Impacto do confinamento nas vendas leva Jerónimo Martins a disparar 8%

Na primeira sessão após apresentar resultados, retalhista valoriza. Forte desempenho do negócio na Polónia num contexto muito difícil é apontado de forma geral pelos analistas como a principal razão.

A Jerónimo Martins dispara quase 8% em bolsa depois de ter apresentado resultados. A retalhista está entre os maiores ganhos da sessão na Europa graças ao aumento da atividade na Polónia causado pelo impacto do confinamento nos hábitos de consumo. Os analistas esperam agora um contínuo reforço tanto do negócio como do desempenho no PSI-20.

A empresa liderada por Pedro Soares dos Santos registou um aumento de 66% do lucro para 58 milhões de euros no primeiro trimestre do ano. As vendas totais do grupo cresceram 1,5% para 4.786 milhões de euros no mesmo período, sendo que a Polónia reforçou o estatuto de principal mercado. A unidade polaca Biedronka alcançou vendas de 3.388 milhões de euros, um aumento de quase 4% face ao primeiro trimestre de 2020.

“As medidas de confinamento, embora com impacto negativo nas compras de impulso, beneficiaram as vendas a retalho, já que o encerramento dos restaurantes e escolas se traduziu num aumento do número de refeições em casa”, explicou a empresa em comunicado enviado ao mercado esta quarta-feira após o fecho de Lisboa.

Na primeira sessão após o anúncio, a Jerónimo Martins dispara 7,9% para 15,24 euros por ação, no valor mais elevado desde 15 de julho de 2020. O forte desempenho do negócio na Polónia num contexto muito difícil é apontado de forma geral pelos analistas, sendo que o CaixaBank/BPI aponta considera que “a evolução das perdas na Colômbia também é tranquilizante“. O crescimento de 7% do EBITDA superou as estimativas do banco e consenso dos analistas pelo que “reafirmamos a nossa posição positiva”, diz o CaixaBank / BPI, numa nota enviada esta quinta-feira aos clientes, a que o ECO teve acesso.

O Barclays subiu o preço-alvo das ações da Jerónimo Martins para 14 euros, dos anteriores 13,70 euros. Olhando para o futuro, “esperamos um melhor desempenho financeiro nos próximos meses, à medida que a diluição do zloty polaco diminui e o fim do pico de danos da Covid-19 no segundo e terceiro trimestres”, aponta numa outra nota a Jefferies, citada pela Reuters.

O ganho da Jerónimo Martins é o terceiro maior do Stoxx 600 — que segue a subir 0,4% — e o primeiro do português PSI-20, que avança 0,92% para 5.064,09 pontos. Animada pelo desempenho da concorrente, a Sonae sobe 0,9% para 0,79 euros por ação.

Entre as restantes cotadas do índice, os CTT ganham 1,76% para 3,765 euros, o BCP sobe 1% para 0,1182 euros e a Galp Energia 0,54% para 9,68 euros. A contrariar o sentimento positivo está a família EDP: a casa-mãe tomba 0,76% para 4,698 euros e a empresa de renováveis 0,68% 20,32 euros. A Nos perde 0,13% para 3,154, mas é a Novabase a liderar as perdas, com uma desvalorização de 4%.

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