Podcast PLMJ #15: Pensar estrategicamente a retoma do imobiliário

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  • 5 Abril 2021

José Almeida Guerra, da Rockbuilding, Andreia Candeias Mousinho e Rita Alarcão Júdice, sócias da PLMJ, são os protagonistas do episódio #15 do Podcast PLMJ.

Até ao início de 2020, era o setor que mobilizava a economia e permitiu que o país entrasse no radar do investimento internacional. O setor imobiliário foi capaz de dar resposta, o Turismo floresceu, as cidades mudaram de cara, as pessoas regressaram ao centro da cidade e os escritórios ganharam um dinamismo inédito. Foi o setor que mobilizou a economia nacional e será o setor que estará na dianteira da recuperação. Mas apenas se o país souber criar as condições para tal.

A conversa do podcast da PLMJ de hoje é sobre o mundo que é preciso fazer em Portugal para estarmos em condições de estar no centro do investimento internacional. José Almeida Guerra é o Presidente da Rockbuilding, líder de mercado na gestão de projetos imobiliários e convidado do podcast PLMJ, que junta Andreia Candeias Mousinho, sócia da área de Urbanismo e Rita Alarcão Júdice, sócia da área de Imobiliário.

Acompanhe o episódio #15: Pensar estrategicamente a retoma do imobiliário

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Há mais seis mortes e 159 infetados com Covid-19. Rt chega a 1 no continente

  • ECO
  • 5 Abril 2021

Nas últimas 24 horas foram identificados 159 novos casos de coronavírus. O Rt no continente está em 1, mas a incidência do vírus está em torno dos 60 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 159 novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 823.494 o número de infetados desde o início da pandemia. Morreram seis pessoas nas últimas 24 horas, elevando para 16.885 o número total de vítimas mortais.

A região de Lisboa e Vale do Tejo concentrou a maioria das novas infeções registadas nas últimas 24 horas. Dos 159 novos casos registados nas últimas 24 horas, 65 foram nesta região: 41% do total do país.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 536 (+19) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 112 (-5) nos cuidados intensivos. Há mais de 15 mil pessoas sob vigilância das autoridades de saúde.

O número de recuperados está atualmente nos 780.643, mais 328 pessoas face ao balanço anterior. Portugal regista ainda 25.966 casos ativos de infeção.

Boletim epidemiológico de 5 de abril

Rt acelera. Está em 1 no continente

Os dados da DGS mostram que, à luz dos dados mais recentes, o valor do Rt está nos 0,98 a nível nacional, tendo subido para 1 no continente, o que significa que cada pessoa infetada contagia, em média, uma pessoa.

No caso de Portugal Continental, o Rt está a ultrapassar o limite que é definido na “bússula” do desconfinamento, isto no dia em que o país dá mais um passo na reabertura.

Relativamente à incidência da doença, os valores continuam a diminuir: a média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias em Portugal é 62,8. No continente, o valor é ainda mais reduzido (60,9 casos por 100 mil habitantes). Portugal continua, como um todo, a apresentar uma situação epidemiológica favorável, apesar de alguns concelhos estarem já na zona laranja. São 26 os que estão nesta situação.

(Notícia atualizada às 14h15 com mais informação)

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Estabilidade orçamental em 2022 na Alemanha ameaçada pela pandemia e eleições

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

Governo alemão atualizou orçamento para este ano e aumentou o défice em 33%, visto que a terceira vaga da pandemia obrigou a rever as anteriores previsões.

A Alemanha assegura, após dois anos com um défice recorde, que a partir de 2022 voltará à estabilidade orçamental, mas que o sucesso dependerá da gestão da pandemia, da recuperação económica e das eleições gerais de setembro.

A realidade da terceira vaga forçou Berlim a mudar os planos.

O Conselho de Ministros acaba de atualizar o orçamento para este ano e aumentou o défice em 33%.

A revisão prevê um défice superior em 60.400 milhões de euros ao que foi aprovado em dezembro devido à extensão da ajuda às empresas e aos trabalhadores independentes, elevando o endividamento do governo federal (não incluindo o dos Länder e dos municípios) para 240.200 milhões de euros.

Este é um número recorde na história alemã após a Segunda Guerra Mundial, comparável apenas aos 217.800 milhões do ano passado.

O Bundestag (câmara baixa) teve de suspender excecionalmente o “travão da dívida” constitucional para 2020 e 2021.

“Todos no Governo sabemos que impomos um fardo muito grande aos contribuintes“, disse recentemente a chanceler alemã Angela Merkel, reconhecendo que no final da sua era teve de suspender a estabilidade orçamental, uma das grandes apostas dos seus 16 anos à frente do país.

A dívida pública aumentou mais de 10 pontos percentuais no ano passado, um desenvolvimento sem precedentes, nem mesmo depois dos resgates bancários que se seguiram à crise financeira global de 2008.

A dívida do Estado aumentou em 2020 para o equivalente a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) em comparação com 59,7% no final do ano anterior, de acordo com o Bundesbank (banco central alemão).

O Governo alemão também anunciou no seu plano financeiro para os próximos anos que espera encerrar o período de exceção da pandemia no próximo ano.

Os planos preveem que o endividamento em 2022 atinja 81.500 milhões de euros e que já seja significativamente inferior nos anos seguintes: 8.300 milhões em 2023, 11.500 milhões em 2024 e 10.000 milhões em 2025.

Isto significaria que no próximo ano o “travão da dívida” constitucional, que restringe o défice a 0,35% do PIB, teria de ser novamente suspenso, mas que a Alemanha voltaria a cumprir os limites do défice de Maastricht. Seguir-se-ia um regresso à estabilidade orçamental.

No entanto, a evolução da pandemia pode tornar difícil a concretização destes planos.

Após uma primeira vaga considerada exemplar, a Alemanha levou quatro meses a controlar a segunda vaga, e desde meados de fevereiro a terceira vaga tem vindo a recuperar na sua cauda, sem que a curva tenha ainda sido achatada.

Lazer, cultura, hotéis e restaurantes estão fechados desde novembro, e o comércio a retalho está fechado de alguma forma desde dezembro.

A economista Monika Schnitzer, membro do conselho consultivo do Governo alemão, estima que por cada trimestre em que as atuais restrições continuem, o PIB anual diminuirá 1,0 ponto percentual. A última previsão da economista era de a economia crescesse 3,1% este ano se não houvesse uma terceira vaga (que está a ocorrer atualmente).

O banco de reconstrução alemão KfW acaba de salientar num estudo que o regresso à estabilidade orçamental dependerá em grande medida da relação entre o crescimento económico e as taxas de juro nos próximos anos.

A Alemanha, argumenta, poderia reduzir a sua dívida pública de novo abaixo dos 60% previstos em Maastricht no final desta década, num ambiente de crescimento sólido e de contenção das taxas de juro.

No entanto, um aumento do preço do dinheiro devido à inflação – um risco para o qual alguns peritos na Alemanha estão a alertar – poderia comprometer os esforços de consolidação, de acordo com este estudo.

Finalmente, há o fator político. As eleições gerais de setembro trazem um grau extra de incerteza para a equação económica.

Por um lado, há a partida de Merkel, depois de mais de três mandatos de cinco anos a liderar o país de forma previsível na esfera orçamental, e a falta de um candidato claro para liderar o bloco conservador – com um perfil correspondente – no período que antecede as eleições.

Por outro lado, a evolução das sondagens nos últimos meses leva-nos a acreditar que a atual coligação de conservadores e sociais-democratas no Governo federal não vai poder ser reeditada e deixa a porta aberta a outras opções.

Uma aliança de conservadores e verdes, ou mesmo uma tripartida – com os Sociais-Democratas, os Verdes e os Liberais – poderia introduzir mudanças na relação de Berlim com o défice.

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Morreu o Nobel da Economia Robert Mundell, pai intelectual do euro

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

Professor emérito da Universidade de Chicago e da Universidade de Columbia em Nova Iorque, Mundell morreu no domingo na sua casa, na província italiana de Siena.

O canadiano Robert Mundell, vencedor do Nobel da Economia de 1999 e considerado o pai intelectual da criação da moeda única europeia, o euro, morreu aos 88 anos em Siena, Itália, foi anunciado esta segunda-feira.

Meios de comunicação social italianos noticiaram esta segunda-feira que Mundell morreu no domingo na sua casa, na cidade de Santa Colomba, no município de Monteriggioni, na província de Siena.

Professor emérito da Universidade de Chicago e da Universidade de Columbia em Nova Iorque, iniciou a teoria das áreas monetárias ótimas em 1961, demonstrando como, na presença de preços rígidos, a mobilidade da mão-de-obra pode ser considerada um substituto para a flexibilidade cambial.

As teorias desenvolvidas por Mundell nos anos 60 estimularam a investigação sobre áreas monetárias e formam a base teórica do conceito da União Económica e Monetária da União Europeia, e da moeda única, o euro.

Mundell recebeu o Prémio Nobel da Economia em 1999 pela sua “análise da política monetária e fiscal sob diferentes sistemas cambiais, e por uma análise ótima das zonas cambiais”, segundo a justificação dada pela Academia na altura, que considerou que tinha lançado “as bases da teoria que domina as considerações práticas das políticas monetárias e fiscais nas economias abertas“.

Robert A. Mundell nasceu no Canadá em 1932, e estudou na Universidade da Columbia Britânica e na Universidade de Washington, para passar depois para a London School of Economics na capital britânica.

Em 1956 obteve o doutoramento no prestigioso Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) com uma tese sobre movimentos internacionais de capitais, e desde 1974 é professor no departamento de economia da Universidade de Columbia em Nova Iorque.

Durante as suas análises, alertou em várias ocasiões para os riscos de abandonar a zona euro e salientou que “o euro é um enorme sucesso“.

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Bosch, IKEA, Altice Labs e Huawei em consórcio para potenciar Indústria 4.0 em Portugal

O projeto Augmanity conta com um investimento de 8,5 milhões de euros e quer promover avanços em cinco áreas distintas, nomeadamente da Ciência de Dados, do 5G e da Internet das Coisas.

Um projeto de inovação liderado pela Bosch Portugal e que conta com a parceria científica da Universidade de Aveiro quer potenciar o desenvolvimento da Indústria 4.0 em Portugal. Com um investimento de 8,5 milhões de euros, o projeto Augmanity envolve a participação de várias empresas nacionais e internacionais.

Este é um projeto inteiramente direcionado para o setor da indústria, tendo como principal foco “o desenvolvimento e implementação de novas tecnologias relacionadas com indústria 4.0” em Portugal, de forma a tornar este setor mais competitivo, explica a Bosch em comunicado enviado às redações.

O objetivo é promover o desenvolvimento em cinco áreas tecnológicas distintas, nomeadamente da Ergonomia Industrial e Robótica, da Ciência de Dados, do 5G e da IoT (Internet das Coisas), da Visão Artificial, da Realidade Virtual e Aumentada e da vertente de Recursos Humanos em ambiente de Indústria 4.0.

O projeto visa, desta forma, contribuir para uma “melhoria da eficiência dos processos industriais”, por exemplo ao nível da sua “sustentabilidade ambiental”, mas não só. O projeto também pretende criar “produtos, processos e serviços inovadores” que sejam capazes de promover o desenvolvimento do setor industrial português.

O consórcio por detrás do Augmanity conta com um vasto número de empresas conhecidas nacional e internacionalmente, como o IKEA, Altice Labs e Huawei. Porém, a chancela científica do projeto é detido pela Universidade de Aveiro, instituição que investe a “participação multidisciplinar de vários Departamentos de Ciências, Engenharias e Escolas Politécnicas”, esclarece o comunicado.

Contando com um investimento de 8,5 milhões de euros para ser aplicado em investigação e desenvolvimento, este é um projeto financiado pelo Portugal 2020 que deverá desenvolver-se durante três anos. Assim, o Augmanity tem o mês de junho de 2023 como a data prevista para a sua conclusão.

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Reabertura de escolas “é um virar de página que se espera sem recuo, irreversível”, diz Marcelo

O Presidente da República apela a um "esforço nacional" para que o desconfinamento avance, nomeadamente nas escolas.

Arrancou esta segunda-feira mais uma fase do desconfinamento, com os alunos dos 2.º e 3.º ciclos a retomar as aulas presenciais. O Presidente da República reitera que esta reabertura das escolas, que se iniciou a 15 de março e terá uma próxima fase a 19 de abril, “é um virar de página que se espera sem recuo, irreversível”.

Marcelo Rebelo de Sousa reitera que o regresso às escolas, nomeadamente neste que apelida de um “dia histórico”, “é bom para todos, para famílias, professores, todos que trabalham na comunidade educativa, diretores, mas sobretudo para crianças e jovens do nosso país”, em declarações transmitidas pela RTP3.

Olhando para as próximas fases, o Presidente pede a todos portugueses que engrenem neste esforço nacional, para que seja possível que dia 19 mais de um milhão e meio de alunas e alunos por todo o país, até ao secundário” regressem às escolas. Apela então a este esforço para “o retrato de um país que vai regressando ao que é possível da sua vida normal”.

“Queremos que o processo de abertura continue”, reitera o Presidente, o que “passa pelo comportamento de todos, em particular no mês de abril”. Isto porque “é em abril que se consolida processo de desconfinamento”.

Questionado pelos jornalistas, o Chefe de Estado adiantou ainda que vai receber o governador do Banco de Portugal, e depois, ao longo das próximas semanas, António Costa Silva, “economistas de várias escolas, pensamentos, gestores, empresários e responsáveis do mundo do trabalho”, por forma a “olhar para a vida do país nos próximos anos”.

“A ideia é dar força àquilo que é tarefa coletiva, do ponto de vista executivo compete ao Governo liderar, com os fundos do Plano de Recuperação e Resiliência e fundos europeus anuais do Quadro Financeiro Plurianual, e depois o contributo de toda a sociedade portuguesa”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa.

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Internet por satélite é opção em Portugal e há ofertas a 12,90 euros por mês

Numa altura em que aceder à internet é difícil em algumas zonas do país, a Anacom veio recordar que há internet por satélite em Portugal e que algumas ofertas custam poucas dezenas de euros por mês.

Ainda são poucos, mas o número de portugueses que acedem à internet via satélite está a crescer significativamente. No final de dezembro, havia em Portugal 1.200 acessos deste tipo, um crescimento de 32,4% face a 2019 e uma subida de 78,5% entre o quarto trimestre de 2018 e o terceiro trimestre do ano passado, revelou a Anacom.

A falta de acesso à internet em algumas zonas remotas do país levou o regulador a olhar para este tipo de ofertas pouco popular no mercado de telecomunicações. A conclusão é a de que já existem ofertas competitivas, quer para clientes empresariais, quer para clientes residenciais. Estes últimos podem contratar um serviço por 12,90 euros por mês, de acordo com o levantamento feito por aquela entidade.

O acesso à rede global ganhou relevância no ano passado, por causa da pandemia. Atualmente, milhões de portugueses podem trabalhar em casa devido às redes móveis de 4G e à fibra ótica. Mas a Anacom assegura que o satélite também é uma opção. Alguns clientes parecem concordar. No segundo trimestre do ano passado, marcado pela chegada da Covid-19 ao país, o serviço de internet por satélite “registou o maior aumento em termos absolutos até ao momento”.

Instalação pode ser feita pelo cliente

Num comunicado, a Anacom esclarece que “o serviço de acesso à internet via satélite exige a instalação no exterior de uma antena parabólica de pequenas dimensões e de um router“. Algumas operadoras de internet por satélite “vendem ou alugam estes equipamentos” e a instalação pode ser feita pelo prestador ou pelo próprio cliente.

“As ofertas de acesso à internet via satélite anunciam velocidades de download até 100 Mbps e velocidades de upload até 10 Mbps. O débito de upload, que nas atuais circunstâncias (teletrabalho) ganhou uma importância acrescida, varia entre 1 Mbps e 6 Mbps, no caso das ofertas residenciais, e entre 3 Mbps e 10 Mbps, no caso das ofertas não residenciais”, sublinha o regulador presidido por João Cadete de Matos.

O português médio não conhecerá o nome das operadoras que fornecem este tipo e serviço. Entre elas estão empresas como Satélite da Sabedoria, Vivanet, SkyDSL, Greenmill ou Eutelsat. Esta última é bastante recente e começou a operar no país a 29 de março deste ano (ou seja, há uma semana), de acordo com dados da Anacom.

Quanto às ofertas em concreto, no plano residencial, a Eutelsat oferece internet com 30 Mbps de download e 5 Mbps de upload, sem custos de instalação. A empresa cobra 49 euros pela ativação e a mensalidade é de 22,99 euros nos primeiros 24 meses, passando, depois, a 29,99 euros. O tráfego é ilimitado, segundo a Anacom.

A oferta com a prestação mensal mais barata para clientes residenciais, de acordo com a Anacom, é a da SkyDSL. A empresa cobra 12,90 euros por mês por um serviço de internet por satélite com 18 Mbps de upload e 1 Mbps de download. O aluguer do equipamento custa 4,90 euros por mês e tem um custo inicial de 69,9 euros (mas pode ser adquirido por 19,90 euros mais 19,90 euros durante 24 meses). A empresa cobra ainda 29,90 euros pela ativação e o plafond é de 8 GB.

Ofertas para segmento residencial

Fonte: Anacom (Notas de 1-10 podem ser consultadas no site do regulador).

Starlink de Elon Musk faz testes em Portugal

Mas há uma operadora no setor cujo nome poderá chamar a atenção de alguns portugueses: trata-se da Starlink, a empresa de internet por satélite da SpaceX, fundada pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk (patrão da Tesla).

Segundo a Anacom, a Starlink já esta a fazer testes em Portugal com a sua rede de satélites de órbita baixa. O regulador recorda ainda que, em 2020, foram lançados cerca de 1.085 pequenos satélites, dos quais 773 pertencem à Starlink.

“A internet via satélite contribuirá para atender ao problema do acesso à internet em áreas rurais ou remotas e em pequenas cidades onde a infraestrutura de fibra ótica é inexistente”, conclui a Anacom.

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Câmara Porto apoia retoma do comércio local com meio milhão em vales de desconto

Por cada 20 euros em compras, são descontados dois euros diretamente ao cliente. A medida entra em vigor dia 3 de maio e inclui restaurantes, cafetarias, barbearias e salões de cabeleireiros.

A Câmara do Porto vai voltar a apoiar o comércio local com vales de desconto. A medida entra em vigor a 3 de maio e o investimento municipal pode ascender até aos 500 mil euros. Este é o segundo programa de incentivo à atividade comercial para encorajar o consumo no comércio de rua, local e tradicional do Porto.

A campanha consiste na entrega de vales de desconto aos comerciantes aderentes e por cada 20 euros em compras, são descontados dois diretamente ao cliente. A medida inclui restaurantes, cafetarias, barbearias e salões de cabeleireiros.

Integralmente suportada pelo município do Porto, a medida será válida, “exclusivamente, nos estabelecimentos comerciais com porta aberta para a rua e com dimensão nunca superior a 250 metros quadrados, incluindo restaurantes, cafetarias, esteticistas, cabeleireiros e barbeiros e que queiram tornar-se aderentes”, de 3 de maio a 30 de julho.

O município assume o desconto imediato de dois euros em todas as compras de valor igual a 20 euros e, assim sucessivamente, em múltiplos de 20 euros, até ao limite máximo de 100 euros por compra, efetuadas nos estabelecimentos definidos.

O executivo de Rui Moreira assinala ainda que “o apoio a conceder materializa-se, também, tal como na sua versão anterior, no desenvolvimento e divulgação de uma campanha de comunicação”.

O vereador do pelouro da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, sustenta que “o encorajamento ao consumo por via de um programa de descontos suportados pelo município, consubstancia uma medida de incentivo, promoção e dinamização da atividade comercial e económica e de apoio na atenuação de prejuízos, que se afigura benéfica para o atual e futuro desenvolvimento das suas atividades e para a continuidade dos respetivos negócios”

De acordo com o vereador oCorona apoio “não põe em causa o orçamento municipal de 2021”.

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Transportes retomam oferta na segunda fase do desconfinamento

Com o país a desconfinar, os transportes públicos retomam a oferta. No Porto, STCP retoma a oferta a 100% e Metro do Porto reforça a frequência. Em Lisboa, a Carris repõe o serviço normal.

De norte a sul do país, os transportes públicos retomam esta segunda-feira a oferta na segunda fase do desconfinamento. No Porto, a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto retoma a oferta a 100% nos dias úteis e o Metro do Porto reforça a frequência em toda a rede. Em Lisboa, a Carris repõe o serviço normal.

Com a abertura das esplanadas, ginásios e escolas as empresas de transportes públicos das duas áreas metropolitanas já tinham anunciado que iriam reforçar a oferta.

Sociedade de Transportes Coletivos do Porto retoma a oferta a 100%

A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) retoma a oferta a 100% nos dias úteis, a partir desta segunda-feira. Todas as linhas de autocarro voltam ao “horário normal”, já aos fins de semana a oferta mantém-se no “horário de contingência”, enquanto se mantiverem as restrições à circulação.

De acordo com a STCP, “a oferta máxima aos dias de semana surge como resposta ao aumento gradual de passageiros verificado ao longo do mês, e que se prevê que venha a ser intensificado com a introdução das medidas a implementar nas próximas fases do plano de desconfinamento”.

De volta aos carris estão os elétricos históricos, com as linhas 1 (Infante – Passeio Alegre), 18 (Circular Massarelos – Carmo) e 22 (Circular Carmo – Batalha) a retomar a circulação. Aos sábados, domingos e feriados, suspendem a operação a partir das 13 horas, em conformidade com as medidas de restrição de circulação aos fins de semana.

Metro do Porto reforça oferta e frequência

A Metro do Porto reforça, a partir desta segunda-feira e em toda a rede, a sua oferta e frequência, adaptadas ao progressivo desconfinamento decretado pelo Governo no âmbito da pandemia de Covid-19, anunciou domingo a empresa.

“A partir de 5 de abril [segunda-feira], o Metro do Porto reforça a sua capacidade e frequência em toda a rede, adequada ao desconfinamento progressivo da comunidade. Com o retomar das aulas e com a reabertura de bastantes setores da economia, estão também de volta os veículos duplos, os serviços Expresso e mais frequências”, refere a empresa em comunicado.

A partir desta segunda-feira, a “Linha Azul (A) funciona com veículos duplos nas horas de ponta e frequências de 12 minutos” entre as 7h00 e as 20h00, enquanto, na “Linha Vermelha (B), regressa o “Serviço Expresso” entre as 7h00 e as 20h00 “nos dias úteis e viagens em veículos duplos nas horas de ponta”.

A “Linha Amarela (D) passa a ter todas as viagens em veículos duplos, aumentando fortemente a capacidade, e frequências de 6 minutos nas horas de ponta”. Já a “Linha Laranja (F) opera com serviço em veículos duplos nas horas de ponta e frequências de 12 minutos” entre as 7h00 e as 20h00.

Carris repõe serviço normal

A Carris vai repor a sua oferta normal a partir desta segunda-feira, quando começa a segunda a fase do desconfinamento a “conta-gotas”. Aos fins de semana e feriados, será reposto o serviço das carreiras de bairro 26B, 29B, 31B, 32B, 34B, 37B, 41B, 43B, 44B, 58B, 70B, 73B, 76B e 79B, bem como o das carreiras 716, 720, 732, 797 e 24E.

A empresa adianta ainda através do seu site que o funcionamento dos elevadores da Bica, Glória e Lavra vai ser retomado, ressalvando que o Elevador de Sta. Justa manter-se-á suspenso todos os dias.

“É também reposto o percurso habitual da carreira 730, via Avenida General Roçadas e Rua Mestre António Martins”, é acrescentado.

A Carris reforça que vai continuar a fazer “uma monitorização diária e os ajustes necessários para garantir um serviço com segurança para todos os clientes”, informa a empresa.

Já o Metropolitano de Lisboa não vai avançar para já com um reforço da oferta. A avaliação é feita em permanência através da monitorização da procura e caso a empresa ser necessário então haverá um aumento do número de comboios em circulação, sobretudo nas horas de ponta

(Notícia atualizada às 09h38 com resposta do Metro de Lisboa)

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Estratégia para o hidrogénio está a criar uma “movida” junto de investidores

  • Lusa
  • 5 Abril 2021

No âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), Portugal organiza na quarta-feira uma conferência sobre hidrogénio.

Portugal vai ser um país exportador de energia, apoiado no hidrogénio, uma estratégia que está a criar uma “movida” junto de investidores, afirma o ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes.

O Governo português aposta no hidrogénio como uma das formas de descarbonizar a economia, e a energia (obtida da água – formada por oxigénio e hidrogénio – por eletrólise) já é apontada como solução no Roteiro para a Neutralidade Carbónica e no Plano Nacional de Energia e Clima.

No âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), Portugal organiza na quarta-feira uma conferência sobre hidrogénio.

A propósito da conferência, em entrevista à Lusa, o ministro explica porque entende ser o hidrogénio verde (porque obtido através de energias renováveis) a melhor aposta para o país, que vai deixar de fazer de Portugal um país tradicionalmente importador de energia para se tornar um exportador.

“Estamos neste momento em condições de poder pensar Portugal como um país que vai ser exportador de energia”, algo que vai acontecer não para já mas dentro de seis ou 10 anos. “Mas este é mesmo um caminho que temos e que devemos trilhar”.

Além de haver uma estratégia nacional para o hidrogénio, há também, salienta Matos Fernandes, uma estratégia europeia, e em Portugal o tema gerou uma “movida” junto dos investidores, portugueses e estrangeiros.

A “movida” justifica-a Matos Fernandes com factos, lembrando que quando Portugal lançou a primeira “call” do hidrogénio para saber quem eram os interessados em concorrer ao “Important Project of Common European Interest” (IPCEI), onde Portugal se juntou à Holanda, apareceram projetos já conhecidos mas também projetos em que nunca tinha ouvido falar. A empresa Bondalti, de Estarreja, candidatou um projeto (entre 74) de produção de hidrogénio verde de 2,4 mil milhões de euros.

“Nunca tínhamos ouvido falar dele. E ainda hoje lemos notícias nos jornais, de empresas que estão a desenvolver tecnologias, nomeadamente empresas portuguesas, para a produção de hidrogénio”, diz o ministro, concluindo que está apontado o caminho para a produção de hidrogénio verde de forma segura e barata.

Matos Fernandes justifica a aposta no hidrogénio porque se trata de um substituto dos combustíveis de origem fóssil, sendo que pode ter ainda outras aplicações, como ser utilizado como matéria-prima para a indústria ou ser utilizado como forma de armazenar eletricidade produzida a partir de fontes renováveis. E nem sequer é um gás novo, que já é utilizado por exemplo na refinação de combustíveis fósseis.

“Descarbonização não é sinónimo de eletrificação”, salienta o ministro, explicando que o país está cada vez mais eletrificado, nesta altura com 60% da eletricidade produzida a partir de fontes renováveis mas podendo, “com investimento e com ambição”, chegar aos 80% em 2030.

Mas “há um conjunto de processos onde a eletricidade não basta ou não é custo-eficaz”, diz, apontando como os transportes pesados.

Se um camião pode fazer 500 quilómetros com baterias elétricas, de lítio, “essas baterias seriam tão pesadas que era quase um contrassenso”, porque uma parte da energia consumida era também a transportar as próprias baterias.

É aqui que entra o hidrogénio. Como entra na indústria química, onde a eletricidade não tem a intensidade energética necessária para um conjunto de processos industriais, ou na substituição de gás natural, com vantagens nomeadamente na balança comercial, evitando “centenas de milhões de euros” de importações.

Por isto, e porque “descarbonização não é sinónimo de eletrificação”, o hidrogénio tem uma estratégia própria para completar a eletrificação, para que Portugal “cumpra o objetivo maior que é ser neutro em carbono em 2050”.

Num futuro em parte movido a hidrogénio, Matos Fernandes considera que “faz todo o sentido” que cada estação de serviço tenha uma produção própria, porque “o projeto do hidrogénio é mesmo um projeto que tem uma componente territorial espalhada país fora”.

A Estratégia para o Hidrogénio (apresentada em 2020) preconiza que até 2030 existam entre 50 a 100 postos de abastecimento de hidrogénio, “muitos deles” com produção própria, preconiza.

E de caminho lembra que a estratégia portuguesa para os gases renováveis passa pelo hidrogénio mas também pelo biogás, já hoje a fazer funcionar camiões do lixo em Trás-os-Montes.

Refere igualmente a intenção de criar um “cluster” de hidrogénio em Sines, a pensar na exportação e para o qual já há sete projetos identificados, em busca de financiamento, parte deles a partir de Bruxelas, porque são fundos de grandes dimensões que o país não consegue suportar.

“Estamos a falar de sete mil milhões de euros. E Bruxelas, porque há uma estratégia europeia para o hidrogénio, tem fundos próprios”.

Portugal também vai apoiar projetos nesta área mas reserva entre 400 e 500 milhões de euros para produção de gases renováveis, ao longo de 10 anos. O primeiro aviso até já foi lançado e o apoio máximo é de cinco milhões de euros, naturalmente não aplicável aos projetos de Sines, alguns deles de mais de mil milhões de euros.

Matos Fernandes aceita que tudo isto é novo, que o hidrogénio “ainda tem alguns passos para dar”, que hoje ainda é mais caro do que o gás natural. Mas acredita que com a “maturidade da tecnologia” e a aplicação de taxas de carbono no gás natural a situação se vai inverter.

E enquanto isso não acontecer, “com o único objetivo de proteger os consumidores do preço, queremos também apoiar de forma transparente, e por leilão, uma parte dessa diferença, sendo que obviamente só apoiaremos num leilão a ser lançado quem nos pedir menos, isto é, quem já produzir mais barato”, avisa.

Colocar hidrogénio verde na rede de gás natural em Portugal é fácil, porque há uma rede nova e preparada para tal, especialmente a rede domiciliária, havendo limitações é nos equipamentos pessoais.

Ainda assim, diz, ainda que se substitua até 03% do gás natural por hidrogénio significa poupar cerca de 500 milhões de euros nas importações a 10 anos. Portugal quer chegar a 2030 com a substituição de 15% do gás natural.

E colocar hidrogénio verde em navios? Aviões? Grandes consumidores de energia como cimenteiras? Matos Fernandes responde que a evolução da tecnologia tem trazido boas surpresas, que tudo está a acontecer muito depressa. Fala do encerramento antecipado das centrais a carvão, da refinaria de Matosinhos.

“Por isso aquilo que virá a ser o escalar da tecnologia do hidrogénio eu não consigo adivinhar e acho que é difícil poder ser adivinhado”. Certo é que, por exemplo, nos autocarros, com os próximos fundos comunitários, os apoios vão ser apenas para autocarros elétricos, de bateria, ou elétricos com injeção de hidrogénio.

Mas se não adivinha o que será o futuro, o ministro não tem dúvidas do quanto é “importante estar na linha da frente”, o importante existir ciência portuguesa, existir patentes portuguesas e existir em Portugal essa passagem do hidrogénio para uma escala industrial.

E o país tem um microclima muito próprio para desenvolver este tipo de projetos. Matos Fernandes lembra que 70% do custo da produção de hidrogénio é energia, que tem de ser renovável para ser hidrogénio verde.

“E o preço que tivemos na produção de eletricidade, nos últimos dois leilões, e em que batemos dois recordes do mundo, coloca Portugal numa posição absolutamente invejável”.

Ou seja, com energia a pouco mais de 11 euros o megawatt/hora, contra os habituais 45 a 55 euros no mercado ibérico, “é mesmo possível produzirmos hidrogénio verde a um valor que nenhum país da Europa do Norte consegue produzir”.

Portugal, com as energias renováveis, já criou 10 mil empregos, e nos cenários para 2050, o mais provável para ser possível a descarbonização é também aquele em que a economia mais cresce.

Matos Fernandes diz mesmo que as grandes apostas de desenvolvimento económico para o país estão no Ministério do Ambiente, porque são muito ligadas à energia.

A descarbonização também é importante por isso. Mas Matos Fernandes adianta outro motivo, muito mais importante. Porque é dela que depende “a sobrevivência de todos nós neste planeta”.

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Ética, cultura organizacional e responsabilidade social

  • PESSOAS + EY
  • 5 Abril 2021

Edivaldo João, Consultant EY, People Advisory Services, explica em que medida estes três conceitos se interligam e a sua importância nas organizações em contextos de crise.

Um dos temas que tem vindo a ganhar interesse dentro contexto organizacional e social, principalmente nos últimos tempos, é a temática da ética organizacional, sobretudo nestes períodos de crises sociais e económicas generalizadas.

A ética, enquanto avaliação teórica dos princípios que regem as escolhas práticas, ganha relevância no âmbito organizacional na medida que as organizações existem em comunidade, competem em comunidade e sobrevivem em comunidade. Por outras palavras, a ética justifica-se porque as organizações se relacionam com outras entidades (atores) e, nesta medida surge a necessidade de existir um conjunto de valores (práticas) éticos que orientem o comportamento das organizações no relacionamento com todos os seus stakeholders (partes interessadas no negócio da empresa).

"Ética e cultura organizacional são dois elementos que estão ligados, pois, é através da cultura organizacional que a ética se manifesta nas organizações e é através dela que a ética ganha sentido. ”

Edivaldo João

Consultant EY, People Advisory Services

A ética, em si, é essencial para o negócio, pois, influencia direta ou indiretamente a reputação e confiança na organização, interna e externamente. Tomemos como exemplo o caso da multinacional alemã Volkswagen (caso dieselgate de 2015). O caso dieselgate foi um escândalo que envolveu várias técnicas fraudulentas usadas pela Volkswagen, de 2009 a 2015, para reduzir as emissões de dióxido de carbono e óxido de nitrogénio de alguns dos seus motores a diesel e gasolina nos testes regulatórios de poluentes. Como consequência, a empresa viu o seu nome manchado no mercado nacional e internacional, bem como foi alvo de penalizações acima dos 30 mil milhões de euros até 2020. A atuação não ética, por parte das organizações, podem trazer consequências gravíssimas e muitas vezes irreparáveis.

Relativamente à cultura organizacional, Robbins (2001) define-a como “perceções partilhadas pelos membros de uma organização “. Greenberg (2000) define cultura organizacional como “aspetos cognitivos, tais como atitudes, valores, normas de comportamento, e expectativas partilhadas pelos membros de uma organização”. De forma resumida, com base nestas definições, podemos concluir que a cultura organizacional é um conjunto de vários elementos partilhados pelos membros de uma determinada organização e que definem a forma como estes indivíduos interagem entre si e com os seus parceiros de negócio.

As culturas organizacionais podem ser caracterizadas por cultura organizacional forte (incorporada pela maior parte dos colaboradores) ou fraca (incorporada por uma parte insignificante dos colaboradores). Contudo, é importante alertar que nem sempre uma cultura organizacional forte é necessariamente uma cultura organizacional positiva, pois, em certas medidas, estas podem estar carregadas de práticas que não são éticas. Ética e cultura organizacional são dois elementos que estão ligados, pois, é através da cultura organizacional que a ética se manifesta nas organizações e é através dela que a ética ganha sentido. Quando as regras estão claras e bem estabelecidas, a conduta padrão e a identidade organizacional também tendem a ser fortalecidas. Além disso, é mais claro determinar como agir diante das irregularidades, definindo os traços da cultura organizacional da Empresa.

Por fim, resta ligar a responsabilidade social aos dois temas já referenciados. Uma organização ética é, consequentemente, uma organização socialmente responsável, o contrário não é possível. A responsabilidade social é uma consequência ética que resulta da forma como as organizações olham para todos os seus parceiros.

Concluindo, épocas de crise, como a que estamos a viver, devido à pandemia da Covid-19, são caracterizadas por trazerem grandes desafios às organizações nas questões de ética organizacional, responsabilidade social e cultura organizacional.

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Só algumas operações do Banco de Fomento vão ter impacto no défice

As eventuais perdas do Banco de Fomento não vão contar para o défice, mas algumas das suas operações poderão ir. O esclarecimento é feito pelo INE ao ECO.

A par dos bancos de fomento de outros países europeus, também o Banco Português de Fomento (BPF) não vai contar para o saldo orçamental. Isto quer dizer que eventuais perdas deste banco promocional com o financiamento a empresas não vão penalizar o défice, mas há exceções. As autoridades estatísticas vão analisar as operações uma a uma, podendo algumas ser incluídas nas contas públicas.

“Tendo em consideração a análise preliminar efetuada e em diálogo com o Eurostat, considerou-se que o BPF possui autonomia de decisão, que incorre em riscos e benefícios na prossecução da sua função principal em condições semelhantes aos seus congéneres europeus e, tendo presente os manuais do Sistema Europeu de Contas 2010 e do Défice e da Dívida das Administrações Públicas (MDD), foi classificado no setor das sociedades financeiras“, responde o Instituto Nacional de Estatística (INE) ao ECO.

A lista das entidades que estão no perímetro das administrações públicas relativa a 2020, ano em que o Banco do Fomento foi criado, foi atualizada na sexta-feira e o banco promocional não constava. E assim vai manter-se, confirmou o INE, explicando que esta instituição tem “características comuns a vários outros bancos de fomento/desenvolvimento na União Europeia também controlados pelas respetivas AP [Administrações Públicas] e integrantes do setor institucional das Sociedades Financeiras”.

Os bancos de fomento alemão (KfW), francês (BPI France), espanhol (ICO), italiano (CDP), esloveno (SID Banka), holandês (InvestNL) e finlandês (Tesi) estão fora do perímetro das Administrações Públicas dos respetivos países, isto é, os seus resultados não contam automaticamente para o saldo orçamental. Já na Irlanda (SBCI) e na Croácia (HBOR) estão dentro do perímetro, assim como no antigo Estado-membro da União Europeia, o Reino Unido (BBB).

Tal como estes bancos promocionais, o objetivo do BPF será colmatar falhas de mercado, unindo esforços com o Banco Europeu de Investimento, por exemplo, ou com bancos congéneres, para dar financiamento às empresas que, de outra forma, não teriam acesso a crédito através da banca comercial. Esta atividade envolve risco e, portanto, poderá levar a perdas. Ainda recentemente o ministro das Finanças, João Leão, admitiu que as linhas de crédito para as empresas com garantia estatal — que foram criadas pela SPGM, entidade na qual se fundiu a IFD e a PME Investimentos para dar origem ao BPF — vão começar a gerar perdas para o Estado e estas serão superiores ao esperado anteriormente.

A discussão sobre se o Banco de Fomento ia contar ou não para o défice surgiu ainda antes da sua criação em novembro de 2020 e tem implicações na sua capacidade potencial para apoiar a economia portuguesa. Ao ficar fora do perímetro, a dívida e as eventuais perdas (ou ganhos) do BPF não contarão para a dívida pública nem para o défice, dando mais espaço ao banco para ajudar a economia sem ter receio de prejudicar as contas públicas. Em outubro do ano passado, o Jornal de Negócios escrevia que dentro do Ministério das Finanças havia o receio de que o banco pudesse contar para o défice.

Contudo, a questão não é assim tão simples uma vez que as operações terão de ser analisadas uma a uma para se saber o potencial impacto do BPF no défice. “Tal não impede que algumas das suas operações, se revestirem as características referenciadas no ponto 1.2.4.5 do MDD, possam ser reencaminhadas para as contas das AP com impacto na sua capacidade/necessidade de financiamento“, esclarece o gabinete de estatísticas.

O ECO questionou o INE e o Eurostat sobre exemplos de operações que poderão ser incluídas no défice. O INE respondeu que não pode adiantar exemplos de operações. “Analisaremos as operações efetivamente realizadas e decidiremos em consequência quanto à sua classificação“, acrescentou. O Eurostat não respondeu até à publicação deste artigo.

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