G7 perto de um acordo sobre tributação mínima dos lucros das empresas

Está cada vez mais próximo um acordo fiscal internacional que impedirá as grandes empresas de desviarem os lucros para serem tributados em jurisdições com baixos impostos, segundo o Financial Times.

O G7 — Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido — está perto de alcançar um acordo sobre a tributação dos lucros das multinacionais, abrindo o caminho para um acordo internacional este verão, de acordo com o Financial Times, que diz que este passo é um pré-requisito para as negociações formais ao nível da OCDE (envolvendo 139 países) e do G20 de julho em Itália.

O acordo pode ser selado já esta sexta-feira num encontro virtual dos ministros das Finanças destes sete países — no dia 4 e 5 de junho vão reunir-se em Londres presencialmente — e segue-se à proposta da administração norte-americana de aplicar uma taxa mínima de 15% aos lucros sobre as empresas independentemente do local onde esta é taxada, o que foi recebido com entusiasmo na União Europeia por parte de França, Alemanha, Itália e também Portugal.

O FT escreve que, a concretizar-se, esta será a maior mudança no sistema fiscal internacional num século. O objetivo é limitar a capacidade das grandes empresas de desviarem os lucros registados em determinados países para jurisdições com impostos muito inferiores e também obrigar as gigantes tecnológicas a pagar mais impostos nos países onde de facto as suas vendas são feitas.

A expectativa de vários intervenientes neste processo é que possa haver um acordo em julho, mas o FT refere que fontes próximas do processo pensam que é mais provável que tal aconteça em outubro dada a complexidade das negociações. Até porque os pequenos países, que mais têm usado a concorrência fiscal, como é o caso da Irlanda, querem que continue a ser possível utilizar este instrumento para captar investimento direto estrangeiro, apesar de dizerem que aceitam as mudanças.

Na passada sexta-feira, após a proposta dos EUA ter sido divulgada, tanto França como Alemanha elogiaram a administração Biden e mostraram-se convictos de que haverá um acordo este verão. “[A taxa mínima de 15%] pode ser um bom compromisso”, reagiu o ministro das Finanças francês à entrada para o Eurogrupo. Momentos depois, o ministro das Finanças alemão chega com ainda maior entusiasmo: “Isto é um grande progresso. Estou muito contente esta manhã”. Ao final da tarde, o ministro das Finanças português, João Leão, também disse estar “muito de acordo com o que está a ser negociado” ao nível da OCDE, mas não se comprometeu com o valor da taxa em si.

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