Costa diz que África do Sul vai produzir vacinas contra a Covid-19 “muito brevemente”

O primeiro-ministro português disse que a UE apoia o aumento da capacidade global de produção de vacinas por via da produção local em África, nomeadamente em África do Sul.

O primeiro-ministro português sinalizou em Paris (França) que “vai ser feito um apoio grande” para que “seja possível produzir” vacinas contra a Covid-19 no continente africano, designadamente em África do Sul, algo que remeteu para “muito brevemente”. As declarações foram transmitidas pela RTP3 à margem da Cimeira para o Financiamento das Economias Africanas, e após um encontro com o presidente da República de Angola, João Lourenço.

“Além de continuarmos a assegurar o fornecimento de vacinas por via do mecanismo Covax, vai ser feito um apoio grande para que, muito brevemente, seja possível produzir no continente africano, e a partir de África do Sul, vacinas que possam aumentar a capacidade mundial de produção de vacinas”, disse António Costa, referindo que este “esforço” permitirá que África tenha “capacidade de produzir em larga escala” não só as vacinas anti-Covid como outras.

O governante não deu mais informação sobre a operacionalização desse apoio. Entretanto, a AFP avançou que a cimeira em Paris apoiou o levantamento de patentes para permitir a produção de vacinas contra a Covid-19 em África, citando o presidente francês, Emmanuel Macron, mas não foi possível confirmar a informação ou obter mais detalhes.

Quanto ao financiamento da recuperação da economia em África, Costa disse ter a “esperança” de que seja aprovado, ainda na presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, o programa Europa Global, com 80 mil milhões de euros de financiamento para cooperação e desenvolvimento, dos quais 30 mil milhões “têm de ser dedicados à África subsariana”.

Em relação à dívida de alguns países africanos em dificuldades, foram acordadas nesta cimeira várias reestruturações, num trabalho desenvolvido “quer com o Banco Mundial, quer com o FMI [Fundo Monetário Internacional”, disse o primeiro-ministro.

Costa revelou que foi alcançado um compromisso de países europeus “procurarem entre si contribuírem com parte dos direitos de saque a que têm direito e não vão utilizar para os poderem transferir para o financiamento das economias africanas”. Sobre o montante, remeteu uma divulgação pública para Macron, mas, em resposta a um jornalista angolano, disse que “não ficaria surpreendido” se o montante rondasse os 100 mil milhões.

Portugal também deu “luz verde” à extensão de moratórias nos créditos junto de alguns países africanos, explicou, incluindo a reestruturação de dívida do Sudão, Zâmbia e “outro país” que não identificou. “Mas o foco esteve nos direitos especiais de saque”, afirmou, referindo tratar-se de “um objetivo muito ambicioso”.

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