IG P&I Clubs quantifica 1046 incidentes de pilotagem em 20 anos

  • ECO Seguros
  • 20 Janeiro 2021

Mais de um terço dos incidentes relacionados com a atividade de pilotagem ocorreram na Ásia, seguindo-se a América do Norte e Europa. Os danos totais segurados rondaram 1,5 mil milhões de euros.

Os incidentes relacionados com a pilotagem marítima, atividade que consiste na assistência operacional à entrada e saída dos navios das zonas portuárias, resultaram em danos segurados estimados em 1,82 mil milhões de dólares (cerca de 1,5 mil milhões de euros ao câmbio atual) no período entre 1999 e 2019, revelam dados compilados pelo International Group of P&I Clubs (IG P&I), entidade que agrega mais de uma dúzia de associações de seguro marítimo (e de armadores) e que, em conjunto, cobrem cerca de 90% da tonelagem total em trânsito nos oceanos.

Os dados divulgados recentemente pelo IG P&I baseiam-se em responsabilidades e gastos de proteção assumidos com a cobertura de danos em navios, sob pilotagem, segurados pelos P&I Clubs membros da organização. De acordo com o relatório, os dados englobam sinistros que representaram, cada um, responsabilidades por valor superior a 100 mil dólares.

O valor médio dos danos por incidente nos 20 anos cobertos pelo relatório foi de 1,7 milhões de dólares, sendo que houve três anos (2007, 2009, 2013) em que o custo médio segurado se situou entre 2,5 milhões e mais de cinco milhões de dólares por sinistro. O ano de 2007 registou o custo médio unitário mais elevado (5,3 milhões de dólares) por causa de um sinistro que, individualmente, resultou em danos superiores a 200 milhões de dólares, revela o estudo referindo também que os dados relativos ao ano 2019 são de alguma forma limitados.

De acordo com o documento, dos mais de mil incidentes registados no período 1999-2019, a região do sudeste asiático contabilizou o maior número (365 sinistros), seguida da América do Norte (202), Europa (194), África (119), América do Sul (106) e Oceania (21). O ano mais crítico foi 2014, com 79 incidentes e Singapura a liderar a tabela ao contabilizar sete incidentes, quatro dos quais foram colisões com outras embarcações.

O relatório, produzido em resposta a preocupações expressas pelos conselhos de administração dos armadores do IG P&I, pretende contribuir para a avaliação da gravidade e frequência das responsabilidades dos P&I relacionados com navios movimentados em situação de pilotagem, e empreender recomendações para mitigar o risco de tais responsabilidades ocorrerem no futuro, explica a entidade.

Segundo Chris Adams, presidente do subcomité de Pilotagem do IG P&I: O documento “fornece uma visão valiosa da natureza, frequência, gravidade e custo global associado a incidentes” que ocorrem quando uma embarcação está a navegar com a assistência de um piloto de barra ou dos portos. No entanto, “além de procurar compreender melhor as causas e a raiz dos incidentes, identificando medidas que sirvam para evitar a sua recorrência, “o relatório também propõe uma abordagem colaborativa para o futuro na investigação de tais incidentes”.

Para isso, o IG P&I defende a cooperação e o apoio das autoridades de portuárias e dos organismos representativos dos armadores e dos pilotos, em particular a Câmara Internacional de Navegação (ICS) e a Associação Internacional de Pilotos Marítimos (IMPA), “no esforço para alcançar o objetivo de reduzir o número e a gravidade de tais incidentes”, explicou Adams.

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