Banco Montepio passa de lucro a prejuízo de 16 milhões no primeiro trimestre

O Banco Montepio registou prejuízos de 15,9 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, de acordo com o comunicado enviado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Este resultado compara com o lucro de 5,4 milhões de euros registado no mesmo período do ano passado.

A inversão nos resultados do banco deveu-se sobretudo às perdas de 2,7 milhões de euros registadas com transação de dívida pública no arranque de 2021, quando há um ano havia registado um resultado positivo com operações financeiras de 21,1 milhões.

Todos os indicadores de atividade registaram decréscimos: a margem financeira caiu 4,3% para 57,9 milhões de euros, com o banco a dizer que “evidencia os efeitos negativos determinados pela pandemia Covid-19 nos agentes económicos que originou uma redução dos níveis de atividade e transacionalidade nas empresas e nas famílias, não obstante o aumento da carteira de crédito”.

Já as comissões desceram 2,9% para 27 milhões de euros. Contas feitas, o produto bancário apresentou uma quebra de 30% para 84,7 milhões de euros.

Olhando para o crédito a clientes, este aumentou 123 milhões face ao valor de final de 2020, totalizando 12.480 milhões no final de março. Esta evolução resultou “da aposta estratégica de crescimento nas PME e no ‘middle Market'”, segundo nota o banco, “bem como dos clientes particulares”.

Quanto à qualidade da carteira de crédito, o rácio de non performing exposures (NPE) “passou de 12,3% em 31 de março de 2020 para 10,7% no final de março de 2021, beneficiando da política definida para a tomada de risco de crédito, bem como das medidas que foram aprovadas e adotadas nas áreas de acompanhamento e de recuperação de crédito”. Apesar desta descida, é ainda assim o dobro do sistema português.

O Montepio adianta também que foram concedidas 37 mil moratórias, ao abrigo do regime especial de auxílio proporcionado às famílias e às empresas, “que totalizaram 3,0 mil milhões de euros com referência a 31 de março de 2021”.

Já os depósitos de clientes “ascenderam a 12.540 milhões, comparando favoravelmente com os valores registados no final de 2020 e no final do trimestre homólogo de 2020, com os depósitos de clientes particulares a representarem 75%”.

O banco sublinha ainda a “diminuição dos custos operacionais, refletindo o impacto favorável da implementação do plano de ajustamento do quadro de colaboradores e da rede de balcões efetuado em 2020, no âmbito da concretização do objetivo estratégico de melhoria da eficiência e da rendibilidade”.

Num ano, o banco reduziu 242 trabalhadores e encerrou 37 balcões, isto numa altura em que tem em curso um plano de reestruturação que deverá levar à saída de 900 trabalhadores.

(Notícia atualizada às 21h42)

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