Detetado terceiro foco de gripe das aves em Portugal

  • Lusa
  • 31 Dezembro 2021

Em Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha, foi detetado o terceiro foco de gripe das aves, numa exploração de perus. Os dois focos anteriores tinham sido detetados a 1 e 23 de dezembro.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária anunciou que foi detetado um terceiro foco de gripe das aves em Portugal, numa exploração de perus, em Praia do Ribatejo, Vila Nova da Barquinha (Santarém), tendo sido ativado o plano de contingência.

Em comunicado, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) indicou esta sexta-feira que “foi confirmado um terceiro foco de Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (laboratório nacional de referência para as doenças dos animais), em exploração de perus, em Praia do Ribatejo”, no concelho de Vila Nova da Barquinha.

Os dois focos anteriores foram detetados a 1 de dezembro, numa capoeira doméstica em Palmela, e a 23 de dezembro, numa exploração de perus em Óbidos, com cerca de 18 mil aves, existindo “uma ligação” entre essa exploração e o terceiro foco detetado a 30 de dezembro em Vila Nova da Barquinha, refere a DGAV, dando conta que, os primeiros dois focos “estão contidos, ainda que sob vigilância”.

Na exploração de perus em Praia do Ribatejo o plano de contingência já foi ativado e as medidas de controlo estão a ser implementadas.

Estas medidas, segundo a mesma nota, incluem a “inspeção aos locais onde foi detetada a doença e a eliminação dos animais afetados, assim como a inspeção às explorações pecuárias existentes nas zonas de proteção, num raio de 3 km em redor do foco, e notificação de vigilância num raio de 10 km”.

As autoridades também já procederam à “eliminação dos animais afetados”, que se estima em cerca de 06 mil, com os detentores das explorações a serem “indemnizados pelo abate sanitário dos animais, conforme previsto na legislação em vigor”.

A DGAV lembrou que “não existem evidências de que a gripe aviária seja transmitida para os humanos através do consumo de alimentos”, como carne de aves de capoeira ou ovos, tendo dado conta que “os trabalhadores envolvidos na eliminação dos focos registados e que lidaram diretamente com as aves infetadas foram rastreados” e estão “até agora com resultados negativos”.

“Na origem da doença estará a regular migração de aves selvagens na Europa, provenientes da Ásia e do leste da Rússia, que têm permitido a circulação viral e a sua transmissão a longas distâncias”, adiantou.

Face à “situação epidemiológica atual”, a DGAV defendeu ser importante cumprir as regras de biossegurança, assim como as boas práticas de produção avícola, evitando contactos entre aves domésticas e selvagens.

Devem ser cumpridos os procedimentos de higiene das instalações, equipamentos e materiais e mantida uma observação “diária e atenta” das aves de capoeira, incluindo os consumos de água, alimentos e os índices produtivos.

“Recorde-se que os operadores que detêm aves de capoeira ou aves em cativeiro são os primeiros responsáveis pelo estado sanitário dos animais por si detidos e, perante uma qualquer suspeita de doença, a mesma deverá ser imediatamente comunicada à DGAV. A deteção precoce de focos de infeção por vírus gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) é absolutamente essencial para a rápida e eficaz implementação no terreno das medidas de controlo da doença destinadas a evitar a sua disseminação”, concluiu.

A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.

França abate mais de 600 mil aves num mês devido à gripe aviária

Mais de 600 mil aves foram abatidas em França desde o primeiro caso de gripe aviária detetado numa exploração no final de novembro, noticia esta sexta-feira a AFP.

De acordo com dados provisórios do Ministério da Agricultura, citados pela AFP, foram identificados 26 surtos do vírus em explorações, principalmente no sudoeste de França, 15 casos em animais selvagens e três casos numa quinta.

França, como muitos países europeus, está a ser, mais uma vez, afetada neste inverno pela influenza aviária, conhecida como gripe aviária, altamente patogénica, transmitida por aves migratórias.

No ano passado, esta epizootia causou quase 500 surtos, que resultaram no abate, muitas vezes, preventivo de cerca de 3,5 milhões de aves, principalmente patos.

Desde que foi detetado pela primeira vez em 26 de novembro no norte de França na cidade de Warhem, a gripe aviária afetou outras explorações no norte e atingiu o sudoeste do país, onde a maioria dos casos está agora concentrada.

“Desde o dia 16 de dezembro, quando o primeiro surto do tipo H5N1 foi confirmado no sudoeste numa exploração de patos na cidade de Manciet, nas Gers, 22 novos surtos foram identificados nos Pirenéus Atlânticos”, informou o ministério num comunicado à imprensa na noite de quinta-feira.

As explorações foram despovoadas e desinfetadas, acrescentou o ministério. Serão aplicadas restrições adicionais para limitar o contágio “numa área elevada no Sudoeste”, cuja extensão deve ser especificada por decretos provinciais.

Dentro desse perímetro, os criadores não poderão receber novos pintainhos ou patinhos nas suas explorações “até ao dia 7 de janeiro”. “Essas medidas podem ser prorrogadas, tendo em vista a evolução da situação sanitária”, alertou o ministério.

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