Coface considera Portugal destino seguro para viajar

  • ECO Seguros
  • 22 Novembro 2021

A seguradora de crédito e avaliação de risco-país vê perspetivas positivas para 2022, mas adverte sobre riscos reais na economia, como ruturas da cadeia de abastecimento ou subida de taxas de juro.

O fundo de recuperação da UE “é crucial para apoiar as perspetivas de crescimento de Portugal que é, em percentagem do PIB, um dos maiores beneficiários do mesmo Next Generation EU, com subsídios diretos de cerca de 6% do PIB,” afirma a Coface, seguradora de crédito que há cerca de uma semana reviu em alta, para A2, a avaliação de risco-país atribuída a Portugal.

“Em termos setoriais, a hotelaria, a restauração e o turismo têm sido os setores mais duramente atingidos e estão a ter mais dificuldades em recuperar para os níveis pré-crise. Portugal está atrás da Europa na recuperação porque o turismo é um dos principais motores económicos do país; contudo, o elevado nível de vacinação (liderando a Europa com quase 90% da população alvo vacinada), irá reforçar a ideia de que Portugal é um país seguro para viajar,” salientou Bruno de Moura Fernandes, economista do Departamento de Investigação Económica da Coface.

Globalmente, tanto na Europa como em Portugal, “as perspetivas são positivas para 2022, mas não devemos esquecer que existem riscos reais para a economia, tais como ruturas da cadeia de abastecimento ou aumento das taxas de juro, caso a inflação seja duradoura.”

Enquanto as perturbações da cadeia de abastecimento e a inflação estão a abrandar, “a dinâmica da recuperação e a retoma no sector do turismo é mais lenta”, esperando-se que “as perspetivas económicas continuem a melhorar gradualmente nos próximos trimestres com o regresso progressivo dos turistas europeus,” nota a Coface.

Dormidas de não residentes já superaram a dos residentes em setembro

De acordo com as estimativas rápidas do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico (Atividade Turística – Setembro 2021), pela primeira vez desde o início da pandemia, as dormidas de não residentes superaram as dos residentes. O setor registou 2,1 milhões de hóspedes e 5,6 milhões de dormidas em setembro de 2021, correspondendo a aumentos de 52,3% e 58,4%, respetivamente (+35,5% e +47,9% em agosto, pela mesma ordem).

O mercado interno contribuiu com 2,6 milhões de dormidas e aumentou 26,8%, continuando a superar os níveis do período homólogo de 2019 (+15,6%). As dormidas de não residentes duplicaram face a setembro de 2020 (+100,7%) e totalizaram 3,0 milhões de dormidas, mas foram cerca de metade das registadas em setembro de 2019 (-43,9%).

No 3º trimestre de 2021, as dormidas decresceram 30,7% face ao mesmo período de 2019 (+15,8% nos residentes e -52,6% nos não residentes). Comparando com o 3º trimestre de 2020, registaram-se acréscimos de 57,1% (+31,5% nos residentes e +102,4% nos não residentes).

As dormidas registadas nos primeiros nove meses de 2021 já superaram o valor registado para a totalidade do ano de 2020.

Segundo explica o INE, as estimativas abrangem 3 segmentos de alojamento: hotelaria (hotéis, hotéis-apartamentos, apartamentos turísticos, aldeamentos turísticos, pousadas e quintas da Madeira), alojamento local com 10 ou mais camas e turismo no espaço rural/de habitação

Números do INE para os primeiros sete meses do ano indicam que a totalidade dos dezassete principais mercados emissores (de turistas) registou aumentos em julho, tendo representado 87,5% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês. Em julho, o mercado britânico representou 13,1% do total de dormidas de não residentes, seguindo-se o espanhol (quota de 16,9%), francês (14,8%) e dos países baixos (6,3%).

Nos primeiros sete meses de 2021, registaram-se aumentos no mercado polaco (+103,8%), suíço (+35,9%) e belga (+30,2%), enquanto os restantes principais mercados registaram decréscimos.

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