Na advocacia não existem caminhos óbvios

  • ADVOCATUS
  • 8 Abril 2021

O sócio da Gama Lobo Xavier, Luis Teixeira e Melo e Associados, Dr. Gonçalo Gama Lobo Xavier fala quais as apostas do escritório pós-pandemia e na possibilidade de aumentar o número de sócios.

O sócio da Gama Lobo Xavier, Luis Teixeira e Melo e Associados, Dr. Gonçalo Gama Lobo Xavier – a operar em Guimarães – dá uma entrevista ao Search a Lawyer onde fala quais as apostas do escritório pós-pandemia e na possibilidade de aumentar o número de sócios.

Numa fase de pós pandemia, quais são agora as áreas de aposta que surgiram como fundamentais no vosso escritório?

Infelizmente não nos encontramos ainda nessa fase pós pandémica, o que não invalida que não se projete o escritório para os tempos de bonança por que que todos ansiamos.
Ao lado do consistente crescimento na área do direito público, que perspetivamos tenha continuidade, as áreas onde claramente se afigura que haverá incremento de atividade situam-se no âmbito das empresas, mais concretamente na parte da sua reestruturação e também em M&A, onde se adivinham intensas movimentações.
Para além das áreas tradicionais de assessoria às empresas, a propriedade intelectual constitui uma clara aposta do escritório.

Como encaram o vosso escritório aos tempos de hoje face ao que era quando nasceu?

O nascimento e crescimento inicial do nosso escritório marcam, de forma absolutamente indelével, aquilo que ele é hoje e que, esperamos, venha a ser no futuro, em termos de rigor, empenho, seriedade nos processos e propósitos, fruto do trabalho e exemplo dos seus fundadores. Claro que a evolução se fez notar, sendo que para além do abandono natural do paradigma familiar, os procedimentos e a dimensão são hoje completamente diferentes. O foco no cliente e na sua satisfação, por exemplo, era uma realidade algo exotérica para os primeiros tempos do escritório ….

Pretendem aumentar número de sócios brevemente?

O aumento do número de sócios não é, nem nunca foi, um objetivo em si mesmo. Se tal vier a suceder foi porque surgiu alguma oportunidade de juntar à equipa alguém com as qualidades para tal, possibilidade que está sempre em aberto.

O que é que o vosso escritório pode dar de mais valias aos clientes, comparando com os da concorrência?

Essa análise comparativa jamais poderá ser feita por nós, não só pela limitação clara que a esse respeito nos é estatutariamente imposta, mas também pelo respeito que temos pelos óptimos escritórios de advocacia que conhecemos e com quem contactamos regularmente, bem como pelos Colegas que deles fazem parte.

O que podemos dizer é que nos mantemos fieis àqueles princípios e valores que foram incutidos desde o nascimento do escritório e que se traduzem numa permanente preocupação (às vezes quase uma obsessão) pelo rigor científico, na constante atualização de conhecimentos e na certeza de que, para os nossos clientes, somos parceiros em quem podem confiar, sempre e em qualquer circunstância.

O mercado está a abrir para os pequenos e médios escritórios?

Mas algumas vez esteve fechado? Há assuntos e matérias para as quais a dimensão, a marca, continua a fazer toda a diferença, algumas vezes por motivos que nada têm a ver com a qualidade intrínseca dos serviços prestados. Mas isso faz parte da natureza das coisas. De qualquer forma, a necessidade de serviços na área jurídica é crescente e cada vez mais exigente, dada a complexidade também crescente dos assuntos. Daí que a pedra de toque seja, a nosso ver, a qualidade dos escritórios e aptidão dos seus membros para encontrar soluções para esses assuntos, da forma que melhor satisfaça os clientes e os seus interesses.

A advocacia de negócios é o caminho mais óbvio da advocacia?

Na advocacia não existem caminhos óbvios. Sempre que haja alguém necessitado de representação ou de qualquer espécie de assessoria, lá estará o advogado a cumprir o seu múnus. Dito isto, o chavão de que é com as crises que os advogados mais ganham tem muito pouco a ver com o tipo de advocacia que praticamos no escritório. Embora os tempos de crise possam representar oportunidades às quais estamos naturalmente atentos, gostamos mais de ajudar os nossos clientes numa perspetiva de médio e longo prazo, acompanhando-os no desenvolvimento e crescimento dos seus negócios e das suas atividades. Ora, esse tipo de exercício profissional está claramente mais próximo da dita advocacia de negócios. O que não significa que não continuemos a verificar um crescimento significativo de outras áreas, como o contencioso, mais ligadas a épocas de crise.

Como avalia a atuação do atual bastonário face à classe?

As apreciações que a este propósito se possam fazer, devem ser feitas nos locais próprios e sempre dando a possibilidade de contraditório. Naturalmente que existe do nosso lado alguma preocupação sobre o funcionamento dos órgãos nacionais, mas não nos vamos alongar sobre isso.

Alguma área do vosso escritório que não tenham e que pretendam apostar?

Neste momento as áreas de atuação cobrem as necessidades das solicitações.

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