Zona Euro é o nono lugar do mundo onde é mais caro comprar um Big Mac

O índice Big Mac foi criado nos anos 80 pela The Economist e serve de indicador formal do poder de compra e da valorização das moedas em cada um dos países em que esse famoso hambúrguer é vendido.

Um hambúrguer comprado no McDonald’s pode ser mais do que uma refeição. Nos anos oitenta do século passado, a revista The Economist transformou o Big Mac num índice que, informalmente, avalia o poder de compra e a valorização das moedas de cada um dos países em que a referida cadeia está presente. Hoje é na Venezuela que é mais caro comprar um desses famosos hambúrgueres, sendo o bolívar a moeda mais sobrevalorizada do conjunto das regiões analisadas. A Zona Euro aparece no nono lugar dessa lista, descendo uma posição face a 2020.

De acordo com os dados da revista britânica, comprar um Big Mac na área da moeda única custa 4,27 euros. Já nos Estados Unidos, são precisos 5,65 dólares para adquirir um desses hambúrgueres. Ou seja, está implícita uma taxa de câmbio de cerca de 0,76. Ora, a taxa de câmbio que está efetivamente em vigor está fixada em 0,85, o que sugere, calcula a The Economist, que o euro está subavaliado em 11,1%.

Por outro lado, custa 30.164.100 bolívares para comprar um Big Mac na Venezuela (país onde, por exemplo, o salário mínimo está fixado nos 10 milhões de bolívares). Como nos Estados Unidos esse mesmo hambúrguer custa 5,65 dólares, está implícita uma taxa de câmbio de 5.338.778,76. A diferença entre esse valor e a taxa atualmente em vigor — 3.613.989,07 — indica que a moeda venezuelana está sobrevalorizada em 47,7%, estima a The Economist.

A Venezuela é, de resto, o país cuja moeda é alvo de maior sobrevalorização, de acordo com o Índice Big Mac. É importante notar que este país atravessa uma crise económica há vários anos, que tem sido acompanhada por hiperinflação.

Depois do bolívar venezuelano, é o franco suíço a moeda mais sobreavaliada. Desde o início de 2015 que esta moeda ocupava a posição cimeira dessa tabela, tendo perdido agora esse lugar para o bolívar. Na Suíça, comprar um Big Mac custa 6,50 francos, valor que, quando comparado com o preço praticado nos Estados Unidos, indica que a taxa de câmbio implícita é de 1,15. Ora, a taxa de câmbio que está a ser atualizada é de 0,92, o que significa que o franco suíço está sobrevalorizado em 24,7%.

Por outro lado, é a libra libanesa a moeda mais subvalorizada do conjunto avaliado pela The Economist. Isto já que comprar um Big Mac no Líbano custa 37.000 libras, o que significa que há uma taxa de câmbio implícita, face ao preço praticado nos Estados Unidos, de 6.548,67. “A diferença entre este valor e a taxa de câmbio real, 22.000, sugere que a libra libanesa é subvalorizada em 70,2%“, sublinha a revista britânica. Na base da tabela, aparece ainda a moeda russa, que é alvo de uma subvalorização de 59,9%, segundo as contas da The Economist.

O Índice Big Mac foi criado em 1986 como uma ferramenta informal para avaliar se as moedas estão ou não “no seu nível correto”, explica a revista. Este indicador é baseado na teoria da paridade do poder de compra, que diz que, a longo prazo, as taxas de câmbio devem caminhar para um nível que permita igualar os preços de um determinado cabaz de produtos (neste caso, um hambúrguer do McDonald’s) entre países.

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