Meia dúzia de CEO do PSI-20 receberam mais de um milhão em 2020

Várias empresas do PSI-20 já divulgaram os salários dos seus gestores em 2020. Pedro Soares dos Santos foi o que auferiu uma remuneração mais elevada, mas quem gastou mais com os CEO foi a EDP.

Não foi um, nem dois, nem três os CEO da bolsa de Lisboa que arrecadaram, em 2020, “cheques” com sete dígitos. Ao todo, e quando falta ainda conhecer a remuneração de parte dos presidentes executivos, já se contabiliza meia dúzia de gestores que ganharam pelo menos um milhão de euros em termos brutos. Não foi a EDP que pagou o salário mais elevado, mas foi a que gastou mais com os cargos de liderança.

Miguel Stilwell de Andrade é o atual CEO da EDP, embora só tenha sido eleito como o sucessor efetivo de António Mexia este ano. Em 2020, ocupou o cargo de presidente executivo interino da EDP e da EDP Renováveis, tendo recebido por isso, e como CFO da elétrica, um total de 1,57 milhões de euros a título de salário.

Este é um valor que fica, no entanto, abaixo do recebido tanto por António Mexia, como por João Manso Neto. Se o antigo CEO da EDP ganhou 2,37 milhões de euros no ano em que viria a abandonar a liderança do Conselho Executivo da empresa, Manso Neto, presidente do Conselho Executivo da EDP Renováveis, também viria a faturar bem. O seu salário em 2020 foi de 2,26 milhões de euros, 54% acima do que auferiu no ano anterior.

Com a fatura a pagar a estes três gestores, a EDP teve de desembolsar um total de 6,2 milhões de euros em 2020. E vai gastar ainda mais. Isto porque, a partir deste ano, Stilwell de Andrade poderá vir a auferir um vencimento base anual de 800 mil euros brutos, bem como uma remuneração variável que pode ir, no máximo, até aos 640 mil euros brutos. Valor que pode ir, assim, até aos 1,44 milhões de euros.

Também António Mexia, ainda que já esteja afastado da empresa, vai receber 800 mil euros por ano da EDP durante os próximos três anos, no âmbito dos acordos de cessação de funções e de não-concorrência. Manso Neto iria, por sua vez, receber 560 mil euros anuais pelo mesmo período de tempo, embora tenha rejeitado esse acordo para liderar a Greenvolt, empresa produtora de energia elétrica a partir de biomassa florestal.

Olhando para o caso de outra empresa do setor da energia, a Galp Energia, refira-se que Carlos Gomes da Silva auferiu, no ano passado, um rendimento de 1,87 milhões de euros de euros. Recorde-se que Gomes da Silva abandonou a liderança da petrolífera já no princípio deste ano, com Andrew Brown a assumir o cargo.

 

Pedro Soares dos Santos lidera, Cláudia Azevedo tem maior aumento

Apesar dos montantes avultados pagos a todos estes gestores, o CEO da Jerónimo Martins foi o que teve, de todos ele, uma remuneração anual mais elevada. Em 2020, a empresa recompensou o seu presidente executivo em 2,57 milhões de euros. Um aumento de 24% no salário quando olhando para os valores de 2019, com Pedro Soares dos Santos a receber, nesse ano, um total de 2,07 milhões de euros.

Falta apenas referir o nome de Cláudia Azevedo que, para além de ser a única mulher a liderar uma empresa do PSI-20, foi quem viu o seu salário crescer mais de um ano para o outro. Em 2020, o seu rendimento anual foi de 1,24 milhões de euros, uma subida de cerca de 73% em comparação com os 716 mil euros ganhos pela CEO da Sonae no ano anterior.

Vários salários estão ainda por conhecer. E podem haver mais com sete dígitos

Embora a maioria das empresas (11) do PSI-20 tenham já divulgado os seus relatórios de contas de 2020, as restantes sete ainda não o fizeram. Ficam, assim, por conhecer os salários auferidos por estes gestores de topo no ano passado.

A lista daqueles que receberam mais de um milhão de euros no ano passado pode ficar ainda mais “composta”. Isto porque o CEO da Semapa, João Castello Branco, recebeu em 2019 cerca de 1,4 milhões de euros, sendo por isso de esperar que também em 2020 o seu salário supere essa barreira.

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