Juros da dívida voltam às quedas. Portugal atinge novo mínimo abaixo de 0%

Os juros da dívida da Zona Euro estão em queda esta sexta-feira depois de o BCE ter reforçado a bazuca em 500 mil milhões de euros e prolongando o programa de compras de emergência até 2022.

Há uma nova vaga de descidas nos juros da dívida dos países da Zona Euro, o que acontece depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter cumprido com a palavra ao anunciar um reforço da bazuca para travar os efeitos económicos da pandemia de Covid-19.

O banco central decidiu esta quinta-feira aumentar as compras de dívida no âmbito do Pandemic Emergency Purchases Programme (PEPP) em 500 mil milhões de euros, para 1.850 mil milhões, alargando também o prazo de validade do programa por mais nove meses, até março de 2022. Também prolongou o acesso ao financiamento barato para os bancos até junho de 2022.

Após o anúncio do BCE, assistiu-se a uma subida generalizada dos juros, quando Lagarde revelou que a inflação vai continuar em níveis baixos e o envelope do PEPP “não precisa de ser usado na totalidade”. Mas foi sol de pouca dura e assiste-se novamente a um alívio nos juros de toda a região.

A yield associada às obrigações portuguesas a dez anos segue a tendência e atinge um novo mínimo de sempre nos -0,037%, uma queda de dois pontos base face à sessão anterior. Também no prazo a cinco anos a taxa cai 2,4 pontos base para forçar um novo mínimo em terreno negativo nos -0,49%.

Juros a 10 anos em queda

Fonte: Reuters

Aqui ao lado, Espanha, que durante algum tempo também chegou a ter os juros a dez anos abaixo de 0%, tendo subido entretanto, segue a tendência europeia com a taxa a ceder para 0,007%. Nas obrigações a cinco anos também se dá uma queda da yield para -0,502%. Itália segue o mesmo comportamento, apesar de a taxa a dez anos seguir ainda nos 0,5%.

“Isto será, provavelmente, a última política substancial do BCE por agora, assumindo que a economia recupera e qualquer valorização do euro é modesta”, consideram os analistas do UBS, numa nota enviada aos clientes e citada pela Reuters.

Além da bazuca do BCE, os líderes europeus chegaram esta quinta-feira a um acordo em relação à bazuca europeia de 1,8 biliões de euros, depois de um compromisso no último minuto com a Polónia e Hungria, que estavam a bloquear os fundos devido a questões de condicionalismos no acesso ao dinheiro ligados ao respeito do estado de direito.

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