angola, no próprio banco.

Agora, é a Parbanca, uma sociedade que se encontra registada na Zona Franca da Madeira e detém uma participação de 51% no capital do banco BCI, em Moçambique, a ser absorvida pela Caixa Participações. É através desta sociedade que a CGD faz a gestão das suas participações noutras empresas. Vai gerir mais uma: o banco moçambicano, que também é detido em 35,7% pelo BPI. O ECO contactou o banco mas não obteve uma resposta até à publicação do artigo.

Com isto, o banco público quer ser mais eficiente: tanto a Caixa Participações com a Parbanca fazem a gestão de participações sociais noutras empresas, logo a fusão vai concentrar a atividade numa só delas, eliminando-se assim a duplicação de obrigações e de custos de natureza legal, fiscal, operacional, financeira e de contexto.

Este é um dos objetivos do plano de reestruturação que está prestes a terminar e que Paulo Macedo acredita que será concluído com sucesso. Isto apesar de saber que alguns dos indicadores, por conta da pandemia, vão ficar por cumprir, como o ROE (rentabilidade dos capitais próprios) que chegou a setembro nos 6,6% e devia superar os 9% no final do ano.

A CGD registou uma queda 39% dos lucros para 392 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um resultado explicado em grande medida pelo registo de imparidades e provisões no valor de 220 milhões para fazer face à crise pandémica.

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