Funcionários públicos criticam “compasso de espera incompreensível” nas negociações sobre avaliação

Desde maio que o Governo "não dá sinais de vida" relativamente às negociações em torno da avaliação dos funcionários públicos. "Estamos num compasso de espera incompreensível", diz José Abraão.

quase dois meses que o Governo nem se senta à mesa com os sindicatos, nem “dá sinais de vida” sobre a negociação em curso em torno do sistema de avaliação dos funcionários públicos. “Estamos num compasso de espera incompreensível“, diz o líder da Federação de Sindicatos da Administração Pública (FESAP). José Abraão adianta, ainda assim, que mantém a expectativa de que o processo fique concluído até ao final do ano. Já o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, sinaliza que a luta dos trabalhadores irá continuar, depois de esta matéria já ter estado no centro de uma greve.

O processo negocial em torno do sistema integrado de avaliação de desempeno da Administração Pública (SIADAP) arrancou no início de abril. Na primeira reunião, o Governo entregou um memorando com os princípios gerais do que propõe rever nesse sistema, admitindo nomeadamente a majoração das quotas em certos serviços, consoante a sua avaliação.

A segunda reunião foi marcada cerca de um mês depois, já no início de maio, com os sindicatos a esperarem que o Executivo passasse de princípios gerais a propostas mais concretas. Aliás, no Parlamento, a ministra da Administração Pública tinha sinalizado que, nesse encontro, seria apresentado aos representantes dos trabalhadores “um draft do diploma” em questão. Mas tal acabou por não acontecer, uma vez que o Ministério de Alexandra Leitão não conseguiu, segundo foi dito os sindicatos, acertar posições com as demais áreas governativas, particularmente com as Finanças.

Saímos de mãos vazias“, sublinhou, na altura, José Abraão. “É um desrespeito absoluto“, frisou o líder da Frente Comum, Sebastião Santana, na mesma ocasião. A reação do Executivo chegaria umas horas mais tarde, em comunicado: “Apesar de não ter sido possível apresentar uma proposta escrita às estruturas sindicais, uma vez que não foi ainda possível concluir a sua harmonização interna, o Governo continua a desenvolver um trabalho extenso e profícuo nesse sentido“.

Agora, quase dois meses depois, essa proposta continua sem ser conhecida e do Ministério da Administração Pública não têm saído “sinais de vida” sobre estas negociações, isto é, nem foram convocadas novas reuniões, nem foi enviado qualquer documento ou informação aos sindicatos, garantem os mesmos. “O Governo não adiantou nada desde a última reunião“, assegura Sebastião Santana, da Frente Comum.

“Estamos num compasso de espera incompreensível, sem outra justificação que não a que nos deram na segunda reunião“, enfatiza o líder da FESAP, detalhando que o Ministério das Finanças deverá ser “o grande entrave” na harmonização interna da proposta em questão. “Não se compreende a paragem”, insiste o mesmo.

Também sobre essa dificuldade de harmonização no seio do Executivo, o líder da Frente Comum — sindicato que fará, esta terça-feira, uma conferência precisamente sobre a “ausência de respostas” — atira: “Não percebemos essa impossibilidade“. Sebastião Santana frisa, além disso, quando questionado sobre a possibilidade de uma nova greve, que “o único caminho é a luta dos trabalhadores”. “Não vamos conseguir ficar muito mais tempo sem resposta”, avisa.

Apesar dessa “paragem” nas negociações, José Abraão mantém a expectativa de que o processo negocial fique concluído até ao final do ano, como indicou inicialmente o Governo. O sindicalista espera também que os efeitos da revisão do SIADAP venham a ser sentidos já em 2022, apesar de o Executivo insistir que tal só deverá acontecer em 2023, no início do próximo ciclo avaliativo.

Na Frente Comum, Sebastião Santana acredita que será possível concluir esse prazo até ao final do ano, havendo vontade da parte do Governo. “Não será por indisponibilidade da Frente Comum“, afirma.

Questionado pelo ECO, o Ministério da Administração Pública explica que “continua a desenvolver um trabalho interno no Governo, de modo que possa apresentar uma proposta” e nada adianta sobre o prazo expectável para a conclusão destas negociações.

Lançado em 2004, o SIADAP determina que, a cada dois anos, os trabalhadores do Estado são alvo de avaliação, mas independentemente do seu desempenho efetivo apenas uma parte destes tem acesso às melhores notas. Assim, apenas 25% dos funcionários de um serviço podem ter a classificação de “relevante” e 5% de “excelente”.

Essas notas ditam o ritmo de progressões na carreira dos funcionários, já que cada um desses saltos exige dez pontos e, enquanto as duas classificações mais altas correspondem a quatro e seis pontos, respetivamente, a imediatamente abaixo (“adequado”) equivale apenas a dois pontos. Logo, a generalidade dos trabalhadores públicos leva dez anos a conseguir uma progressão, por força das chamadas quotas.

A ministra Alexandra Leitão já disse que considera esses dez anos excessivos, mas admitiu que dificilmente serão eliminadas as tais quotas, indo, portanto, contra uma das principais reivindicações dos sindicatos. Em alternativa, o Governo defende a majoração dessas quotas para os serviços com melhores classificações, solução que não agrada aos sindicatos.

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Ministro do Ambiente em isolamento profilático após ter tido contacto de risco

  • Lusa
  • 6 Julho 2021

Matos Fernandes não tem sintomas e encontra-se bem, mas foi aconselhado pelas autoridades de saúde a ficar em isolamento, tal como aconteceu com o primeiro-ministro, António Costa.

O ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, está em isolamento profilático, após ter tido um contacto de risco com uma pessoa infetada com Covid-19, anunciou fonte do ministério.

De acordo com a mesma fonte, Matos Fernandes não tem sintomas e encontra-se bem, mas foi aconselhado pelas autoridades de saúde a ficar em isolamento, tal como aconteceu com o primeiro-ministro, António Costa, após contacto de risco.

A presença do governante era esperada na cerimónia de lançamento do concurso público internacional de conceção/construção do sistema de Bus Rapid Transit (BRT) do Metro do Porto, que inicialmente estava previsto para 21 de abril.

A pandemia de Covid-19 provocou pelo menos 3.980.935 mortos em todo o mundo, resultantes de mais de 183,7 milhões de casos de infeção pelo novo coronavírus, segundo o balanço mais recente feito pela agência France-Presse.

Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.117 pessoas e foram registados 890.571 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, a Índia ou a África do Sul.

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Vendas a retalho sobem em maio na Zona Euro e na UE

  • Lusa
  • 6 Julho 2021

Dados do Eurostat indicam que o volume das vendas a retalho subiu consideravelmente em maio face ao período homólogo o tanto na área da moeda única, como na União Europeia.

O índice de vendas a retalho acelerou em maio na Zona Euro e na União Europeia (UE), quer na variação homóloga, quer face a abril, divulga esta terça-feira o Eurostat.

De acordo com o serviço de estatísticas europeu, o volume do comércio a retalho aumentou 9,0% na área do euro e 9,2% na UE face ao mesmo mês de 2020, e, na comparação com abril, avançou 4,6% em ambas.

O volume do comércio a retalho aumentou, face a maio de 2020, em todos os Estados-membros para os quais existem dados disponíveis – exceto na Alemanha, onde recuou 0,9%, -, tendo-se registado as maiores subidas na Bulgária (23,9%), Irlanda (22,4%) e Malta (22,0%).

Na comparação mensal, os maiores avanços no volume do comércio a retalho foram observados em França (9,9%), nos Países Baixos (9,3%) e na Estónia (8,1%), tendo sido registadas diminuições na Letónia (-3,9%), Finlândia (-3,3%) e Luxemburgo (-0,7%).

Em Portugal, as vendas a retalho aceleraram, em maio, 15,4% face ao mês homólogo e 3,9% na comparação em cadeia.

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Petróleo renova máximos com impasse da OPEP+. Brent está acima dos 77 dólares

  • ECO
  • 6 Julho 2021

Os preços do petróleo aceleram perante bloqueio entre os membros da OPEP+ sobre as quotas de produção. O brent sobe quase 1% e o crude ganha mais de 2% nos mercados internacionais.

A OPEP+ continua sem chegar a um acordo sobre o aumento da produção para o resto do ano e para 2022. Com este impasse as principais bolsas europeias abriram esta terça-feira negociar no “vermelho” e os preços do petróleo a disparar para novos máximos.

O crude, negociado em Nova Iorque, está a avançar 2,37%, com o barril nos 76,94 dólares, regressando a preços que não eram praticados desde novembro de 2014, enquanto o Brent, que serve de referência a Portugal, está a valorizar com ganhos de 0,8% com o barril a chegar aos 77,78 dólares, um máximo desde pelo menos o início de 2018.

Cerca das 9h00 em Lisboa, o Stoxx 600 recuava 0,25% para 457,23 pontos, enquanto as bolsas de Londres, Paris e Frankfurt recuavam 0,15%, 0,39% e 0,69%, bem como as de Madrid e Milão, que se desvalorizavam 0,36% e 0,50%.

Os ministros da OPEP+, que reúne os membros da OPEP e ainda a Rússia e outros países produtores, abandonaram as conversações esta terça-feira sobre uma subida da produção para fazer face ao aumento da procura, e não fixaram nova data para as retomar, após os desentendimentos na semana passada, quando os Emirados Árabes Unidos rejeitaram uma proposta separada para a extensão em oito meses das restrições da produção.

A ING Economics disse à Reuters que o fracasso da OPEP+ em chegar a um acordo pode proporcionar um breve aumento dos preços do petróleo, mas por outro lado “pode também assinalar o início do fim de uma acordo mais amplo, e assim o risco de os membros começarem a aumentar a produção”.

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Quem são as pessoas mais ricas do mundo?

Jeff Bezos foi considerado o homem mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em 177 mil milhões de dólares, seguido de Elon Musk e Bernard Arnault.

Nem a pandemia impediu que os homens mais ricos do mundo continuassem a ver a sua fortuna crescer. No topo da lista está Jeff Bezos, CEO da Amazon, o homem mais rico do mundo pelo quarto ano consecutivo com uma fortuna avaliada em 177 mil milhões de dólares (148 mil milhões de euros), de acordo com o ranking da Forbes “World Billionaires List 2021”.

Elon Musk, CEO da Tesla, ocupa o segundo lugar do pódio com uma fortuna de 151 mil milhões de dólares (127 mil milhões de euros), seguido de Bernard Arnault, presidente e diretor executivo da LVMH, a maior empresa de artigos de luxo do mundo, com 150 mil milhões de dólares (126 mil milhões de euros).

Quem também está muito habituado ao pódio é Bill Gates, que já esteve a liderar a lista por vários anos. No entanto, em 2021, o fundador da Microsoft, ocupa o quarto lugar da lista dos mais ricos do mundo, com uma fortuna avaliada em 124 mil milhões de dólares (104 mil milhões de euros).

Em ano de pandemia, o número de multimilionários “explodiu” e subiu em 660, passando para um recorde de 2.755 ultra ricos, de acordo com a Forbes. No total, a fortuna destes multimilionários ascende, atualmente, a 13,1 biliões de dólares, um aumento de oito biliões face a 2020, de acordo com dados da Forbes.

No quinto lugar desta lista está o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, com um património líquido de 97 mil milhões de dólares (81 mil milhões de euros). O diretor executivo da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, ocupa a sexta posição da lista com uma fortuna avaliada em 96 mil milhões de dólares (80 mil milhões de euros). O mês passado, Buffett renunciou ao cargo de administrador da Fundação Bill e Melinda Gates.

Larry Ellison, cofundador da gigante de software Oracle, na qual detém cerca de 35%, ocupa o sétimo lugar da lista com um património líquido avaliado em 93 mil milhões de dólares (78 mil milhões de euros). No oitavo lugar deste ranking encontra-se Larry Page, que deixou o cargo de CEO da Alphabet em dezembro de 2019, mas continua sendo membro do conselho e acionista controlador. Na conta bancária do empresário estão mais de 91,5 mil milhões de dólares (77 mil milhões de euros).

Ainda no universo da Alphabet encontra-se Sergey Brin que deixou o cargo de presidente da Alphabet em dezembro de 2019, mas permanece como acionista e membro do conselho da empresa. É o nono homem mais rico do mundo com uma fortuna avaliada em 89 mil milhões de dólares (75 mil milhões de euros).

A fechar o top dez dos homens mais ricos do mundo está o empresário indiano Mukesh Ambani, CEO e o maior acionista da Reliance Industries Limited, com uma fortuna avaliada em 84,5 mil milhões de dólares (71 mil milhões de euros).

Os primeiros dez nomes que aparecem na lista são, no entanto, apenas de homens. É preciso chegar ao 12.º lugar deste ranking para encontrar a primeira mulher multimilionária. Este título pertence à neta do fundador da L’Oreal, Françoise Bettencourt Meyers, que se consagra a mulher mais rica do mundo, com um património líquido de 73 mil milhões de dólares (61 mil milhões de euros).

Conheça a lista dos dez homens mais ricos do mundo pela Forbes:

Quais são os hotéis mais caros do país? Quem são as personalidades mais influentes no TikTok? E os gestores mais bem pagos da nossa bolsa? De segunda a sexta-feira, todos os dias há um ranking para ver aqui no ECO.

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Nuno Pinto Magalhães é o novo chairman da dona da Sagres

Há 47 anos ligado à Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, Nuno Pinto Magalhães liderava nos últimos 20 anos a comunicação e relações institucionais da cervejeira.

Nuno Pinto Magalhães é desde o início de julho chairman da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas (SCC). Há 47 anos na dona da Sagres, o profissional era há duas décadas diretor de comunicação e relações institucionais da SCC, acumulando com os cargos de presidente da Fundação Luso, da Auto Regulação Publicitária e da Câmara do Comércio Portugal-Holanda.

Durante os 47 anos a que está ligado à empresa dona da Sagres ou da água Lusa trabalhou com seis acionistas distintos e com 18 presidentes/CEO, nacionais e estrangeiros. A sua carreira na SCC começou em outubro 1974, altura em que entrou na companhia para fazer um estágio – após ter terminado o 7º ano (12º ano) e ter que esperar um ano (Serviço Cívico) para poder entrar na Faculdade de Direito -, na contabilidade, como apoio na inventariação do património. Em janeiro do ano seguinte passou ao quadro, como escriturário, da Central de Cervejas, empresa onde se mantém até hoje.

Nas quase cinco décadas a que está ligado à cervejeira, agora controlada pela Heineken, desempenhou inúmeras funções. Foi chefe dos Serviços de Pessoal da antiga Fábrica do Catujal (refrigerantes) e do ex entreposto do Prior Velho, ocupou funções na distribuição, foi adjunto do diretor dos serviços de pessoal, diretor de compras, diretor de organização e métodos, diretor administrativo, diretor da logística, diretor da distribuição, gestor comercial adjunto, com o marketing e vendas e diretor de exportação.

Lançou o serviço de apoio ao cliente e, nos anos 90 a pré-venda no Porto, tendo para isso realizado previamente um estágio, como pré-vendedor na Budweiser, em Los Angeles, nos EUA, e na Bavaria, em Medelin, Colômbia.

É há mais de 20 anos diretor de comunicação e das relações institucionais da SCC, empresa onde chegou a ser o diretor mais novo de idade e o mais antigo na companhia.

Foi delegado sindical, pelo Sindicato dos Escritórios, e membro da Comissão de Trabalhadores da Sede, na década de 80. Foi presidente do Grupo Desportivo da SCC e Coordenador da Comissão Paritária da Qualificação de Funções da Companhia, que integrava representantes dos Sindicatos e da Empresa.

Fora da SCC ocupou, entre outros cargos, o de Grão Mestre da Confraria da Cerveja, que agrega todo o setor cervejeiro, presidente da Associação das Águas e vice presidente da Associação dos Anunciantes Portugueses e administrador da Sociedade Ponto Verde.

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Cerca de 60% das empresas nacionais têm intenções de contratar até final do ano

A grande maioria das empresas não pretende dispensar colaboradores em 2021, sendo que 61% espera proceder a novas contratações. Apenas 20% admite despedimentos.

A maioria dos empregadores nacionais está otimista quanto ao decorrer do ano. Apesar de 43% admitirem que a sua empresa precisará de um a dois anos para chegar a uma situação económica idêntica ao período de antes da Covid-19, as contratações não deverão parar este ano para a generalidade dos empregadores. Mais de 60% admite mesmo intenção de contratar até ao final do ano, segundo uma sondagem da Adecco.

No que toca a intenções de dispensa de colaboradores, 80% afirma que não vai despedir funcionários em 2021, enquanto os restantes 20% admitem a possibilidade de procederem a despedimentos ainda durante este ano.

Já dentro das empresas que não vão dispensar colaboradores, 61% afirma mesmo que tem intenções de contratar novos membros para as equipas, e 39% deverá manter-se com a equipa atual, sem alterações.

“Das empresas que não irão dispensar colaboradores, 61% considera a hipótese de ter que admitir mais funcionários precisamente na mesma área em que algumas empresas irão despedir: área fabril (47%), administrativa (28%) e logística (19%)”, lê-se no sondagem “O Futuro do Trabalho: Impacto da Covid-19 no emprego”, da Adecco Portugal, que, após um ano de pandemia, sondou 100 empresas portuguesas para tentar perceber como as medidas sanitárias de combate à Covid-19 impactaram as suas atividades e que consequências tiveram nos recursos humanos.

“A grande ilação que a Adecco Portugal retira desta sondagem é que, não obstante mais de metade das empresas ter tido um impacto negativo ou parcialmente negativo (59%) em virtude da pandemia, os apoios ao emprego libertados pela Governo durante o primeiro trimestre de 2021 permitiram à esmagadora maioria das empresas inquiridas (80%), não ter intenções de despedir colaboradores”, afirma a empresa, citada em comunicado.

Contudo, a maioria das respostas a esta sondagem são dos setores do retalho e indústria, que sofreram um menor impacto da pandemia, ao contrário de setores ligados ao turismo, como hotelaria e restauração, por exemplo.

Contratação: dificuldade e melhorias a implementar

Durante a pandemia, a falta de colaboradores mais especializados (63%) e com skills mais polivalentes (57%) têm sido as maiores dificuldades das empresas no que toca a contratação de talento. Já a insuficiência de apoios públicos, legislação laboral e encargos sociais elevados são fatores menos negativos, com 22%, 30% e 33% das empresas a considerarem-nos, respetivamente, dificuldades.

Perante estes obstáculos, as empresas inquiridas apontam uma necessidade crescente de apostar na formação profissional (17%). “O que faz notar que a oferta, de momento, ainda é inferior à procura e que as formações práticas são tão importantes como as teóricas”, refere a Adecco.

As empresas apontam também uma necessidade de melhorar as remunerações, bem como de reformular os horários e turnos, com 10% dos empregadores a proporem cada uma das medidas.

“A pandemia obrigou as empresas a pensar nas suas equipas de outra forma e a fazer um aproveitamento diferente dos seus tempos de trabalho. A Revisão do Código do Trabalho é uma sugestão que afeta alguns setores em particular a par com a formação on job que tem vindo a ser cada vez mais importante fazendo até com que várias empresas invistam em simuladores para que os seus trabalhadores possam testar e aperfeiçoar competências mais práticas”, conclui a empresa de recursos humanos.

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Vendas de NFT atingem os 2,5 mil milhões em 2021

  • ECO
  • 6 Julho 2021

As vendas de ativo criptográfico que registam a propriedade de bens digitais alcançaram os 2,5 mil milhões de dólares este ano. É um valor recorde.

O NFT, ativo criptográfico que regista a propriedade de bens digitais, registou 2,5 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) em vendas desde o início deste ano, valor que compara com apenas 13,7 milhões de dólares (11,5 milhões de euros) no primeiro semestre de 2020, avança a Reuters.

O volume de vendas manteve-se elevado depois de os NFT terem explodido em popularidade no início deste ano. Os volumes de vendas mensais no OpenSea, um importante mercado de NFTs, atingiram um recorde em junho.

O NFT, que representa a propriedade de vários itens digitais, foi criado pelo cientista inglês Tim Berners-Lee. Recentemente, um non-fungibletoken (NFT) do código-fonte original para a rede mundial de computadores, escrito pelo seu inventor foi vendido por 5,4 milhões de dólares (4,55 milhões de euros) num leilão online na Sotheby’s.

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Nova investe um milhão para apoiar alunos e criar campus em Évora e no Algarve

  • ECO
  • 6 Julho 2021

Instituição quer reforçar Fundo de Ação Social para apoiar alunos com dificuldades financeiras. Parceria com universidades de Évora e do Algarve vai trazer novas licenciaturas e mestrados.

A Universidade Nova de Lisboa vai passar a apoiar alunos com dificuldades financeiras, através do Fundo de Ação Social, cujo objetivo é reforçá-lo em um milhão de euros, diz o reitor da instituição, em entrevista ao Diário de Notícias. Além disso, João Sàágua revela que foi feita uma parceria com as universidades de Évora do Algarve para a criação de um campus, com novos cursos.

O Fundo de Ação Social foi reforçado em 200 mil euros, mas a Nova quer “chegar rapidamente a um milhão de euros”. O objetivo é impedir desistências de alunos por falta de condições financeiras, uma vez que as bolsas atribuídas pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) são insuficientes, diz João Sàágua. “Queremos ir mais longe. Queremos criar bolsas que compensem, por exemplo, ao nível dos mestrados“, nota o reitor, salientando ainda que “a redução das propinas” não resolve o problema destes alunos.

Além disso, a Nova assinou ainda parcerias com as universidades de Évora e do Algarve para a criação de um campus a sul do país. Este consórcio “vai trazer uma nova oferta letiva” — como “licenciaturas em que os estudantes estarão um ano no Algarve, um ano em Évora e um ano em Lisboa”, nas residências de estudantes –, “novas licenciaturas e novos mestrados” e “novas atividades de capacitação da própria administração municipal, ou da administração regional, ou da administração pública a sul, e de diversas outras instituições que exercem atividade a sul”.

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Nas notícias lá fora: BCE, acordo fiscal na UE e NFT

  • ECO
  • 6 Julho 2021

BCE está na reta final da revisão estratégica, enquanto o IRC mínimo na UE enfrenta obstáculos. E as vendas NFT atingiram os 2,5 mil milhões.

O Banco Central Europeu está a entrar na reta final daquela que é a maior revisão estratégica em quase duas décadas, enquanto Bruxelas está a trabalhar para superar a resistência de três Estados-membros que se opõem ao acordo internacional para o IRC mínimo. Os reguladores chineses sugeriram que Didi, concorrente da Uber, adiasse a sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) nos EUA, enquanto o volume de vendas NFT sobe para 2,5 mil milhões em 2021. Conheça estas e outras notícias que estão a marcar o dia lá fora.

Bloomberg

BCE na reta final da revisão estratégica

O Banco Central Europeu está a entrar na reta final daquela que é a maior revisão de estratégia em quase duas décadas. Esta semana há reunião para discutir o assunto, sendo que outra questão importante é alcançar um acordo quanto a uma nova formulação da meta de inflação do BCE que, atualmente, é de perto de 2%.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

Financial Times

Disputa legal levanta obstáculos à implementação de acordo fiscal na UE

Bruxelas está a trabalhar para superar a resistência de três Estados-membros que se opõem ao acordo internacional alcançado na semana passada para a criação de um IRC mínimo, com a Hungria e a Estónia a defenderem que a proposta pode mesmo infringir a legislação europeia. Bruxelas deverá precisar do apoio unânime dos Estados-membros antes de adotar a proposta.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês)

Reuters

Vendas NFT atingem os 2,5 mil milhões em 2021

O NFT, ativo criptográfico que regista a propriedade de bens digitais, atingiu novos máximos no segundo trimestre deste ano, a registar 2,5 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros) em vendas este ano, contra apenas 13,7 milhões de dólares (11,5 milhões de euros) no primeiro semestre de 2020, segundo dados do mercado. O NFT, que representa a propriedade de vários itens digitais, foi criado pelo cientista inglês Tim Berners-Lee.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês)

El País

Bruxelas regula as obrigações verdes para impulsionar emissões de dívida com critérios ambientais

A Comissão Europeia quer dar um impulso às obrigações verdes ou emissões de dívida com critérios ambientais com a aprovação, pela primeira vez, de um regulamento comunitário que estabelece as condições para rotular uma emissão de obrigações como verde. Bruxelas está confiante que o estímulo das obrigações verdes ajudará a financiar os investimentos necessários para atingir os objetivos de redução de emissões em 2030, que requerem a mobilização anual de cerca de 330 mil milhões de euros.

Leia a notícia completa no El País (acesso livre, conteúdo em espanhol)

The Wall Street Journal

Reguladores chineses sugeriram que Didi adiasse IPO nos EUA

Semanas antes do grupo Didi Global, plataforma de mobilidade chinesa rival da Uber, realizar sua Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações, o regulador da segurança cibernética da China sugeriu que a gigante adiasse a operação e pediu uma avaliação interna da sua rede de segurança. Por sua vez, o “uber chines” disse à Reuters que não sabia antes da oferta pública inicial (IPO) nos Estados Unidos que a agência reguladora lançaria uma investigação de segurança cibernética ou ordenaria a suspensão na China de novos registos de utilizadores e de downloads da app.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso condicionado, conteúdo em inglês)

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“Poluição órfã” custa milhões de euros aos contribuintes em Portugal, diz Tribunal de Contas Europeu

Relatório do TCE revela que o princípio do poluidor-pagador é aplicado de forma desigual. Resultado? "Demasiadas vezes são os contribuintes europeus que têm de pagar pelos poluidores.

O princípio do poluidor-pagador não só está previsto nas políticas ambientais da UE como em teoria exige que sejam os poluidores a suportar os custos da poluição que eles próprios causaram. No entanto, revela o Relatório Especial do Tribunal de Contas Europeu (TCE) “Princípio do poluidor pagador: Aplicação incoerente nas políticas e ações ambientais da UE”, divulgado esta segunda-feira, 5 de julho, “demasiadas vezes são os contribuintes europeus que têm de pagar pelos poluidores”.

Isto porque, refere o documento, o princípio do poluidor-pagador continua a não cobrir todos os casos e é aplicado de forma desigual nos vários setores de atividade e Estados-Membros. Resultado? Muitas vezes são utilizados fundos públicos para financiar ações de despoluição, em vez de serem os próprios poluidores a pagar. Com frequência, a contaminação ambiental/poluição aconteceu há tanto tempo que os poluidores já não existem, e não é possível identificá-los, ou não podem ser responsabilizados.

“Esta poluição órfã é um dos motivos pelos quais a UE teve de financiar projetos de recuperação que deveriam ter sido pagos pelos poluidores. Pior ainda, fundos públicos da União foram também utilizados contrariamente ao princípio do poluidor-pagador, por exemplo quando as autoridades dos Estados-Membros não conseguiram aplicar a legislação ambiental e obrigar os poluidores a pagar”, diz o TCE em comunicado.

E dá exemplos de “poluição órfã” em Portugal, quando em 2011, o país estabeleceu uma lista de 175 minas abandonadas que necessitavam de uma extensa descontaminação por conterem sulfuretos metálicos ou minerais radioativos. O Tribunal examinou assim três projetos financiados pelos FEEI relacionados com minas abandonadas que funcionaram entre o século XIX e o século XX.

“A contribuição prevista da UE é de 9,1 milhões de euros entre 2015 e 2021 e os projetos envolvem a reabilitação das minas e das zonas circundantes. Tendo em conta que as atividades mineiras ocorreram há décadas, não é possível considerar os operadores legalmente responsáveis, uma vez que já não existem e portanto deixaram de ser responsáveis ou não tinham a obrigação legal de descontaminar o solo quando estavam em funcionamento”, sublinha o TCE.

Quanto já pesou a poluição na carteira dos europeus?

Em conferência de imprensa para apresentar o estudo, os autores do estudo confirmaram ao ECO/Capital Verde que “não é possível contabilizar o valor total que já foi pago até hoje pelos contribuintes europeus para compensar todos os danos causados pelos poluidores”. No entanto, sublinham, entre 2014 e 2020 cerca de 29 mil milhões de euros da política de coesão e do programa LIFE da UE destinaram-se especificamente à proteção do ambiente.

No documento há um outro número que salta desde logo à vista: 55 mil milhões de euros. “A poluição gera custos significativos para os cidadãos da UE, mas não existe uma avaliação exaustiva do custo total da poluição para a sociedade. Num estudo recente, de 2019, realizado para a Comissão Europeia, estimou-se que o “incumprimento dos requisitos da legislação ambiental da UE ascende a cerca de 55 mil milhões de euros por ano em custos e benefícios perdidos”, refere o TCE.

Outra avaliação da Diretiva de Emissões Industriais, que a Comissão Europeia publicou em 2020, mostra por exemplo que o custo dos danos das emissões para a atmosfera de todas as instalações abrangidas pela diretiva diminuiu cerca de 50% entre 2010 e 2017. No setor siderúrgico, cumprir esta diretiva custa aos poluidores cerca de 90 milhões de euros por ano. Ao mesmo tempo, a prevenção da poluição poupa 932 milhões de euros por ano.

As três recomendações do Tribunal de Contas Europeu

“Pagar pela poluição poupa dinheiro às pessoas e às empresas. Fazer com que os poluidores assumam as suas responsabilidade reduz os custos para todos, sobretudo para os consumidores”, frisou Viorel Ștefan, membro do Tribunal de Contas Europeu responsável pelo relatório, em declarações aos jornalistas.

Esta necessidade torna-se mais urgente quando na UE, como refere o relatório do TCE, cerca de três milhões de sítios estão potencialmente contaminados, sobretudo pela atividade industrial e o tratamento e eliminação de resíduos. Seis em cada dez massas de água de superfície, como rios e lagos, não se encontram em boas condições químicas e ecológicas. A poluição atmosférica, um importante risco para a saúde na UE, também prejudica a vegetação e os ecossistemas. Todos estes fatores implicam custos significativos para os cidadãos.

“Para concretizar as ambições do Pacto Ecológico Europeu de forma eficiente e justa, os poluidores têm de pagar pelos danos ambientais que causam. Contudo, até agora, os contribuintes europeus foram demasiadas vezes forçados a suportar os custos que os poluidores deveriam ter pago“, frisou ainda Viorel Ștefan.

Para ultrapassar esta questão, o TCE propõe três recomendações à Comissão Europeia: reforçar a integração do princípio do poluidor-pagador na legislação ambiental (até ao final de 2024); reforçar a aplicação da Diretiva Responsabilidade Ambiental (até final de 2023); e proteger os fundos da UE para que não sejam utilizados para financiar projetos que devem ser pagos pelo poluidor (até 2025).

Tudo aquilo que os poluidores ainda não pagam

De acordo com o TCE, a Diretiva das Emissões Industriais já abrange as instalações industriais mais poluentes, mas ainda assim a maioria dos Estados-Membros ainda não responsabiliza o setor da indústria quando as emissões permitidas provocam danos ambientais. Além disso, diz o documento, a Diretiva também não exige que este setor cubra os custos do impacto da poluição residual, que atingem centenas de milhares de milhões de euros.

De igual modo, a legislação da UE aplicável aos resíduos incorpora o princípio do poluidor-pagador, por exemplo através do que se designa por “responsabilidade alargada do produtor”, mas o Tribunal constata que frequentemente são necessários investimentos públicos significativos para colmatar o défice de financiamento.

Refere ainda o relatório que os poluidores também não suportam a totalidade dos custos provocados pela poluição da água, sendo os agregados familiares da UE que pagam a maior parte, embora consumam apenas 10% da água. “O princípio do poluidor-pagador continua igualmente muito difícil de aplicar no caso da poluição causada por fontes difusas, em especial a agricultura”, refere o TCE em comunicado.

O caso português e o bom exemplo das garantias financeiras

Por último, o Tribunal salienta que, nos casos em que as empresas não têm garantias financeiras suficientes (como apólices de seguro que cubram a responsabilidade ambiental), corre-se o risco de os custos de limpeza ambiental acabarem por ser suportados pelos contribuintes.

Até à data, apenas sete Estados-Membros (República Checa, Irlanda, Espanha, Itália, Polónia, Portugal e Eslováquia) exigem a apresentação de garantias financeiras relativamente a algumas ou a todas as responsabilidades ambientais. Contudo, ao nível da UE, essas garantias não são obrigatórias, pelo que, na prática, os contribuintes são forçados a intervir e a pagar os custos de despoluição quando uma empresa que provocou danos ambientais fica insolvente.

Num estudo elaborado para o Parlamento Europeu concluiu-se que o problema da insolvência pode ser resolvido precisamente através destas garantias financeiras obrigatórias. Por exemplo, refere o documento, “Portugal impõe garantias financeiras obrigatórias para todas as atividades de risco ambiental referidas na DRA. Aceita uma vasta gama de instrumentos de garantia financeira, incluindo apólices de seguro, garantias bancárias, fundos ambientais e fundos próprios, e não comunicou quaisquer casos de insolvência que impedissem a aplicação da responsabilidade ambiental”.

“Portugal é um exemplo muito positivo de como estas ferramentas podem ser usadas para garantir que o custo da poluição não fica por pagar”, remataram os autores do estudo em resposta ao ECO/Capital Verde.

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Merkel e Macron apoiam ratificação de acordo de investimento com a China

  • Lusa
  • 6 Julho 2021

Alemanha e França não fizeram menção ao assunto nas suas respetivas declarações após a videoconferência, mas o apoio ao acordo de investimento foi revelado pelas autoridades chinesas.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, apoiaram a ratificação do acordo para a proteção de investimentos entre a China e a União Europeia, numa videoconferência com o homólogo chinês, Xi Jinping.

A referência ao apoio de Merkel e Macron surge apenas no resumo oferecido pelas autoridades chinesas. Alemanha e França não fizeram menção ao assunto nas suas respetivas declarações sobre a videoconferência realizada na segunda-feira.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China garantiu que Macron expressou o seu “apoio à conclusão do acordo de investimentos China-UE” e que Merkel mostrou esperança de que “seja aprovado o mais brevemente possível”.

“A Alemanha apoia que a cimeira entre a UE e a China seja antecipada e espera que o acordo de investimento seja aprovado o mais brevemente possível”, disse a chanceler alemã, de acordo com a agência noticiosa oficial Xinhua.

O documento não refere qualquer declaração sobre o assunto por parte de Xi, que pediu a “ampliação do consenso e da cooperação” com os países europeus para “enfrentar desafios globais em conjunto”.

“Esperamos que a Europa desempenhe um papel mais ativo nos assuntos internacionais, refletindo verdadeiramente a sua autonomia estratégica”, exortou Xi.

O apelo surgiu após uma visita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Europa, que visou formar uma frente comum para desafiar a China em questões económicas e de Direitos Humanos. A cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte apontou também, pela primeira vez, a China como um adversário.

Apesar de a União Europeia reclamar há vários anos reciprocidade no acesso ao mercado, apontando que as suas empresas enfrentam regulamentos discriminatórios no país asiático, Xi pediu aos países europeus que “proporcionem um ambiente de negócios transparente e não discriminatório para as empresas chinesas”.

As relações entre a China e a UE deterioraram-se nos últimos meses.

O acordo recíproco de proteção ao investimento continua pendente de ratificação no Parlamento Europeu, numa altura em que diferenças políticas estão a aumentar, após as reclamações europeias sobre a repressão de Pequim em Hong Kong e as violações dos Direitos Humanos dos membros da minoria étnica de origem muçulmana uigur, no extremo oeste da China.

A UE sancionou em 22 de março – após decisão semelhante dos Estados Unidos – quatro funcionários e uma entidade chinesa pela situação em Xinjiang.

Foram as primeiras sanções aplicadas pela UE à China desde o massacre na Praça de Tiananmen, em 1989.

Pequim respondeu, por sua vez, sancionando dez europeus, metade deles eurodeputados, e quatro entidades, ao mesmo tempo que convocou o embaixador da UE na China, Nicolas Chapuis, para apresentar uma queixa formal a Bruxelas.

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