ISEG vê economia a recuperar até 5,5% face ao primeiro trimestre

Os economistas do ISEG antecipam um crescimento homólogo da economia portuguesa entre 15% a 16% no segundo trimestre. Face ao primeiro trimestre, a subida ficará entre 4,6% e 5,5%.

OISEG estima que a economia portuguesa tenha recuperado significativamente no segundo trimestre deste ano. A variação homóloga do PIB poderá chegar aos 16%, mas este número é influenciado pelo efeito de base dado que o segundo trimestre de 2020 registou uma quebra histórica (-16,3% em termos homólogos). Face ao primeiro trimestre, o crescimento pode ir até aos 5,5%.

“Com os dados quantitativos incompletos disponíveis para o 2.º trimestre de 2021, estima-se que o PIB trimestral tenha crescido entre 15% e 16% em relação ao trimestre homólogo de 2020, o que corresponde a 4,6% a 5,5% em relação ao 1.º trimestre de 2021”, lê-se na síntese de conjuntura de junho divulgada esta segunda-feira. A previsão para o conjunto do ano é de entre 3,5% a 4,5%, em linhas com as previsões que existem.

A síntese de conjuntura detalha que o processo de desconfinamento e a aceleração do processo de vacinação no segundo trimestre geraram melhorias nos indicadores económicos, tendo alguns atingidos máximos pós-crise e “mesmo superiores nalguns casos aos registados no período imediatamente anterior à pandemia”. Em particular, em junho houve uma “melhoria mais significativa da confiança no setor dos serviços”, o qual tem sido mais afetado pela pandemia.

Fonte: Síntese de Conjuntura do ISEG de junho.

Porém, os economistas recordam o efeito crucial da base baixa do período homólogo: “A dimensão do crescimento previsível para o 2º trimestre é o reflexo do negativo do 2º trimestre de 2020, com exclusão do que se perdeu com uma situação ainda não normalizada do ponto de vista sanitário e alguns impactos económicos mais duradouros da crise vivida”. Assim, ainda ficaremos a alguma distância do período homólogo de 2019″, lembram.

O principal motor do crescimento da economia no segundo trimestre terá sido a procura interna, esperando-se uma “crescimento substancial do consumo privado nas suas componentes de bens duradouros e serviços”. “Também a Formação Bruta de Capital Fixo deverá crescer mais do que no trimestre anterior, pois, para além da Construção, as indicações preliminares para a FBCF em material de Transporte e Máquinas e Equipamento são bastante positivas“, detalha o ISEG. No que toca ao consumo público, é expectável que não haja grandes alterações a não ser uma variação homóloga “ampliada” pelo efeito base.

Quanto à procura externa, “o seu contributo para o PIB é mais incerto pois o crescimento da procura turística externa poderá ter sido insuficiente para obter um resultado positivo, ainda que se espere, pelo menos, um contributo menos negativo“, explica os economistas.

Esta estimativa do ISEG fica dentro do intervalo avançado pelo Fórum para a Competitividade na semana passada: um crescimento homóloga entre 14% e 18% e um crescimento em cadeia entre 4% e 8%. A expectativa do Banco de Portugal, segundo o boletim económico de junho, é que o crescimento do PIB no segundo trimestre seja mais do que suficiente para compensar a queda do início do ano. No primeiro trimestre, o PIB contraiu 5,4% em termos homólogos por causa do segundo confinamento.

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