Risco de falências no Reino Unido preocupa Chartered Insurance Institute

  • ECO Seguros
  • 14 Janeiro 2021

Milhares de empresas do setor financeiro, incluindo mediadores e corretores de seguros, enfrentam dificuldades operacionais no Reino Unido, revela um inquérito conduzido pela autoridade do setor.

Cerca de 4.000 empresas de serviços financeiros correm risco acrescido de falência no Reino Unido devido à crise da Covid-19 e quase um terço destas pode causar danos aos consumidores, indicou a Autoridade de Conduta Financeira (FCA na sigla original) em resultado de um inquérito que a autoridade britânica utiliza para aferir os níveis de resiliência das companhias sob sua supervisão.

Na sequência do inquérito junto de 23.000 empresas, a FCA detetou corretores de seguros, empresas de gestão de investimentos, operadores de meios de pagamentos e moeda eletrónica com problemas de liquidez no primeiro período de confinamento decretado no país por causa da pandemia de Covid-19. Deste universo, 72% esperava que o impacto no resultado da atividade não fosse superior a 25% e 3% esperavam que o efeito seria superior a 75% nos três meses seguintes.

No final de outubro, a autoridade britânica disse ter identificado 4.000 empresas com baixa resiliência financeira e um risco acrescido de fracasso. Estas eram principalmente pequenas e médias empresas e cerca de 30% tinham o potencial de causar danos se fossem à falência, disse o regulador.

Sheldon Mills, responsável pela área de consumidores e concorrência na FCA, afirmou: “Uma queda do mercado forçada pela pandemia agrava o risco de um número significativo de empresas falirem. O nosso papel não é impedir que as empresas falhem, mas sim assegurar que isso aconteça de forma ordenada, onde operam. Obtendo visibilidade precoce de potenciais dificuldades financeiras nas empresas, poderemos intervir mais rapidamente para que os riscos sejam geridos e os consumidores sejam adequadamente protegidos”.

O inquérito não abrangeu as 1.500 maiores empresas financeiras que são reguladas pelo Banco de Inglaterra (BoE) na perspetiva da estabilidade do sistema financeiros britânico.

A consulta da FCA decorreu entre junho e agosto, antes de o Governo alargar os esquemas de apoio a despedimentos, do anúncio do sucesso das vacinas contra o coronavírus e do mais recente confinamento decretado após saída do país da União Europeia.

Os resultados do inquérito causaram alarme no Chartered Insurance Institute (CII), entidade britânica responsável pelos exames de qualificação técnica e certificação profissional no setor de seguros.

“É preocupante que a FCA tenha encontrado 4.000 empresas consideradas em risco em setores chave”, comentou Keith Richards, representante dos membros afiliados na CII, entidade que conta mais de 120 mil associados.

De acordo com a sondagem, 44% dos mediadores e corretores de seguros tinham trabalhadores em situação de baixa forçada, colocando o setor no segundo lugar, atrás das empresas com atividade no crédito ao consumo, onde 49% dos operadores afirmaram ter pessoal em situação de licença devido à crise.

“Também me surpreende que não haja indicação de um plano proativo para ajudar a mitigar possíveis falhas” durante estes tempos sem precedentes. “É importante proteger os interesses dos consumidores que também podem ser afetados, bem como evitar que se exerça maior pressão financeira sobre o resto do setor,” disse Richards, citado numa nota divulgada pelo CII.

De acordo com uma sondagem do próprio CII, conduzida em novembro de 2020, os profissionais de seguros encaram a quebra de novos negócios que recebem como a maior ameaça operacional que enfrentam em 2021.

O maior volume de trabalho remoto foi identificado pelos mais de duas centenas de membros do Chartered Insurance Institute que participaram na sondagem online como o segundo maior desafio a superar este ano.

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