AT simplifica abertura de atividade dos recibos verdes

  • Lusa
  • 7 Setembro 2021

O foco na simplificação e na melhoria da relação entre o contribuinte e a AT pretende dar resposta à constatação de que a “esmagadora maioria” dos contribuintes “são cumpridores”.

A Autoridade Tributária e Aduaneira está a desenvolver uma solução informática para simplificar a declaração de início de atividade dos recibos verde, revelou o subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte, Nuno Félix, em entrevista à Lusa.

“A Autoridade Tributária e Aduaneira está neste momento a ultimar um conjunto de desenvolvimentos informáticos para tornar mais fácil a interação dos profissionais liberais, dos trabalhadores independentes com a administração fiscal e isto vai traduzir-se numa declaração de início de atividade num formato muito mais simples e amigável”, disse Nuno Félix, que há dois anos assumiu a nova área da relação com o contribuinte, criada na AT.

A par desta simplificação está também a ser desenvolvida uma aplicação para telemóveis que vai permitir a estes contribuintes interagir com a administração fiscal, seja para emitir recibos verdes, seja, por exemplo, para fazer todo o acompanhamento das faturas que lhes vão sendo emitidas.

A nova aplicação está já a ser testada em parceria com as ordens profissionais e o objetivo é que seja lançada ainda este ano, adiantou Nuno Félix, precisando que as soluções que estão a ser trabalhadas para os profissionais liberais e trabalhadores independentes resultam de um conjunto de complexidades nas obrigações que foram identificadas e que geravam muitas vezes erros, que por sua vez levavam a “aparentes incumprimentos”.

O foco na simplificação e na melhoria da relação entre o contribuinte e a AT pretende dar resposta à constatação de que a “esmagadora maioria” dos contribuintes “são cumpridores” e que, muitas vezes, quando não cumprem, é porque “não estavam inteiramente cientes das suas obrigações ou tiveram alguma dificuldade em cumpri-las”.

Neste contexto, precisa o subdiretor-geral, “sem prejuízo da AT manter e dever manter todos os seus instrumentos para reagir em relação aos contribuintes que insistam em não cumprir”, enquanto administração tem “o dever de continuar cada vez mais a simplificar e a facilitar o cumprimento para aqueles que querem cumprir”.

É também com o objetivo de melhorar a relação com o contribuinte que está a ser desenvolvida a medida que pretende clarificar e tornar mais simples o texto das notificações que a AT envia aos contribuintes e as primeiras a serem abrangidas são as das liquidações oficiosas de imposto e as das execuções fiscais.

Trata-se, referiu o mesmo responsável da AT, de duas áreas consideradas prioritárias a este nível da simplificação da comunicação porque, no caso das liquidações oficiosas, “é muito importante que as pessoas percebam antes de mais porque é que aquela liquidação está a surgir”, qual é a informação de base na qual está ser emitida e de que forma podem reagir.

“E aqui talvez o exemplo mais paradigmático seja o profissional liberal ou o trabalhador independente que se esqueceu de submeter a declaração periódica de IVA e recebe uma liquidação oficiosa de IVA”, precisa.

Em relação às execuções, precisa, é igualmente importante que o contribuinte perceba o que lhe está a ser imputado e qual o motivo. Esta explicação, de forma simples e clara, é especialmente relevante quando está em causa uma citação de dívida que sendo não tributária, também é cobrada pela AT – como sucede com as das portagens por exemplo.

É que, se no caso de uma dívida fiscal, houve todo um histórico e o contribuinte sabe quais foram as fases anteriores até se chegar a esta fase da execução, nem sempre isso sucede relativamente a dívidas não fiscais – em que o visado alega muitas vezes que nem foi citado para efetuar o pagamento de forma voluntária.

A medida das notificações mais simples está prevista há já algum tempo, e o projeto-piloto deverá arrancar ainda este ano, mas a sua concretização tem enfrentado duas dificuldades: por um lado, fazer com que o texto seja mais claro mas sem perder toda a exatidão do ponto de vista legal e, por outro lado, o exíguo espaço para o texto existente no formato atual das notificações em papel.

“Neste momento expedimos as nossas notificações com um formato de papel que deixa um espaço bastante reduzido para o texto, e a conclusão a que temos chegado é que, para transmitir a mensagem de forma mais clara, vamos precisar de mais palavras e isso leva a que, neste momento, estejam a ser equacionadas não só evoluções a esse nível, mas também que esteja a ser feito um investimento considerável nas notificações eletrónicas”, ou seja, na possibilidade de, no Portal das Finanças, consultar as notificações.

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Respostas das Finanças pelo e-balcão sobem 250% em dois anos

  • Lusa
  • 7 Setembro 2021

O e-balcão, através da qual os contribuintes podem colocar dúvidas, recebeu cerca de 200 mil questões nos primeiros seis meses de 2019 e mais de 700 mil entre janeiro e junho de 2021.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) respondeu, através do e-balcão, a mais de 700 mil questões no primeiro semestre deste ano, o que traduz uma subida de 250% face ao semestre homólogo de 2019, e as chamadas duplicaram.

Estes números foram adiantados pelo subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte da AT, Nuno Félix, que, em entrevista à Lusa, sublinhou o esforço feito pela AT para continuar a responder às solicitações dos contribuintes numa altura em que a pandemia impôs restrições ao atendimento nos serviços de Finanças.

O Centro de Atendimento Telefónico (CAT) da AT fechou o primeiro semestre de 2019 com o registo de 800 mil chamadas atendidas, número que no mesmo semestre de 2021 aumentou para 1,6 milhões. A funcionalidade e-balcão, por seu lado, através da qual os contribuintes podem colocar dúvidas, recebeu cerca de 200 mil questões nos primeiros seis meses de 2019 e mais de 700 mil entre janeiro e junho de 2021.

Apesar da subida, sublinha Nuno Félix, o prazo médio de resposta do e-balcão manteve-se inferior a três dias úteis.

Apesar das dificuldades criadas pela pandemia, a experiência vivida ao longo deste último ano e meio criou também, sublinha o responsável da AT para a relação com o contribuinte, a oportunidade de construir novas modalidades de atendimento “mais eficientes, mais eficazes” e que sirvam “melhor o cidadão”.

Durante a fase em que era permitido aos contribuintes fazer um pré-agendamento no Portal das Finanças sem este estar sujeito a uma triagem, foi possível constatar, refere, que cerca de metade dos contribuintes que faziam este agendamento e eram contactados pelos serviços antes da data do agendamento, acabavam por não se deslocar ao serviço de Finanças, “porque era possível esclarecer a questão ou porque havia ainda alguma documentação que necessitavam de tratar junto de outra entidade e a deslocação ao serviço seria infrutífera”.

Esta realidade mostra que, conseguindo fazer esta diferenciação entre aquilo que é uma “questão de atendimento rápido, de um esclarecimento que possa ser prestado na hora, versus um atendimento mais complexo, que deva ser agendado e tenha a ganhar com uma maior preparação”, vai ser possível à AT atender de forma mais célere e mais rápida aqueles que procuram respostas imediatas e garantir aos que tem questões mais complexas “um atendimento preparado para esse maior grau de complexidade”.

Designado para o cargo de subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte da Autoridade Tributária e Aduaneira em agosto de 2019, Nuno Félix viu, em abril de 2020, ser criada a Direção do Serviço de Apoio e Defesa do Contribuinte, através da qual chegam queixas de contribuintes e são dadas, entre outras atribuições, informações sobre os seus direitos de defesa.

E os dados das queixas evidenciam que o ‘foco’ mudou desde 2020. Se no ano passado, as 9.000 queixas recebidas tinham especial incidência na área das execuções fiscais e do Imposto Único de Circulação (IUC) – sobretudo relacionadas com titularidade do veículo e cobrança do imposto – “neste momento o ‘top’ das queixas vai de forma muito significativa para as encomendas postais” e para os processos de desalfandegamento associados ao comércio eletrónico, refere Nuno Félix.

O responsável da AT, salienta, a este propósito, que os serviços da AT demoram menos de uma hora a processar a declaração que lhes é submetida pelos CTT a pedir o desalfandegamento da mercadoria. “[O foco mudou-se] para as alfândegas aparentemente por um erro de perceção que às vezes temos. Quando estamos para receber uma encomenda de um país terceiro de fora da União Europeia, sendo uma encomenda postal, esse processo logístico é tratado por parte dos CTT”, precisa.

Sublinhando que a relação entre a AT e os contribuintes é uma área em que “há sempre espaço para melhorar”, Nuno Félix salienta que uma das principais funções deste serviço, mais do que olhar para o caso em concreto, “é identificar oportunidades de melhoria da administração como um todo, para que aquele lapso que possa ter afetado um contribuinte, idealmente não se venha a repetir em relação a outros contribuintes”.

Daí, detalha, que este serviço se tente posicionar antes de surgir a necessidade de uma reclamação graciosa, dirigindo-se àqueles contribuintes que “muitas vezes nem conhecem os meios de defesa que têm”. “Grande parte das interações que temos com os contribuintes vão no sentido de os informar quanto aos seus direitos, de como é que podem reagir face a determinada decisão da administração”, refere.

Neste contexto indica os dados do índice de satisfação relativamente a várias entidades públicas e privadas que são regularmente publicados pelo Portal da Queixa em que o índice de satisfação face à AT subiu de 10% há dois anos, para 70% no momento atual.

Outra das mudanças operadas desde que este serviço foi criado tem a ver com os indicadores para o FET (Fundo de Estabilização Tributário) que passaram a depender da avaliação global que é feita da AT em termos de QUAR (Quadro de Avaliação e Responsabilização) e não apenas da cobrança coerciva e das regularizações na sequência de inspeções.

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Morada no cartão de cidadão é obstáculo na isenção de IMI

  • ECO
  • 7 Setembro 2021

Este problema já acontece há pelo menos dez anos. Os contribuintes têm de alterar a sua morada no cartão de cidadão, para que essa seja a morada considerada pelo Autoridade Tributária e Aduaneira.

Por desconhecimento ou por a morada não ter sido alterada no cartão de cidadão, a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) está a travar o acesso à isenção de IMI prevista em lei para os contribuintes que comprem imóveis para habitação própria e permanente por três anos. O Fisco não aceita sequer outros meios de prova, revela esta terça-feira o Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Segundo o Estatuto dos Benefícios Fiscais, os contribuintes podem ficar isentos de IMI nos imóveis que comprem para habitação própria e permanente por três anos, de forma automática, desde que o valor tributário do imóvel não ultrapasse os 125 mil euros, os sujeitos passivos não tenham um rendimento superior a 153.300 euros e os imóveis sejam “efetivamente afetos a tal fim no prazo de seis meses”.

Porém, aqueles que não alteraram a morada no cartão de cidadão após terem comprado habitação própria e permanente não estão a conseguir beneficiar da isenção de IMI, pois, “para a AT, para haver afetação o imóvel tem de ser a morada fiscal”, disse Susana Duarte, especialista em direito fiscal da Abreu Advogados. O contribuinte tem, por isso, de alterar a sua morada no cartão de cidadão, para que essa seja a morada considerada pelo Fisco. Este problema já acontece há pelo menos dez anos.

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Infarmed manda retirar do mercado máscaras com marcação CE indevida

  • Lusa
  • 7 Setembro 2021

Em causa está uma máscara de proteção facial do fabricante BesilChem LLP, que o Infarmed diz não estar comprovado o cumprimento de todos os requisitos legais europeus.

O Infarmed mandou suspender a comercialização e retirar do mercado nacional uma máscara de proteção facial do fabricante BesilChem LLP por não estar comprovado o cumprimento de todos os requisitos legais europeus, anunciou a autoridade do medicamento.

Em comunicado, o Infarmed diz que a “Máscara Facial 3Ply Tipo II”, modelo M3PII, do fabricante BesilChem LLP, ostenta a marcação CE indevidamente pois não existe evidência de cumprimento de todos os requisitos legais aplicáveis a nível europeu, incluindo o facto de a documentação técnica se encontrar incompleta.

Por isso, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde mandou suspender a comercialização e retirar do mercado nacional esta máscara e acrescenta que as entidades que disponham de unidades deste dispositivo médico “não as devem utilizar e devem entrar em contacto com o mandatário”.

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Lisboa no vermelho com energia a pesar

Cotadas do setor energético estão a penalizar bolsa nacional. BCP e Sonae travam descida mais expressiva do índice.

A bolsa de Lisboa está a desvalorizar esta manhã, penalizada sobretudo pelos títulos do setor energético. No lado oposto, contudo, BCP e Sonae impedem uma descida mais acentuada do índice. Lisboa acompanha, assim, a tendência de queda do resto da Europa.

O PSI-20 segue a perder 0,12% para 5.471,5 pontos, com apenas seis cotadas em terreno positivo. A contribuir para este desempenho do índice estão as ações da EDP, que recuam 0,56% para 4,761 euros, mas também as da EDP Renováveis que desvalorizam 0,61% para 22,8 euros.

Destaque para a Galp Energia que cai 0,31% para 8,492 euros, no dia em que o preço do barril de petróleo está a subir nos mercados internacionais. Entre as perdas está também a Jerónimo Martins que recua 0,14% para 18,19 euros.

No lado oposto, a travar uma queda mais acentuada do índice, está o BCP, que valoriza 0,15% para 0,1326 euros. Destaque ainda para a Sonae e a Nos: a retalhista soma 0,27% para 0,918 euros, enquanto a operadora avança 0,28% para 3,612 euros.

Lisboa acompanha, assim, a tendência de perdas do resto da Europa, num dia em que o índice de referência europeu, Stoxx-600, desvaloriza 0,12% para 474,64 pontos. Índice espanhol, francês e italiano registam quedas de 0,13%, 0,09% e 0,26%.

(Notícia atualizada às 8h27 com mais informação)

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Espaço para despesas dos ginásios ficará disponível este mês no e-fatura

  • Lusa
  • 7 Setembro 2021

Os contribuintes que já tenham ido ao Portal das Finanças classificar estas faturas e o tenham feito erradamente (classificando-as como 'Outro') "poderão reclassificá-las sem problemas", diz a AT.

O Portal das Finanças irá dispor, ainda durante este mês, de um espaço dedicado às faturas dos ginásios e atividades desportivas, segundo o subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte da AT, Nuno Félix.

Em entrevista à agência Lusa, numa altura em que se completam dois anos sobre a sua designação para esta nova área da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), Nuno Félix salienta que o facto de o referido espaço no e-fatura apenas agora ficar disponível em nada prejudica os contribuintes que pretendam usar parte do IVA suportado em ginásios para deduzir ao seu IRS.

“[A disponibilização desse espaço dedicado] está para breve. Estão a ser ultimados os desenvolvimentos informáticos e a ser feitos de forma a que os contribuintes não sejam minimamente prejudicados”, precisou o responsável da AT.

Assim, os contribuintes que ainda não classificaram as suas faturas de ginásios poderão “fazê-lo sem qualquer dificuldade”, quando tiverem essa opção disponível, assegurou, precisando que tal acontecerá durante este mês de setembro.

Os contribuintes que já tenham ido ao Portal das Finanças classificar estas faturas e o tenham feito erradamente (classificando-as como ‘Outro’, a categoria onde se enquadram as ‘Despesas gerais familiares’) “poderão reclassificá-las sem problemas”.

O Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) prevê que 15% do IVA suportado na despesa com “atividades de ginásio – fitness”, “ensinos desportivo e recreativo” e “atividades dos clubes e recreativo” passe a ser dedutível ao IRS.

Na prática, isto significa que esta despesa passa a ter a mesma utilidade fiscal ao nível do IRS das faturas dos cabeleireiros, veterinários, restaurantes e oficinas de carros.

Nuno Félix avançou ainda que, depois da entrada no Twitter e no Facebook (onde chegou em 2020), a AT está a preparar a abertura de uma conta no Instagram, o que deverá ocorrer ainda este ano. O objetivo da entrada nesta rede social é conseguir chegar aos mais novos.

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Há sete anos que SNS não cobra às seguradoras dinheiro devido por acidentes

  • ECO
  • 7 Setembro 2021

Falha dura há sete anos, mas continua por resolver. Estado desconhece valor total que tem a receber das seguradoras.

Desde 2014 que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não cobra às seguradoras o dinheiro que lhe é devido por acidentes, avança o Público (acesso condicionado). Isto é, quando um utente é atendido numa unidade do SNS, na qual lhe é prescrito algum tipo de medicamento, o SNS não tem forma de identificar essas situações para reaver a percentagem que seria da responsabilidade das seguradoras.

O problema foi detetado em 2014 e, em 2015, foi publicada uma portaria em Diário da República para o corrigir. Em 2019 foi introduzida uma alteração no sistema de prescrições médicas, mas os montantes continuam por ser cobrados, com o Estado sem saber sequer quanto tem a receber. Em resposta ao Público, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) refere que o sistema foi alterado de forma a dar ao médico a “possibilidade de selecionar como Entidade Financeira Responsável a opção ‘SNS-Acidente'”.

Mas, até à data, continua a ACSS, “não foram ainda identificadas prescrições com a referida entidade financeira assinalada”, desconhecendo-se o valor total a cobrar às seguradoras. A Ordem dos Médicos, por sua vez, diz desconhecer esse problema, duvidando se essa será uma responsabilidade que deve recair sobre estes profissionais de saúde.

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Hoje nas notícias: isenção de IMI, SNS e Salgado

  • ECO
  • 7 Setembro 2021

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Os contribuintes que não alteraram a sua residência no cartão de cidadão após terem comprado habitação própria e permanente não estão a beneficiar da isenção de IMI prevista em lei. Destaque também para uma falha no SNS que está a impedir que seja cobrado às seguradoras o dinheiro que lhe é devido por acidentes e para Ricardo Salgado, que pagou multa para evitar ser julgado. Há sindicatos preocupados com os despedimentos na Parvalorem.

Morada no cartão de cidadão é obstáculo na isenção de IMI

Segundo o Estatuto dos Benefícios Fiscais, os contribuintes podem ficar isentos de IMI nos imóveis que comprem para habitação própria e permanente por três anos, de forma automática, desde que o valor tributário do imóvel não ultrapasse os 125 mil euros, os sujeitos passivos não tenham um rendimento superior a 153.300 euros e os imóveis sejam “efetivamente afetos a tal fim no prazo de seis meses”. Porém, aqueles que não alteraram a morada no cartão de cidadão após terem comprado habitação própria e permanente não estão a conseguir beneficiar da isenção de IMI prevista na lei, pois, para a Autoridade Tributária (AT), para haver afetação o imóvel tem de ser a morada fiscal. O contribuinte tem, por isso, de alterar a sua morada no cartão de cidadão, para que essa seja a morada considerada pelo Fisco. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado)

Há sete anos que o SNS não cobra às seguradoras dinheiro que lhe é devido por acidentes

O Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua sem cobrar às seguradoras o dinheiro de despesas em acidentes que deviam ser cobertas pelos seguros. O problema foi detetado em 2014, no ano seguinte foi publicada uma portaria em Diário da República e, já em 2019, introduziu-se uma alteração no sistema de prescrições médicas. No entanto, os montantes continuam por cobrar, sendo uma falha que pode representar perdas anuais de milhões de euros para o SNS a favor das seguradoras, e o Estado não sabe quanto tem a receber. A falha acontece quando, devido a acidentes da responsabilidade de terceiros, o utente é atendido em regime de ambulatório numa unidade do SNS e lhe são receitados medicamentos para adquirir numa farmácia. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Ricardo Salgado paga multa para evitar julgamento

A defesa de Ricardo Salgado apresentou na segunda-feira o requerimento de abertura de instrução (RAI) no processo do BES, com três dias de atraso. O tribunal aceitou-o mediante o pagamento de uma coima. Nas centenas de páginas entregues no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) contesta os 65 crimes de que é acusado, crimes que constam de uma acusação que foi deduzida há mais de um ano. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Sindicatos preocupados com despedimentos na Parvalorem

O veículo público criado para gerir os ativos tóxicos do antigo Banco Português de Negócios (BPN) está a cainho da liquidação o que vai pôr em causa 60 a 70 postos de trabalho. A eliminação destes postos de trabalho está a preocupar os sindicatos bancários que temem pelo futuro destes trabalhadores tendo em conta que só este ano devem sair entre 2.500 a 3.000 trabalhadores do setor, a maior parte no segundo semestre, no âmbito dos processos de reestruturação do Santander e do Millennium BCP. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Marcelo afasta falhas de segurança na visita a restaurante onde trabalhava iraquiano suspeito de terrorismo

Em 2018, juntamente com o antigo Presidente da República Jorge Sampaio e com o primeiro-ministro, António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa visitou o restaurante onde trabalhava um dos dois iraquianos detidos desde a semana passada por suspeitas de terrorismo. O Chefe de Estado assegurou que “não havia nenhuma contraindicação de segurança”, embora o indivíduo em questão já estivesse a ser investigado pela Polícia Judiciária na altura. Marcelo admite, aliás, que o encontro pode ter sido parte de uma estratégia de investigação.

Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre)

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AT cria plano prestacional para quem não pagou IRS nem peça pagamento faseado

  • Lusa
  • 7 Setembro 2021

Governo já tomou a medida o ano passado, mas este ano a solução será ligeiramente diferente, com a AT a contactar apenas aqueles que nem pagaram nem pediram plano prestacional.

A AT vai enviar planos oficiosos para pagamento do IRS em prestações aos contribuintes que não pagaram o imposto nem tomem a iniciativa de aderir a um plano prestacional, revelou o subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte.

Em entrevista à Lusa, o subdiretor-geral da área da Relação com o Contribuinte da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), Nuno Félix, especificou que os referidos planos oficiosos serão enviados aos contribuintes depois de esgotados os 15 dias que têm para efetuar, por sua iniciativa, um pedido de pagamento a prestações.

O prazo para os contribuintes que receberam notas de cobrança pagarem o IRS terminou em 31 de agosto. Quem não o tenha feito, dispõe de 15 dias – contados a partir daquele prazo – para aderir a um plano de pagamento em prestações, podendo o pedido para tal ser feito no Portal das Finanças, através de uma forma simplificada.

Os pedidos de pagamento em prestações na versão simplex estão disponíveis para montantes de dívidas de imposto de valor igual ou superior a cinco mil euros. Este regime prestacional simplificado não exige a prestação de garantias, desde que o contribuinte não tenha outras dívidas fiscais, e permite que o valor a pagar seja dividido até um máximo de 12 prestações.

No ano passado, devido ao contexto de pandemia, a AT tomou a iniciativa de enviar planos de pagamento em prestações a todas as pessoas que não pagaram o IRS até ao dia 31. Este ano a solução será ligeiramente diferente, com a AT a contactar apenas aqueles que nem pagaram nem pediram plano prestacional.

O documento e a referência para pagamento de cada prestação terão de ser depois obtidos através do Portal das Finanças, sendo que a falta de pagamento de qualquer das prestações implica o vencimento imediato das seguintes e a instauração do processo de execução fiscal pelo valor em dívida.

A medida simplifica e amplia as possibilidades de pagamento e é mais um meio de evitar que uma dívida avance para processo executivo, o que implica custos acrescidos em coimas e custas.

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5 coisas que vão marcar o dia

Esta terça-feira o Eurostat vai divulgar os dados mais completos do PIB e no Parlamento será votado o requerimento do PSD para ouvir os especialistas da DGS sobre a utilização da máscara na rua.

O dia ficará marcado pelo frente-a-frente televisivo entre Fernando Medina e Carlos Moedas, ambos candidatos nas autárquicas a Lisboa. Além disso, a APREN apresenta um estudo sobre o impacto da eletricidade de origem renovável e três sindicatos bancários ponderam a realização de uma greve para protestar contra os despedimentos coletivos no BCP e no Santander.

Eurostat divulga dados mais completos do PIB do segundo trimestre

Nas primeiras divulgações do PIB, o Eurostat tem sempre dados de menos países do que os 27 Estados-membros da União Europeia. Nesta terceira divulgação desta terça-feira, o gabinete europeu de estatísticas já divulgará números mais completos sobre a evolução da economia europeia e cada país em particular no segundo trimestre deste ano, o qual ficou marcado pela retoma. Portugal foi um dos países que mais cresceu em termos homólogos, mas também tinha registado uma das maiores quedas do PIB na UE no segundo trimestre de 2020.

Votado requerimento do PSD para se ouvir especialistas da DGS sobre máscaras na rua

A comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de recuperação económica e social reúne-se esta tarde para apreciar e votar o requerimento do grupo parlamentar do PSD para uma audição urgente do grupo de epidemiologia da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a obrigatoriedade do uso da máscara na rua quando não é possível garantir o distanciamento social. À TSF, o líder parlamentar do PSD, Adão Silva, adiantou que se não houver nenhum agravamento da pandemia, o PSD “em princípio tem toda a disponibilidade para que não haja a renovação da lei que torna obrigatório o uso da máscara”. O PS também não quer renovar.

APREN apresenta estudo sobre o impacto da eletricidade de origem renovável

Esta terça-feira é apresentado um estudo encomendado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) à Deloitte sobre o impacto da eletricidade de origem renovável. Numa altura em que os preços grossistas da eletricidade na Península Ibérica têm atingido máximos, o setor vai conhecer os resultados de uma avaliação à “influência da eletricidade de origem renovável, no sistema elétrico e na economia nacional, entre 2016 e 2020, projetando o seu impacto no contexto da política energética e objetivos estabelecidos para Portugal até 2030”, de acordo com a Lusa.

Sindicatos dos bancários reúnem-se para discutir potencial greve

Face aos processos de despedimentos coletivos no BCP e no Santander que já levaram os sindicatos a reunirem-se com o Governo, os sindicalista reúnem-se esta terça-feira para uma discutir uma potencial greve. A reunião, na sede do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, servirá para ponderar que medidas de luta contra os despedimentos irão avançar, incluindo o recurso à greve. O Governo comprometeu-se apenas a falar com os dois bancos em questão.

Fernando Medina e Carlos Moedas em debate

A TVI realiza esta terça-feira um debate entre os dois principais candidatos à presidência da câmara municipal de Lisboa. Fernando Medina e Carlos Moedas vão estar num frente-a-frente depois de na semana passada terem feito um debate com os restantes candidatos (entre os partidos que têm assento parlamentar) na SIC. As sondagens continuam a mostrar o candidato do PS e atual presidente da câmara com uma larga margem de avanço face ao candidato do PSD.

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BI4ALL regressa ao escritório ‘Cidade’ num plano “flexível”. Está a contratar

Tecnológica investiu 8 milhões de euros nas novas instalações em Lisboa. Até ao final do ano, quer atingir os 300 colaboradores. Procuram 30 talentos.

A BI4ALL está a regressar ao novo escritório “Cidade” em “modelo flexível”. A companhia investiu 8 milhões de euros nas novas instalações em Lisboa com capacidade para 500 colaboradores. Até ao final do ano, querem atingir os 300 colaboradores e estão neste momento a contratar para várias funções. Procuram 30 consultores.

Tentámos que a Cidade BI4ALL fosse isso mesmo, uma cidade com a vida que a caracteriza”, diz José Oliveira, CEO da BI4ALL, à Pessoas. “O objetivo foi tornar o espaço num local amplo e renovado, com diferentes ambientes que estimulam o pensamento crítico e criativo dos colaboradores. Demos prioridade aos espaços de trabalho colaborativos, bem como a áreas de lazer, com inspiração nas melhores práticas de escritórios”, continua.

Campo de padel, ginásio e até quartos para os colaboradores e clientes que residem fora da Grande Lisboa são algumas das novidades oferecidas pela nova Cidade Bi4ALL, um investimento de 8 milhões de euros, na reconversão de dois antigos armazéns, na Avenida Marechal Gomes da Costa, em Lisboa, num total de 7 mil metros quadrados.

Mas não só. Salas para aulas de cycle e ioga, terraço, várias zonas de lazer e bem-estar são algumas das ofertas da cidade. “Queremos que os nossos colaboradores sejam felizes a trabalhar na Cidade BI4ALL e que tirem o máximo partido deste espaço. A nova sede é um conceito para uma experiência única e uma viagem a pensar num ambiente de trabalho dinâmico, ágil e que reúne todas as condições para a criatividade, colaboração, e trabalho altamente produtivo, permitindo à empresa manter uma posição de liderança como especialista em transformação digital e data strategy, com foco nas áreas de data analytics e Inteligência Artificial”, refere o CEO.

Um espaço ao qual os colaboradores estão a regressar num “plano flexível”, depois do fim da obrigatoriedade do teletrabalho. “Enquanto empresa de consultoria, temos aplicado um plano flexível e gradual de regresso, adaptado tanto à realidade específica dos nossos clientes, como à dos nossos escritórios de Lisboa e Porto”, diz José Oliveira. “Temos presente que o paradigma do trabalho ficou para sempre alterado, mas procuramos continuamente corresponder, não só às motivações dos nossos colaboradores, como também às necessidades dos clientes”, continua.

“Cada vez mais, no mundo global, falamos da importância de um regresso. Ainda que se trate de um regresso a uma realidade diferente, o mundo sente a necessidade de retornar a uma nova normalidade”, refere o responsável. “Neste sentido, a Cidade BI4ALL, em Lisboa, e o escritório do Porto têm mantido a porta aberta, com todas as condições necessárias para receber os colaboradores”, refere.

Escritório para atrair talento

O projeto Cidade BI4ALL já vinha a ser pensado antes da pandemia. “Exatamente porque já eram notórias as dificuldades de recrutamento e de retenção de talento, e sabíamos que era preciso inovar e criar as melhores condições de trabalho para as nossas pessoas”, explica. “Os colaboradores estão ainda mais exigentes e dar-lhes um local de trabalho que vá ao encontro das suas necessidades e expectativas futuras, é uma prioridade. Naturalmente que, aliado a isso, existem outros benefícios que proporcionamos e influenciam a satisfação dos nossos colaboradores”, diz.

O novo escritório tem capacidade para 500 colaboradores, respondendo à vontade de crescimento da empresa que, até ao final do ano quer atingir os 300 trabalhadores. Isto num momento em que no setor das tech, a elevada procura de profissionais — um estudo da Landing.Jobs aponta que 75% das tecnológicas conta contratar até ao final do ano — se confronta com pouco talento disponível.

“É realmente preocupante a escassez de consultores em Portugal e reter talentos tornou-se mais desafiante com a situação do teletrabalho. Tivemos de nos adaptar a esta nova realidade e criar novas estratégias para que os colaboradores se sintam próximos e parte da cultura da empresa. Por outro lado, esta realidade, que anula o fator da proximidade, tornou o mercado de recrutamento ainda mais global”, comenta José Oliveira.

“Sempre promovemos uma cultura muito orientada para as pessoas, com um ambiente muito próximo, familiar e disruptivo. Acreditamos que a preocupação com cada um dos nossos colaboradores é um dos pilares fundamentais do nosso sucesso”, diz. “O facto de termos uma forte componente internacional, que atualmente representa mais de 50% do negócio, é também um fator de atração”, destaca o CEO.

Procuram 30 talentos

Neste momento, a empresa tem 30 ofertas de trabalho em aberto, para diversas funções. “Procuramos pessoas com pensamento analítico e sentido crítico, além da formação necessária para o desempenho das funções (Informática, Gestão de Informação, Matemática Aplicada, Engenharias ou similar), e bons conhecimentos da língua inglesa, essencial para os projetos internacionais que representam uma grande parte do nosso trabalho”, diz José Oliveira.

“O objetivo será contratarmos 30 consultores até ao final do ano, atingindo a meta dos 300 colaboradores. Neste momento, temos oportunidades de carreira para azure architect, business analyst, BI consultant, cloud developer, data engineer e full-stack developer”, descreve.

A empresa arrancou em setembro com a 11ª edição da Talent Academy, a academia de business intelligence & data analytics, programa com duração de dois meses, com o objetivo de integrar 10 jovens talentos.

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Regras de acesso à advocacia em vias de mudar. E no resto da Europa, quais são as regras?

O bastonário dos Advogados quer tornar o acesso à profissão mais exigente, com a obrigatoriedade do mestrado ou doutoramento para exercer advocacia. E no resto da Europa, como são as regras?

O bastonário da Ordem dos Advogados prepara-se para apresentar alterações ao Estatuto da Ordem dos Advogados (EOA). Uma das medidas que está a causar mais polémica e frenesim mediático é o facto de passar a ser obrigatório no acesso à profissão, o mestrado ou doutoramento, salvo os licenciados pré-Bolonha, a seguir à licenciatura.

“O que propomos é que a formação académica exigida para o exercício da advocacia seja idêntica à exigida para o acesso à magistratura. A advocacia é uma profissão tão ou mais exigente do que a magistratura judicial ou do ministério público, pelo que deve ter a mesma qualificação para o acesso”, assegurou o líder dos advogados.

Em Portugal é exigida, para o acesso à magistratura, a realização de um mestrado ou doutoramento ou possuir uma licenciatura de cinco anos para se poder ingressar no Centro de Estudos Judiciários.

E no resto da Europa? Que requisitos tem de ter um estudante de direito para exercer a profissão? A Advocatus foi saber.

  • Em Espanha para a inscrição na Ordem dos Advogados é necessário, não só obter uma licenciatura em direito de quatro anos, mas também a frequência de cursos de especialização acreditados, realizados por Universidades Públicas e Privadas ou por escolas de prática jurídica, com a duração de 60 créditos, a que acrescem ainda práticas externas, sendo depois necessário realizar um exame para a inscrição na Ordem.
  • Em França para se ter acesso à Ordem dos Advogados é necessário, além da licenciatura, completar o primeiro ano de um curso de mestrado em Direito, sendo que a esmagadora maioria dos candidatos conclui mesmo esse curso de mestrado. Após a sua realização, é necessário passar num exame de qualificação para o acesso ao estágio numa École d’Avocats, estágio esse que dura cerca de dois anos, sendo os primeiros seis meses dedicados à aprendizagem de deontologia profissional, estatuto e aspectos práticos da advocacia. No fim do estágio é necessário realizar um exame para se obter um certificado de aptidão para a profissão de advogado.
  • Em Itália para o acesso à Ordem dos Advogados é necessário frequentar uma licenciatura com mestrado integrado de cinco anos (Laurea a ciclo unico Magistrale in Giurisprudenza) e realizar um estágio de 18 meses, após o que é igualmente exigido o exame para a inscrição na Ordem.
  • Na Alemanha para o acesso à profissão de Advogado é necessário completar uma licenciatura em Direito (4.5 a 5 anos) e ser aprovado no primeiro exame de Estado. Depois é ainda necessário realizar durante dois anos um estágio e ser aprovado no segundo exame de Estado, só depois sendo admissível a inscrição como Advogado.

O bastonário justifica estas alterações pela menor exigência para o acesso à Ordem dos Advogados em Portugal. “É altamente prejudicial aos advogados portugueses, uma vez que, num quadro de crescente internacionalização da advocacia, em que os advogados portugueses têm que competir a todo o tempo com os seus Colegas europeus, transmite a mensagem de que os Advogados estrangeiros têm uma formação académica superior”.

E acrescenta ainda que “sendo a advocacia uma profissão tão ou mais exigente do que as magistraturas, é manifesto que o acesso ao estágio na Ordem dos Advogados não deve ser realizado com uma formação académica inferior”.

Menezes Leitão garante também que esta medida não irá contribuir para o aumento da precariedade no setor. “Ao se exigir uma formação mais adequada dos candidatos à advocacia, assegura-se que os candidatos terão muito melhor qualificação e por isso o valor do seu trabalho será maior, reduzindo-se assim a precariedade”, acrescenta.

Várias associações e núcleos estudantes de direito já se manifestaram contra esta medida. Entre eles, o Conselho Nacional de Estudantes de Direito (CNED) publicou um comunicado lamentando a posição da OA.

“Confrontados com uma já tão conhecida situação pandémica, um agravamento, cada vez mais notório, da precariedade sentida no acesso às profissões jurídicas e um agravar das dificuldades vividas na luta contra o abandono e insucesso académico, é com muita tristeza que lamentamos esta tentativa de serem alçadas ainda mais barreiras aos estudantes de direito e juristas“, lê-se no comunicado.

O CNED relembrou também a “longa” e “árdua” formação a que os advogados estagiários estão sujeitos e que a frequência de um mestrado e/ou doutoramento “pode em nada se relacionar com as matérias de Direito Civil, Direito Penal e Direito Processual cujos conhecimentos são exigidos pela OA”.

Em relação ao estágio da Ordem, caso esta alteração seja aprovada, o bastonário da OA refere que manterá a duração de 18 meses. “Sabemos que existem propostas em discussão por parte do poder político para a sua redução, que a Ordem terá que acatar caso venham a ser determinadas. Para a Ordem os 18 meses neste momento parecem-nos adequados”, garante.

Luís Menezes Leitão já convocou a Assembleia Geral, que reunirá a 17 de setembro, para a aprovação da proposta apresentada pelo Conselho Geral. Caso seja aprovada, segue para a Assembleia da República.

 

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