150 milhões para eficiência energética dos edifícios em Portugal e Espanha

  • Capital Verde
  • 17 Maio 2021

O Banco Europeu de Investimento e a União de Créditos Imobiliários uniram-se para promover a renovação energética dos edifícios na Península Ibérica. Parceria envolve investimento de 150 milhões

O Banco Europeu de Investimento (BEI) e a União de Créditos Imobiliários (UCI) – uma joint venture entre o Banco Santander e o Grupo BNP Paribas – formalizaram um novo acordo para trabalharem em conjunto na renovação do parque residencial em Portugal e Espanha. O objetivo é reduzir o consumo de energia em cerca de 57 GWh/ano e as emissões de CO2 até 10.269 toneladas por ano.

Esta nova parceria entre o BEI e a UCI envolve um investimento de 50 milhões de euros numa titularização de 480 milhões de euros de hipotecas residenciais com origem em Espanha (RMBS Prado VIII) e permitirá financiar novos empréstimos verdes e sustentáveis, explicam as duas entidades em comunicado. Embora o financiamento esteja principalmente orientado para a renovação de edifícios, também serão elegíveis empréstimos hipotecários para a compra de casas com elevados padrões de eficiência energética.

Esta será a segunda operação realizada pelo BEI com a UCI, tendo a anterior tido lugar em maio de 2020, através do investimento do BEI numa parcela de 100 milhões de euros do RMBS Green Belém 1 (a primeira emissão de obrigações verdes com garantia hipotecária em Portugal lançada pela UCI). O investimento faz parte da estratégia da UCI para o financiamento sustentável na Península Ibérica.

“Estamos orgulhosos de poder alargar a nossa parceria com o BEI para continuar a desenvolver a nossa estratégia de financiamento sustentável na Península Ibérica e contribuir para a descarbonização do parque habitacional em ambos os países”, referiu, em comunicado, Robert Colomer, CEO da UCI.

Com a realização do projeto é estimado que haja uma poupança final de energia, em Portugal e Espanha, de 57,3GWh/ano, o que corresponde a uma poupança superior a 10 mil toneladas/ano de CO2, equivalente ao consumo anual de energia de 14 mil lares. O objetivo é atenuar as alterações climáticas e promover a sustentabilidade. Durante o período de construção, é ainda esperada a criação de 940 empregos por ano.

“Atualmente, cerca de 75% do parque imobiliário tem uma baixa eficiência energética e, o que é mais crítico, quase 85-95% deles estarão ainda em uso em 2050. Estamos, portanto, muito orgulhosos de apoiar a UCI na condução de projetos e investimentos ecológicos para melhorar significativamente a eficiência energética em Portugal e Espanha”, afirmou Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI.

Apesar do financiamento ter como objetivo final a renovação energética de edifícios, também vai ser possível selecionar empréstimos hipotecários para a compra de casas com grande eficiência energética. Os empréstimos abrangidos pela parceria BEI e UCI vão cumprir os critérios estabelecidos pela Federação Hipotecária Europeia no âmbito do Plano de Ação para a Eficiência Energética (EEMI).

As operações de renovação devem gerar uma melhoria na eficiência energética da propriedade de pelo menos 30%, enquanto o financiamento para a compra de novas habitações deve ter um consumo de energia mais baixo.

“Estamos satisfeitos em ver que o rótulo EEM está a atuar como um catalisador de mercado que alinha as partes interessadas privadas e o setor público no objetivo comum de criar consciência e um novo paradigma verde com benefícios concretos para os consumidores e transparência para os investidores. O mercado está a virar a página em direção a um futuro mais sustentável para todos”, concluiu, no mesmo comunicado, Luca Bertalot, Secretário-Geral da Federação Hipotecária Europeia.

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