Comissão Europeia não mexe na previsão para Portugal, mas revê em alta crescimento da Zona Euro

A Comissão Europeia está mais otimista com a evolução da economia da Zona Euro face às últimas previsões. Contudo, isso não afetou as estimativas para a economia portuguesa.

A Comissão Europeia atualizou esta quarta-feira as suas previsões económicas e reviu em alta o crescimento da Zona Euro, de 4,3% para 4,8% em 2021, e de 4,4% para 4,5% em 2022. Porém, esta melhoria vem de outros países que não Portugal. Para a economia portuguesa, Bruxelas deixou as previsões intactas em 3,9% em 2021 e 5,1% em 2022, mesmo depois do Banco de Portugal ter estimado em junho um crescimento de 4,8% para este ano.

Com este ritmo de crescimento, tal como João Leão tinha antecipado na Cimeira da Recuperação, o PIB da União Europeia e da Zona Euro irá regressar ao nível pré-crise ainda no final deste ano, em vez de em 2022 como anteriormente previsto. Nas previsões de verão divulgadas esta terça-feira, a Comissão Europeia explica que é a reabertura das economias, graças à vacinação, que está a permitir uma retoma mais pujante.

A economia europeia está a caminho do crescimento mais rápido em décadas“, afirma Paolo Gentiloni, comissário europeu para a economia, em comunicado, notando que a revisão em alta de seis décimas para o crescimento de 2021 é a maior que a Comissão já fez em mais de 10 anos. Mas Gentiloni recorda que para a retoma continuar é preciso manter os apoios “durante o tempo que for necessário” e deixa um alerta sobre a variante Delta: é um “lembrete claro” de que ainda não saímos totalmente da pandemia.

O que irá gerar esta expansão do PIB? “É esperado que o crescimento se fortaleça devido a vários fatores”, descrevem os técnicos de Bruxelas, como por exemplo o melhor desempenho do primeiro trimestre, o avanço do processo de vacinação, a reabertura das economias, o que se reflete nos indicadores de confiança dos consumidores e das empresas. Além disso, há “evidências de um relançamento da atividade turística intra-UE“.

“Em conjunto, estes fatores deverão sobrepor-se ao impacto adverso da escassez de alguns bens e o aumento dos custos que está a afetar algumas partes do setor industrial“, explicam. O consumo privado e o investimento serão os motores desta recuperação, assim como a expansão das exportações devido ao crescimento expressivos dos parceiros comerciais.

Fonte: Comissão Europeia. Previsões de verão.

A Comissão Europeia espera ainda que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nacional de cada país dê um contributo “significativo” para o crescimento da economia. Os técnicos estimam que o PRR gere em 2021 e 2022 um total de riqueza equivalente a 1,2% do PIB da União Europeia em 2019.

A incerteza e os riscos que envolvem este cenário macroeconómico continuam “elevados”, admite Bruxelas, mas são “globalmente equilibrados”. As previsões englobam toda a informação disponível até dia 28 de junho. A próxima atualização das previsões da Comissão Europeia ocorrerá em novembro deste ano.

Inflação alcança objetivo do BCE em 2021

As previsões da Comissão Europeia sobre a evolução dos preços na Zona Euro e na União Europeia mostram uma clara aceleração por causa do aumento dos preços da energia e de outros produtos, dos problemas na produção por causa da escassez de algumas componentes e matérias-primas, assim como o aumento da procura em todo o mundo.

Assim, a taxa de inflação deverá subir para os 2,2% na UE e 1,9% na Zona Euro em 2021. No caso da Zona Euro, esta é a taxa que o Banco Central Europeu (BCE) almeja alcançar com a sua política monetária cujo objetivo é a estabilidade de preços através de uma inflação “próxima, mas abaixo de 2%”.

Porém, em 2022, “estas pressões deverão moderar-se gradualmente” à medida que os problemas na produção são resolvidos e que a procura e a oferta convergem para um novo equilíbrio pós-pandemia. No próximo ano, a taxa de inflação volta a baixar para os 1,6% na UE e 1,4% na Zona Euro.

No caso de Portugal, a taxa de inflação ficará bastante aquém da média: 0,8% em 2021 e 1,1% em 2022.

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