Primeiro-ministro não afasta novas medidas de combate à pandemia para o Natal

O primeiro-ministro não afastou, esta quarta-feira, introduzir novas restrições para combater a pandemia durante a época natalícia, afirmando que é preciso “estar sempre atento” caso novas medidas venham a ser necessárias, apesar de não as desejar.

Falando aos jornalistas pouco depois de participar na cerimónia de comemoração do 1.º de Dezembro, que decorreu hoje na Praça dos Restauradores, em Lisboa, António Costa foi questionado se admite restrições suplementares para o período das festas, designadamente no que se refere a restrições de viagens entre concelhos.

Na resposta, o primeiro-ministro salientou que o país já está “há quase dois anos nesta pandemia”, tendo retirado duas lições: a necessidade de “adotar medidas o mais cedo possível e que perturbem o mínimo possível a vida das pessoas, o esforço de recuperação da economia e a proteção dos empregos das empresa”, e a necessidade de se “estar sempre atento para ter que tomar uma nova medida caso ela venha a se tornar necessária”.

“O que é que nós todos desejamos? Que ela não seja necessária. O que é que nós devemos ter presente? Que, se ela for necessária, cá estamos para adotar medidas se elas forem necessárias”, referiu.

Segundo o primeiro-ministro, “é assim que o país tem vivido nos últimos dois anos” e que conseguiu “resistir de uma forma difícil, dura para toda a gente”, mas onde os portugueses “têm sido exemplares na sua compreensão cívica” de que, em estado de pandemia, “cada um só se protege, protegendo os outros”.

Costa diz que nova variante não aparenta ser mais “danosa”, mas pede “máxima cautela”

O primeiro-ministro afirmou também esta quarta-feira que a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 aparenta ser “mais transmissível, mas não necessariamente mais danosa para a saúde”, apelando a que, até que surja mais informação, se tenha o “máximo de cautela possível”.

António Costa salientou que, das informações que o Governo tem recebido tanto das “autoridades sul-africanas” como “dos contactos com médicos portugueses que trabalham na África do Sul”, a variante Ómicron terá “um maior índice de transmissibilidade”, mas não tem uma “sintomatologia muito diferente das variantes anteriores”.

“As informações que têm sido recolhidas indicam uma coisa: primeiro, esta variante tem um maior índice de transmissibilidade, ou seja, é mais perigosa na transmissão, (…) [mas] não aparenta desenvolver uma sintomatologia muito diferente das variantes anteriores, ou seja, é mais transmissível mas não é necessariamente mais danosa para a saúde”, afirmou.

No entanto, o chefe do Executivo salientou que é “importante” saber-se mais sobre a nova variante e frisou que, até que haja mais informação, é necessário “o máximo de cautela possível”.

É preciso termos cautela porque ainda sabemos pouco, foi detetada há pouco tempo, portanto temos que ir aguardando a informação que as autoridades científicas vão produzindo. (…) É evidente que não nos podemos descuidar”, salientou.

A nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 (que provoca a covid-19), a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul, tendo sido identificados, até ao momento, 13 casos desta nova estirpe em Portugal.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.441 pessoas e foram contabilizados 1.147.249 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

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