Novo Banco prevê pedir mais de 100 milhões em 2021 se FdR enviar cheque de 430 milhões este ano

António Ramalho adiantou no Parlamento que se o Fundo de Resolução passar cheque de 430 milhões este ano, o Novo Banco deverá pedir mais de 100 milhões em 2021.

António Ramalho revelou esta quarta-feira que o Novo Banco deverá pedir mais de 100 milhões de euros ao Fundo de Resolução em 2021, isto no caso de receber apenas 430 milhões este ano, aquém dos 598 milhões que pediu ao abrigo do mecanismo de capital contingente.

O deputado do PSD Hugo Carneiro citou um documento interno do Novo Banco de 5 março onde o banco prevê uma chamada de capital entre os 90 milhões e os 150 milhões de euros no próximo ano. “Confirma que poderá haver nova call no próximo ano?”, questionou o deputado na comissão de inquérito ao Novo Banco.

Num cenário de 430 milhões [pagos pelo Fundo de Resolução este ano] isso pode acontecer. (…) Seria uma call na volta dos cento e qualquer coisa milhões que eventualmente poderia surgir”, confimrou Ramalho.

Segundo explicou o CEO do Novo Banco, esta questão está dependente daquilo que for a injeção deste ano. O banco pediu 598 milhões de euros ao Fundo de Resolução por referência às contas de 2020, mas há dúvidas no valor de 166 milhões de euros relativas a perdas com a sucursal espanhola e que o fundo entende que não deve cobrir. “Isto pode alterar os planos de contingência futuros”, esclareceu Ramalho aos deputados. Esta terça-feira, o presidente do Fundo de Resolução até revelou três disputas com o banco que podem fazer baixar o cheque para 410 milhões.

António Ramalho deu conta ainda da incerteza que existe em torno da nova chamada de capital e disse que depois de outubro já estará em condições de ter uma ideia mais apurada do valor da nova injeção.

O capital tem flutuações que nós não conseguimos determinar. (…) A flutuação de taxa de juro faz flutuar a nossa carteira de dívida pública e isso pode ter alterações. Também ainda há muitas coisas que estão em discussão. Há possibilidade de venda de fundos de reestruturação que estão a ser negociados e nós não sabemos se vai correr bem ou mal, há possibilidade de venda de créditos que podem ficar ou correr bem”, explicou.

“Normalmente conseguimos fazer discussão muito séria a partir de outubro com o Fundo de Resolução, que é quando temos uma previsão de contas reais. Portanto, vai depender daquilo que for a chamada de capital [este ano], o que é uma incógnita ao nível do Novo Banco”, acrescentou António Ramalho.

O presidente do Novo Banco adiantou também que o novo pedido não tem a ver com os resultados do banco este ano — o banco espera regressar aos lucros em 2021 –, mas antes “com o phase in do IFRS9″ que “vai afetar o capital sem afetar resultados”.

(Notícia atualizada às 10h38)

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