Subir impostos? Governos preferem após eleições, diz estudo do Ifo

O estudo do instituto alemão Ifo concluiu que nos países industrializados os impostos tendem a subir logo após as eleições e que não há grandes diferenças na política fiscal à direita e à esquerda.

Se um político decidir que quer aumentar os impostos, o mais provável é que o faça logo a seguir às eleições em que for eleito. Esta é a conclusão de um estudo do instituto alemão Ifo divulgado na passada quinta-feira que analisou as tendências da política fiscal nas economias avançadas. Mais surpreendente é a constatação do mesmo estudo de que os Governos de direita e os de esquerda não têm grandes diferenças nesta matéria.

Os aumentos de impostos nos países industrializados são frequentemente implementados imediatamente a seguir às eleições“, conclui o estudo do Ifo elaborado pelos economistas Clemens Fuest, Klaus Gründler, Niklas Potrafke e Fabian Ruthardt. O exercício avaliou 3.200 reformas fiscais realizadas entre 1960 e 2014 em 22 economias industrializadas e emergentes, através dos dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O estudo descobriu que os impostos que são sentidos diretamente na carteira da maioria dos eleitores, nomeadamente o IVA (imposto sobre o consumo) e o IRS (imposto sobre o rendimento), aumentam logo a seguir às eleições por serem políticas “desagradáveis”. Como os “eleitores têm memória curta”, quando vão votar novamente “muitos deles mal se irão lembrar do aumento de impostos que se seguiu à eleição anterior”, nota Niklas Potrafke.

Os economistas do Ifo estão particularmente expectantes sobre as potenciais mudanças na política fiscal na Alemanha após as eleições federais de 26 de setembro. Com as intenções de voto a darem a dianteira tripartida à CDU (conservadores de Merkel), ao SPD (social-democratas) e aos Verdes, tudo está em aberto sobre a futura composição do Governo alemão e será essa correlação de forças que ditará o futuro dos impostos.

Porém, outra das conclusões curiosas deste estudo é que os dados não sugerem que os Governos de esquerda ou de direita tenham implementado uma política fiscal significativamente diferente. Ambos são cuidadosos o suficiente para não aumentarem os impostos no período anterior às eleições, mas também parecem “não reduzi-los significativamente” antes do ato eleitoral.

Este é o segundo estudo do instituto alemão numa série sobre a política fiscal em que os economistas apresentam propostas para tornar o sistema fiscal alemão mais amigo do crescimento económico e justo.

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