Euribor sobe a três meses para novo máximo desde março de 2009

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

As taxas Euribor subiram esta quarta-feira a três e seis meses, no prazo mais curto para um novo máximo desde março de 2009, e desceram a 12 meses face a terça-feira.

As taxas Euribor subiram esta quarta-feira a três e seis meses, no prazo mais curto para um novo máximo desde março de 2009, e desceram a 12 meses face a terça-feira.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 6 de junho, avançou esta quarta-feira, para 2,311%, mais 0,011 pontos que na terça-feira e depois de ter subido em 14 de novembro para 2,337%, um novo máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 1,596% em setembro para 1,997% em outubro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu esta quarta-feira ao ser fixada em 1,803%, mais 0,008 pontos e um novo máximo desde março de 2009. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 1,011% em setembro para 1,428% em outubro.
  • Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a Euribor recuou quarta-feira, ao ser fixada em 2,843%, menos 0,008 pontos que na terça-feira, contra 2,874% em 9 de novembro, um novo máximo desde janeiro de 2009. Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,233% em setembro para 2,629% em outubro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia aumentar as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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“É razoável assumir que exportações vão superar 45% do PIB”, diz presidente da AICEP

As exportações vão superar pela primeira vez os 100 mil milhões de euros, afirmou o presidente da AICEP. Luís Castro Henriques, que está de saída do cargo, diz que "está na altura de mudar".

As exportações vão superar pela primeira vez os 100 mil milhões de euros este ano, ultrapassando os 45% do PIB, adiantou o presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, na apresentação de um protocolo sobre internacionalização entre a Business Roundtable Portugal e a agência de promoção do investimento e comércio externo.

“Pegando nas estimativas mais conservadoras, este ano vamos exportar mais de 100 mil milhões de euros”, afirmou Luís Castro Henriques. Em percentagem do PIB, o primeiro semestre terminou em 49% do PIB e o presidente da AICEP considera “razoável assumir que ficaremos acima dos 45%”.

António Costa Silva apontou no debate do Orçamento do Estado, no final de outubro, para uma fasquia ainda maior. “Vamos chegar ao fim do ano com exportações a representarem 49% do Produto Interno Bruto (PIB) português”, afirmou.

Luís Castro Henriques destacou o desempenho nas exportações de bens, “que ficam facilmente acima de 70 mil milhões, quase duplicando face a 2010″. Em termos globais, o crescimento das vendas ao exterior esperado é de 15%, “embora haja estimativas que apontam para 30%”, disse também Luís Castro Henriques.

Já há aqui uma mudança de paradigma muito relevante para o país. É preciso dar os parabéns ao esforço muito bem feito pelas empresas. O enquadramento não tem sido fácil, mas as empresas continuam a exportar e a ganhar quota”, destacou o responsável da AICEP, sublinhando que o conseguiram fazer apesar do choque transversal provocado pela subida dos custos da energia.

Luís Castro Henriques termina o segundo mandato como presidente da AICEP no final do ano e não irá continuar. “A missão julgo que foi cumprida. É altura de uma mudança”, afirmou. O responsável lembrou que quando chegou ao cargo, em 2014, Portugal era um “produto difícil”, depois do resgate da troika. “Mudámos o pitch, a abordagem e a metodologia. Duplicámos a atração de investimento.”

“Temos uma nova década com novos desafios. É preciso aumentar a notoriedade para subir na escala do preço e conseguir chegar com os nossos produtos ao consumidor final”, afirmou o presidente da AICEP.

Filipe de Botton, presidente da Logoplaste e coordenador do Grupo de Trabalho Globalização da Associação Business Roundtable Portugal, salientou que “há uma nova geração de CEO e de empresários que mudou o paradigma da gestão” e apontou ainda mais alto a fasquia para as exportações nacionais: “Temos de chegar aos 60% de uma Irlanda. Temos de ser capazes de lá chegar”.

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Um em cada quatro desempregados encontrou emprego no terceiro trimestre

Foram 78,1 mil as pessoas que transitaram para o emprego do segundo para o terceiro trimestre deste ano, indica o INE.

Um em cada quatro desempregados encontrou trabalho no terceiro trimestre deste ano, mostram os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira. Por outro lado, 53,9% das pessoas que estavam desempregadas no segundo trimestre permaneceram nesse estado no trimestre seguinte.

Foram 78,1 mil as pessoas que transitaram para o emprego no terceiro trimestre deste ano. Considerando por sexo, o INE estima que “quase um em cada três homens desempregados (29,6%; 42,7 mil) e quase uma em cada quatro mulheres desempregadas (22,9%; 35,4 mil) no trimestre trimestre de 2022 transitaram para o emprego” neste período.

A maior parte das pessoas transitaram para um trabalho por conta de outrem. Foram mais os desempregados de curta duração que encontraram trabalho (32,6%) do que aqueles de longa duração (19,9%).

a fatia daqueles que permaneceram no desemprego, que é de 53,9% do total de desempregados, é de 160,9 mil pessoas, segundo os dados do INE.

Entre aqueles que estavam desempregados no segundo trimestre, uma parte deles (20%) transitou ainda para a inatividade (que engloba os inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego, os inativos que procuram emprego, mas que não estão disponíveis para trabalhar e os restantes inativos).

O INE disponibiliza também dados sobre as pessoas já empregadas, que mostram que do “total de trabalhadores por conta de outrem que, no segundo trimestre de 2022, tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato, 19,3% (129,2 mil) passaram a ter um contrato sem termo no terceiro trimestre de 2022″.

entre os trabalhadores em part-time, quase um quarto (24,1%; 94,2 mil pessoas) passou a trabalhar a tempo completo no terceiro trimestre deste ano.

(Notícia atualizada às 11h35)

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Movimento nos aeroportos nacionais apenas 1% abaixo dos níveis pré-Covid

Aeroportos nacionais receberam 5,9 milhões de passageiros em setembro, um número superior em 63% comparando com 2021 e apenas 1% abaixo dos níveis pré-Covid.

Os aeroportos nacionais receberam 5,9 milhões de viajantes em setembro, o equivalente a uma subida de 63% face ao mesmo mês do ano passado. Os dados publicados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o setor do transporte aéreo continua a recuperar, estando apenas 1% abaixo dos níveis pré-Covid.

Em setembro, aterraram nos aeroportos nacionais 21,4 mil aeronaves em voos comerciais, que transportaram 5,9 milhões de pessoas. No que diz respeito ao movimento de carga e correio, foram transportadas 18,4 mil toneladas, mais 9,9% do que em setembro de 2021. O número de passageiros está 63% acima do observado em 2021 e apenas 1% abaixo de 2019, naquela que é a “menor diferença face aos níveis pré-pandemia”, diz o INE.

Considerando os passageiros desembarcados em setembro, 80,7% corresponderam a tráfego internacional (76,9% no mesmo mês de 2021), na maioria provenientes do continente europeu (67,3% do total). Relativamente aos passageiros embarcados, 81,1% corresponderam a tráfego internacional (77,4% em setembro de 2021), tendo como principal destino aeroportos no continente europeu (69% do total).

Aeronaves aterradas, passageiros e carga/correio movimentados nos aeroportos nacionais.INE

“Em setembro de 2022, registou-se o desembarque médio diário de 97,2 mil passageiros nos aeroportos nacionais (99,4 mil no mês anterior), próximo do valor observado em setembro de 2019 (98,3 mil)”, refere o INE.

Entre janeiro e setembro, o aeroporto de Lisboa movimentou 48,7% do total de passageiros (20,8 milhões) e registou um aumento de 194,1%. Seguiu-se o aeroporto do Porto com 9,5 milhões de passageiros e o de Faro com 6,59 milhões. Em termos de evolução, “Faro registou o maior crescimento face a 2021 (+214,1%) e Porto registou a maior aproximação aos níveis de 2019 (-5,5%)”, nota o gabinete de estatística.

Considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais entre janeiro e setembro, o Reino Unido foi o principal país de origem e de destino dos voos (cerca de três milhões de passageiros), seguido de França e Espanha.

(Notícia atualizada às 11h43 com mais informação)

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Demium transforma programa de aceleração. Investimento direto nas startups aumenta

A empresa melhorou as condições das quais as startups podem, agora, beneficiar. As selecionadas receberão 150.000 euros de investimento direto, em vez de 25.000 euros.

A Demium decidiu converter o seu programa de aceleração, lançado em dezembro de 2021 como uma iniciativa pontual, numa proposta de continuidade dentro da sua linha de serviços para startups em fases iniciais de desenvolvimento. Como parte deste compromisso, a empresa melhorou as condições das quais as startups podem beneficiar: as selecionadas receberão 150.000 euros de investimento direto.

“Durante o programa de seis meses, terão acesso a uma equipa de especialistas e mentores cujo objetivo será ajudar a startup a evoluir, multiplicar o seu valor e preparar a próxima ronda de investimento, na qual a Demium Capital poderá ajudar com 350 mil euros adicionais, juntamente com o investimento de outros VC e investimento público que a startup conseguir captar”, explica Ignacio Parada, diretor do programa de aceleração da Demium, em comunicado.

O programa deixará, assim, de funcionar por edições, sendo que estará continuamente aberto para as startups se candidatarem a qualquer momento. Podem candidatar-se “startups já estabelecidas que contem com uma forte equipa de cofundadores e uma proposta de valor disruptiva, baseada numa solução tecnológica já em funcionamento e com as primeiras métricas disponíveis”, detalha a empresa espanhola de investimento em talentos.

As startups selecionadas devem ainda demonstrar a sua capacidade de tração para receber entre um a dois milhões de euros de investimento adicional (público ou privado) nos 24 meses seguintes da entrada da Demium Capital.

Os participantes podem ser provenientes de qualquer país europeu, desde que já possuam ou venham a possuir sede em Portugal ou Espanha, onde será desenvolvido o programa de aceleração. Durante o processo de seleção, serão valorizadas as startups que já tenham concluído uma ronda de investimento pre-seed e que contem com o apoio de business angels ou VCs.

As startups selecionadas terão acesso a um período de pré-aceleração em que receberão ajuda para preparar o seu projeto para apresentar à comissão de investimento da Demium Capital. Uma vez terminado este passo, receberão 150.000 euros de investimento direto (o valor anterior era de 25.000 euros).

Com este novo modelo de aceleração único, a Demium Capital pretende investir em entre 10 a 12 startups por ano.

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Marlene Nogueira reforça equipa da Andersen

A nova of counsel da Andersen, Marlene Nogueira, integrou a área de Corporate/M&A e coordenar o departamento de Data Protection do escritório do Porto.

O escritório de advogados Andersen reforçou a área de Corporate/M&A com a contratação de Marlene Nogueira, enquanto of counsel. A advogada vai coordenar o departamento de Data Protection do escritório do Porto.

“A contratação da Marlene Nogueira é mais um passo decisivo na concretização do plano de expansão do escritório, através da potenciação das valências já existentes, bem como pelo desenvolvimento de novas áreas de prática, incluindo as áreas de Compliance e ESG, com o principal objetivo de prestar uma assessoria global e transversal aos nossos clientes”, refere Teresa Nogueira, co-managing partner da Andersen em Portugal que, conjuntamente com Luísa Curado, lidera o escritório do Porto.

Marlene Nogueira transita da Cuatrecasas, onde esteve 16 anos e integrava os departamentos de Direito Comercial e Societário e de Propriedade Intelectual, Media e Tecnologias de Informação. Com mais de 20 anos de experiência na assessoria jurídica a empresas nacionais e internacionais, possui uma pós-graduação em Direito das Sociedades e formação avançada em Data Protection, que lhe permitiu “desenvolver competências específicas na área transacional”, com participação em inúmeros projetos de M&A e operações imobiliárias, em setores tão diversos como o turismo, automóvel, construção, imobiliário, saúde e farmácia, editorial, industrial, IT, tecnologia e energias renováveis, tendo ainda liderado diversos projetos de implementação do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, em entidades públicas e privadas.

“É para mim uma honra poder colaborar no crescimento da área de Corporate e M&A, na qual a sociedade é já um “player” relevante e, em paralelo, contribuir para uma abordagem especializada no setor das novas tecnologias e privacidade. O desafio de desenvolver uma área de atividade do escritório é enorme, mas a motivação é maior ainda, quer pela partilha da cultura e valores do escritório, norteados pelo conhecimento e inovação, quer especialmente por se tratar de um ‘regresso a casa'”, sublinhou a nova of counsel da Andersen.

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“Não agir terá custo recessivo maior do que subir juros”, diz Centeno

Governador do Banco de Portugal alerta que cenário prolongado de inflação poderá levar à perda de confiança dos agentes económicos e a uma recessão. Deixou recados aos bancos.

Mário Centeno defende a atuação do Banco Central Europeu (BCE) na subida das taxas de juro para controlar a escalada da inflação e considerou que “não agir teria um custo recessivo maior”. Também pediu aos bancos para serem ativos no acompanhamento dos clientes em dificuldades e prudentes na conservação de capital.

O governador do Banco de Portugal alertou que “um cenário prolongado de inflação trará incerteza, perda de confiança dos agentes económicos e uma inevitável recessão”. Por isso, “a inação não é uma opção”, defendeu o responsável na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.

“O papel do BCE é muito claro neste domínio, o objetivo é trazer inflação para 2% no médio prazo”, prosseguiu Mário Centeno, mostrando-se crente de que “no médio prazo, o objetivo será alcançado”. Em outubro, a taxa de inflação anual na zona do euro bateu recordes, atingindo 10,7% e, de acordo com as previsões da Comissão Europeia deverá terminar o ano nos 8,5%, para depois desacelerar para 6,1% em 2023.

“Se não controlarmos a inflação, o comportamento dos agentes económicos induzirá uma recessão. E a inflação eliminará os ganhos significativos nos salários, empregos e poupanças nos últimos anos”, frisou Centeno.

O governador destacou ainda o impacto que a elevada inflação e o aumento abrupto das taxas de juro podem ter no sistema bancário. “No curto e médio prazo, as taxas de juro estruturalmente mais elevadas deverão ter um efeito favorável sobre a margem financeira, potenciarão uma maior diversificação da carteira de dívida pública, mas também poderão resultar na desvalorização da carteira de ativos. Não deve ser descurada a pressão adicional sobre a margem financeira que as taxas de juro mais elevadas colocam nos custos de financiamento de mercado dos bancos, em particular no âmbito do cumprimento do requisito mínimos de fundos próprios e passivos elegíveis”, disse.

A seguir pediu aos banqueiros que sejam ativos na avaliação da capacidade de cumprimento dos contratos por parte dos clientes e prudentes no provisionamento e conservação de capital para se protegerem face a um cenário mais adverso.

Ainda assim, disse que “não se espera um aumento abrupto no risco de crédito que ponha em causa a estabilidade do sistema financeiro”.

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BCE alerta para riscos “crescentes” para o sistema financeiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Novembro 2022

A inflação alta, a crescente probabilidade de uma recessão na Zona Euro e o aumento dos custos de financiamento "colocam desafios crescentes" às famílias, empresas e governos endividados, diz o BCE.

A potencial combinação de recessão económica, inflação elevada, condições financeiras mais restritivas e menor liquidez está a aumentar os riscos para o sistema financeiro. O alerta chega diretamente de Frankfurt, pelas palavras do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

“As famílias e empresas em toda a Zona Euro já estão a sentir os efeitos de uma inflação mais elevada e de uma atividade económica mais fraca, no meio da atual crise energética provocada pela guerra na Ucrânia”, disse Luis de Guindos, na revisão bianual da estabilidade financeira do BCE, citado pelo Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Segundo o banco central, a elevada inflação, a crescente probabilidade de uma recessão nos países do euro e o aumento dos custos de financiamento “colocam desafios crescentes” às famílias, empresas e governos endividados, o que poderá levar a falências e a uma maior volatilidade nos mercados financeiros.

O tumulto na praça financeira do Reino Unido e a anterior crise de liquidez que atingiu os comercializadores europeus de energia demonstraram como o sistema financeiro da região está cada vez mais vulnerável a movimentos bruscos nos preços de mercado que podem alastrar a uma crise mais vasta, acrescenta o BCE na sua revisão.

Luis de Guindos reitera: “Não foi a primeira vez que nos foi recordado que (…) os impactos dos choques de mercado são muitas vezes sentidos muito para além dos investidores que são diretamente afetados”.

Como tal, o Banco Central Europeu apela aos reguladores globais — coordenados pelo Conselho de Estabilidade Financeira — para acelerarem o seu trabalho no sentido de enfrentarem a vulnerabilidade do setor financeiro não bancário às crises de liquidez. “A resiliência e os lucros dos bancos beneficiam de taxas de juro mais elevadas, mas as ameaças à qualidade dos ativos podem levar a necessidades de aprovisionamento mais elevadas“, concluiu de Guindos.

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J+Legal lança projeto de apoio a startups

João Leite Carvalho é o advogado que vai ficar responsável pelo J+NEXT, um projeto de suporte a startups, e será apoiado por uma equipa da J+Legal bem como por jovens mentores.

O escritório de advogados J+Legal lançou a J+NEXT by J+Legal, um projeto de apoio a startups. Em comunicado, o escritório caracteriza o projeto como “disruptivo” e “inovador”.

João Leite Carvalho é o advogado que vai ficar responsável pelo projeto e será apoiado por uma equipa da J+Legal bem como por jovens mentores. A equipa vai conciliar o direito e a tecnologia, com o objetivo de “promover e dar apoio ao mercado das startups, seja qual for o setor onde as mesmas se queiram implementar, de maneira a cumprir o lema base da sociedade J+Legal, HANDS-ON Legal Partners”.

“O projeto assenta muito numa comunicação atual e dedicada ao ecossistema, através de suportes gráficos, com informação geral, de interesse para todos os que pretendem lançar a sua empresa com características de startups. Com uma linguagem própria, esta equipa desde logo pretende demonstrar desta forma que é merecedora de confiança, não só técnica, mas também ética e que entende as novas tendências tecnológicas, e como estas convergem com a parte legal, para além de estar rodeada de parceiros institucionais, como VCs ou incubadoras, e de outras firmas de advogados estrangeiras com notoriedade reconhecida na área da tecnologia a nível internacional”, explicam.

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Linha de crédito da Segurança Social pode ser usada para requalificar equipamentos sociais

Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social já tem autorização para conceder garantias até 15 milhões ao Fundo de Contragarantia Mútuo para operacionalizar linha de crédito.

A linha de crédito de 120 milhões de euros para o setor social poderá ser usada para suprir necessidades de financiamento ou de investimento no âmbito da transição ambiental ou na concretização de novos projetos ou de requalificação de equipamentos sociais, explica o decreto-lei publicado em Diário da República.

A medida faz parte do pacote “Energia para avançar”, anunciado no final do Conselho de Ministros de 15 de setembro, mas só agora é publicada a autorização para o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social conceder garantias ao Fundo de Contragarantia Mútuo para operacionalizar as “linhas de crédito a instituições particulares de solidariedade social ou a entidades equiparadas sem fins lucrativos”.

Garantias essas que têm como limite máximo global 15 milhões de euros, são financiadas pelo Orçamento do Estado e não por fundos comunitários como acontece à larga maioria das medidas lançadas.

O decreto-lei reitera que os empréstimos serão concedidos até 31 de dezembro de 2023.

A publicação deste diploma, que entra em vigor quinta-feira, decorre da sua promulgação na semana passada, a 8 de novembro, por Marcelo Rebelo de Sousa.

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Centeno critica o “velho hábito” de “reescrever a história com os dados censurados”

Crítica a Carlos Costa? O governador do Banco de Portugal lamentou o “velho hábito” de quem gosta de “reescrever a história com os dados censurados”.

Sem mencionar nomes, o governador do Banco de Portugal criticou esta quinta-feira o “velho hábito” de quem gosta de “reescrever a história com os dados censurados”, numa farpa implícita a Carlos Costa, que tem protagonizado um caso polémico nos últimos dias com o primeiro-ministro.

“Gosto de pensar que vivemos o futuro. Os prémios de juro que pagávamos deixámos de pagar, os crónicos défices orçamentais que tínhamos deixámos de ter, a dívida pública e privada, que não parava de crescer, caiu”, disse Mário Centeno na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.

Só uma dimensão que mantemos, o mesmo velho hábito, o hábito de reescrever a história com os dados censurados. Parece que gostamos muito disso”, atirou o governador.

"Gosto de pensar que vivemos o futuro. Os prémios de juro que pagávamos deixámos de pagar, os crónicos défices orçamentais que tínhamos deixámos de ter, a dívida pública e privada, que não parava de crescer, caiu. (…) Só uma dimensão que mantemos, o mesmo velho hábito, o hábito de reescrever a história com os dados censurados.”

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Nos últimos dias, o seu antecessor no supervisor, Carlos Costa, tem mantido uma polémica acesa com António Costa, tendo acusado o primeiro-ministro de intromissão política no Banco de Portugal quando pressionou a não afastar Isabel dos Santos do BIC em 2016.

Na sequência deste caso, Mário Centeno já tinha pedido respeito pelas instituições e volta agora a criticar Carlos Costa, que esta terça-feira disse ter recebido uma mensagem de António Costa a confirmar que tinha sido pressionado a manter Isabel dos Santos no Banco BIC, hoje chamado EuroBic.

“No mesmo dia em que anunciava um processo judicial, o primeiro-ministro enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para transmitir a inoportunidade do afastamento de Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar uma tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, revelou Carlos Costa no lançamento do livro “O Governador”, da autoria do jornalista Luís Rosa, e que desencadeou toda a polémica.

Em reação a estas afirmações, que considerou serem uma ofensa ao sua honra e bom nome, António Costa disse que ia avançar judicialmente contra o antigo governador do Banco de Portugal entre 2010 e 2020.

(Notícia atualizada às 11h04)

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G20 pede compromissos para enfrentar as alterações climáticas

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

O G20 exigiu aos países desenvolvidos que "cumpram os compromissos" na recolha de 100 mil milhões de dólares anuais destinados a mitigar os efeitos das alterações climáticas.

Os líderes do G20 reafirmaram esta quarta-feira o compromisso estabelecido em relação aos objetivos climáticos que constam do Acordo de Paris pedindo aos países desenvolvidos uma declaração conjunta no quadro da Cimeira de Bali.

Propomos envidar esforços no sentido da limitação da temperatura aos 1,5 graus. Isto requer ações significativas e efetivas, e o compromisso de todos os países“, assinalam os líderes numa declaração de 17 páginas aprovada em Bali.

Os líderes do G20 sublinham a importância relativa à implementação dos Acordos de Paris e que deve “refletir a justiça e o princípio de responsabilidades comuns, em vez das diferenças que marcam as circunstâncias nacionais”.

Neste sentido, o G20 exigiu aos países desenvolvidos que “cumpram os compromissos” na recolha de 100 mil milhões de dólares anuais destinados a mitigar os efeitos das alterações climáticas e a apoiar a transição energética.

“Apelamos ao apoio contínuo dos países em desenvolvimento, especialmente aos mais vulneráveis para que deem acesso à energia fiável, sustentada e moderna”, indicaram os líderes do G20.

O apelo ao incremento nos investimentos vão na linha do acordo anunciado na terça-feira por uma aliança de potências liderada pelos Estados Unidos e o Japão no sentido de mobilizar o investimento de 20 mil milhões de dólares dos setores público e privado para ajudar a reduzir a dependência do carvão na Indonésia.

Os representantes dos países do G20 sublinharam que para conseguirem a transição energética e alcançarem as emissões neutras em carbono em meados do século vai ser necessária uma combinação de medidas fiscais e outras como a eliminação dos subsídios destinados aos combustíveis fósseis enquanto devem ser canalizados “apoios aos mais pobres e vulneráveis”.

O G20 reconheceu que o mundo vive “o tempo da crise climática e da crise energética, agravadas por desafios geopolíticos” destacando a necessidade de se transformar e diversificar “rapidamente os gases de efeito de estufa” em meados do século.

Os países participantes na Cimeira de Bali comprometeram-se a “promover o investimento em infraestruturas e indústrias sustentáveis, assim como tecnologias inovadoras e um amplo leque de mecanismos fiscais, instrumentos de regulação junto dos mercados capazes de apoiarem as transições energéticas limpas”.

Por outro lado, os líderes do G20 exigiram a todos os países que adotem o Compromisso Global sobre a Biodiversidade até ao ano 2030.

“Aumentaremos os esforços para o combate às perdas da biodiversidade, a desflorestação, a desertificação, a degradação da terra e a seca, assim como a renovação da terra que se encontra degradada e alcançar a neutralidade em 2030”, indica o documento do G20.

 

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