Xerife português nos EUA confiante que lusodescendentes chegarão à Casa Branca

  • Lusa
  • 6 Junho 2021

O neto de imigrantes nos EUA lembrou que as gerações antigas de portugueses “não eram sempre bem-vindas” em alguns lugares, como de política, mas com o tempo mudaram opiniões com o trabalho árduo.

O xerife do condado de Essex, Nova Jérsia, nos Estados Unidos, o português Armando Fontoura, acredita que a Casa Branca venha a ser ocupada por pessoas de ascendência portuguesa, com a continuação do “trabalho árduo” da comunidade luso-americana.

O nosso objetivo é obter a chave da Casa Branca e um dos nossos filhos vai obtê-la. Estou completamente, totalmente confiante de que vamos conseguir”, declarou Armando Fontoura, português emigrado para os EUA há mais de 60 anos e xerife há 20 do condado de Essex, integrado por 22 municípios. “Vamos, porque o nosso povo é tido em alta estima e é muito respeitado”, continuou Armando Fontoura, na tarde de sábado, em celebração do Dia de Portugal frente à Câmara Municipal da cidade de Newark.

Nascido em Vilar de Perdizes, concelho de Montalegre, o neto de imigrantes nos EUA lembrou que as gerações antigas de portugueses “não eram sempre bem-vindas” em alguns lugares, como de política, mas com o tempo mudaram opiniões com o trabalho árduo.

“Quando perceberam que éramos uma força com a qual tinham de lidar, de muitas, muitas maneiras, agora temos a chave para este lugar. Podemos entrar a qualquer hora e sair quando quisermos e até mesmo falar a nossa língua”, disse o xerife, apontando para a Câmara Municipal de Newark, durante uma visita da secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes.

Armando Fontoura, dirigente de vários órgãos de autoridade e segurança, com um total de cerca de 400 funcionários, nos 22 municípios do condado, vai a eleições este mês para tentar um 11.º mandato consecutivo como xerife. Referindo-se a Eliana Pintor Marin, deputada estadual, membro da Assembleia Geral de Nova Jérsia, Fontoura disse que os portugueses e luso-americanos já têm a “chave” para a Assembleia estadual.

No Congresso federal, em Washington, existem também representantes de origem portuguesa ou luso-eleitos a representar diversas zonas dos Estados Unidos. “Podemos entrar no Capitólio e no Congresso sem ter que invadir, sem ter que derrubar paredes e ferir polícias, temos a chave para isso também”, declarou o xerife, em referência à insurreição ao Capitólio, em 06 de janeiro, por milhares de apoiantes de Donald Trump, revoltados contra a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais, um ataque que provocou a morte a cinco pessoas.

Em comentários à agência Lusa na margem do evento, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas mostrou-se confiante de que isso aconteça: “Sim, eu acho que poderá haver portugueses [na Casa Branca], não há nada que o impeça”. “Na verdade, temos atualmente o exemplo de alguém que é americano, mas também tem antepassados irlandeses [o Presidente Joe Biden] e por isso nada impede que os portugueses possam chegar lá”, declarou Berta Nunes.

A secretária de Estado declarou ter-se surpreendido com a “alma, a força, a portugalidade que emerge” da comunidade luso-americana em Newark e destacou que os portugueses radicados nos EUA “participam na construção do país e numa cultura de tolerância e da aceitação da diferença”. Os Estados Unidos têm uma população de portugueses e lusodescendentes estimada em cerca de 1,3 milhões.

A secretária de Estado iniciou a sua visita aos Estados Unidos nas cidades de Newark e Elizabeth e continua a visita às comunidades luso-americanas até 11 de junho, nos estados de Rhode Island, Massachusetts, Connecticut, Nova Iorque e Florida, celebrando o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, na próxima quinta-feira, nos EUA.

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