Deputado do PS defende equacionar Startup Aliança das Nações fora de Lisboa

  • Lusa
  • 4 Abril 2021

Carlos Pereira diz ser "fundamental poder equacionar a possibilidade de descentralizar-se estruturas desta natureza para cidades médias". António Costa anunciou que a nova estrutura ficaria em Lisboa.

O vice-presidente da bancada parlamentar do PS Carlos Pereira defendeu este domingo que deve equacionar-se localizar fora de Lisboa a nova estrutura de empreendedorismo Europa Startup Aliança das Nações, anunciada pelo primeiro-ministro para a capital.

Em questões que podem ser emblemáticas, como investir em estruturas da União Europeia [UE] que possam estar situar em determinadas cidades, acho que deve haver um esforço no sentido de não ser óbvio que elas tenham que ficar na capital“, disse à Lusa o deputado madeirense, antigo presidente do PS/Madeira e atual membro da comissão política regional do partido.

Esclarecendo que falava a título pessoal e que não conhece o processo internamente, considerou “fundamental poder equacionar a possibilidade de descentralizar-se estruturas desta natureza para cidades médias”.

No dia 19 de março, o primeiro-ministro, António Costa, disse no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, durante a abertura de uma conferência dedicada ao “Dia Digital” no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que seria lançada “uma nova estrutura europeia de empreendedorismo – a Europe Startup Nations Alliance – , uma ferramenta de concretização do desígnio europeu nesta área” a ser “localizada em Lisboa”.

Questionado sobre se o Funchal, por exemplo, poderia ser uma dessas cidades alternativas à capital portuguesa, o deputado eleito pelo círculo da Madeira respondeu afirmativamente, mas também falou em Braga, Coimbra ou Faro como tendo “condições para albergar” projetos deste tipo. “Uma estrutura daquela natureza numa cidade média tem um valor e um impacto tremendo e proporcionalmente maior do que uma estrutura daquelas numa cidade como Lisboa, que tem quase tudo, ou tudo, mesmo”, explicitou.

Confrontado com a carta aberta da Lionesa, centro de negócios em Matosinhos (Porto) que hospeda mais de 120 empresas, a pedir ao Governo que reconsiderasse a opção por Lisboa para a Europe Startup Nations Alliance, lembrando que que o Porto também tem “Internet, fibra ótica, empresários e talento”, Carlos Pereira considerou que a zona do Porto já “tem uma dimensão metropolitana significativa”.

“É óbvio que esta luta Lisboa-Porto acaba por bipolarizar esta questão e eu não gostaria de fazê-lo, porque acho que há cidades médias que também podiam ser perfeitamente elegíveis para o posicionamento nesta questão”, frisou. O deputado socialista disse ainda que a responsabilidade do pensamento centralizado “não é apenas dos governantes, é do país em geral”.

“Há uma centralização significativa das decisões em Lisboa, disso não há dúvidas absolutamente nenhumas”, considerou, realçando as “dificuldades” do país nesse domínio, pela permanência de “muitas dúvidas sobre a necessidade que existe de descentralizar efetivamente”, um processo que “está por fazer”. “Às vezes parece que é óbvio que Lisboa seja a sede de tudo o que eventualmente surja no quadro internacional“, disse ainda acerca da Europa Startup Aliança das Nações.

Questionado sobre se a questão se coloca ao nível de uma descentralização de mentalidades, Carlos Pereira disse que esse “é o grande desafio”, apesar de haver vozes que “por vezes se levantam a dizer que está tudo muito centralizado em Lisboa”. “Muitas vezes nota-se que mesmo aqueles que vindo de zonas afastadas chegam a Lisboa e acabam por achar normal essa centralização, e são muitas vezes eles próprios a defender aquilo que, do meu ponto de vista, acaba por prejudicar o crescimento mais coeso do país”, concluiu, esclarecendo não se estar a dirigir a “ninguém em particular” referindo-se a este sentimento percecionado.

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