Crédito Agrícola abre processo de avaliação à idoneidade do “Rei dos frangos”

Crédito Agrícola abriu um processo de avaliação de idoneidade a José António dos Santos, presidente não executivo caixa da Lourinhã. Trabalhos estarão concluídos dentro de 10 dias.

O Crédito Agrícola informou esta quinta-feira que pediu à comissão de avaliação da caixa da Lourinhã para proceder “à reavaliação por factos supervenientes relativos” a José António dos Santos, que exerce o cargo de presidente não executivo daquela instituição há 30 anos. O “Rei dos frangos” foi constituído arguido na Operação Cartão Vermelho.

“Este trabalho deverá concluir-se nos próximos 10 dias e será determinante para concluir da idoneidade de José António dos Santos no exercício das suas funções“, adiantou o banco liderado por Licínio Pina.

José António dos Santos foi detido e constituído arguido na passada quarta-feira no âmbito da Operação Cartão Vermelho, juntamente com Luís Filipe Vieira e o filho deste, Tiago Vieira, e ainda o empresário Bruno Macedo. O também conhecido “Rei dos frangos” foi libertado no fim de semana mediante o pagamento de caução de dois milhões, tendo o juiz aplicado mais medidas de coação.

Numa primeira reação, o Crédito Agrícola disse na terça-feira que estava a acompanhar o caso e e que iria exercer “os deveres que tem em função da gravidade eventualmente detetada incluindo a reavaliação superveniente, se necessário”. Agora deu um passo em frente.

“No âmbito do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, com as alterações subsequentes entretanto verificadas, a comissão de avaliação da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Lourinhã iniciará, nos termos da lei, uma averiguação em sede de avaliação a fim de aferir a idoneidade do responsável”, diz a instituição.

Sobre este caso, o Banco de Portugal também já disse que “toda a informação está a ser devidamente ponderada no exercício das suas competências”.

O Ministério Público acredita que o fundador do grupo alimentar Valouro e amigo de longa data de Luís Filipe Vieira foi um testa-de-ferro do presidente do Benfica em vários negócios que lesaram o Benfica, o Novo Banco e o Estado.

No despacho para a realização de buscas, os procuradores suspeitam que a Caixa de Crédito Agrícola da Lourinhã terá servido para José António dos Santos e advogado André Mateus, também ligado à administração desta caixa, montarem operações de crédito no sentido de esconderem o envolvimento de Vieira em várias transações duvidosas.

Entre outros negócios, o Ministério Público dá conta de apoios financeiros de José António dos Santos para comprar a dívida da Imosteps ao fundo americano Davidson Kempner, num negócio que terá prejudicado o Novo Banco. Também a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a investigar as transações de ações de José António dos Santos com vários acionistas da SAD do Benfica, e ainda um acordo para vender uma posição de 25% da sociedade encarnada a um empresário norte-americano.

(Notícia atualizada às 13h05)

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