Cerca de 26 mil contratados para substituir professores desde o início do ano letivo

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

“O número é relativamente estável. Quase todas as semanas entram cerca de 600 pedidos de horários”, indica o ministro João Costa.

O ministro da Educação afirmou esta quarta-feira que foram contratados cerca de 26 mil professores para substituições, desde o início do ano letivo, sendo que, semanalmente, há cerca de 600 novos horários por preencher. O balanço foi feito por João Costa, que está a ser ouvido pelo parlamento no âmbito da discussão em sede de especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Em resposta à deputada Carla Castro, da Iniciativa Liberal, que quis saber quantos alunos estão, atualmente, sem professor a pelo menos uma disciplina, o ministro não precisou um número, afirmando que todas as semanas são contratados professores, mas as escolas também pedem novos horários. “O número é relativamente estável. Quase todas as semanas entram cerca de 600 pedidos de horários”, afirmou o ministro, acrescentando que a substituição dos professores também tem sido mais rápida, devido a medidas implementadas no início do ano letivo.

Uma dessas medidas foi a possibilidade de as escolas recorrerem mais rapidamente à contratação de escola, a última opção para contratar docentes. “Tem dado efeito”, disse João Costa, indicando que “tem resolvido mais agilmente e em mais de 80% as necessidades de substituição”.

Por outro lado, a revisão das habilitações próprias para a docência, alargadas de acordo com determinados critérios às licenciaturas pós-Bolonha, também ajudaram à substituição de professores, sobretudo numa das disciplinas onde havia maior carência.

Segundo o ministro da Educação, o grupo de recrutamento com maior número de horários por preencher já não é Informática, mas João Costa não precisou quais as disciplinas onde faltam mais docentes atualmente. “Estas medidas que alguns apelidaram de avulsas e remendos estão a surtir efeito”, acrescentou o governante.

Comparativamente ao período homólogo dos três anos anteriores, as necessidades das escolas reduziram em cerca de 50%, uma “situação bastante mais favorável”, disse o ministro, ressalvando que, ainda assim, o Governo está “preocupado e a agir”.

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“É muito prematuro pensar em parar a subida das taxas de juro”, diz Jerome Powell

O presidente da Fed revela que está muito confiante em trazer a taxa de inflação para os 2%, mas para isso acontecer é ainda muito cedo para pensar em abrandar a subida das taxas de juro.

O tempo para abrandar o ritmo da subida das taxas poderá ser logo na reunião de dezembro ou fevereiro. Teremos discussões sobre isso na próxima reunião. Ainda não foi tomada qualquer decisão”, refere Jerome Powell, presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), no decorrer da conferência de imprensa após a Fed ter anunciado mais uma subida de 75 pontos base na taxa de juro do dólar nesta quarta-feira.

No entanto, Powell salienta que ainda “é muito prematuro pensar em parar a subida das taxas de juro” e que, mais importante do que pensar se este é o momento para abrandar a subida da taxa de juro, é perceber “o quão elevado as taxas deverão atingir”, dadas as incertezas que existem hoje na economia.

Além disso, Powell destaca que as taxas de juro atingirão um valor mais elevado do que a Fed esperava em setembro, por conta de novos picos de inflação desde então

Aos jornalistas, Powell voltou a reforçar a ideia de que a Fed está fortemente empenhada em utilizar todos os instrumentos à sua disposição para trazer a taxa de inflação para os 2%. “Sem estabilidade de preços não haverá um mercado de trabalho forte e sustentado”, referiu Powell, sublinhando que “o mercado de trabalho [nos EUA] permanece extremamente constrangido.”

Como parte crucial para atingir a meta dos 2% para a taxa de inflação, o presidente da Fed sublinha a necessidade de “muito provavelmente ser preciso uma política monetária restritiva durante algum tempo”, e lembra que a economia mundial está a passar por um período de grande dificuldade, com “muitos países a sofrerem com um dólar forte.”

Em relação à saúde da economia dos EUA, Powell destacou que “o mercado imobiliário estava extremamente sobreaquecido”, lembrando que agora está a contrair, desde logo porque “a subida das taxas de juro tem um impacto significativo neste mercado”.

Sobre a possibilidade de a maior economia do mundo entrar em recessão, o presidente da Fed refere que “ninguém sabe se vai ou não ocorrer uma recessão e quão severa será”, mas clarifica que apesar da “janela de uma aterragem suave ter-se reduzido”, ainda é possível a economia dos EUA evitar uma situação de recessão.

Nos mercados financeiros, a volatilidade foi rainha durante a última hora: depois de as ações terem registado uma recuperação assim que o comunicado da Fed se tornou público, após a conferência os principais índices acionistas de Wall Street afundam entre 1% e 3%.

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Luís Teixeira é o novo Sales Leader Risk & Broking da WTW Portugal

  • ECO Seguros
  • 2 Novembro 2022

Luís Teixeira, o novo líder Risk & Broking da WTW Portugal, começou a sua carreira na WTW, passou pela Aon e Coverflex, e regressou agora "para ajudar as empresas a tomarem decisões cruciais".

A WTW anunciou a nomeação de Luís Teixeira como Sales Leader para a área de Risk & Broking.

Luís Teixeira, o novo Sales Leader de Risk & Broking da WTW Portugal disse, em relação ao novo cargo: “Estou muito entusiasmado por poder estruturar a nossa oferta e dar a conhecer toda a capacidade da WTW nesta área”.

Com uma carreira de mais de 15 anos, sempre no setor dos seguros, iniciada na WTW – de onde saiu há 12 anos – Luís Teixeira inicia funções a partir desta quarta-feira, e terá como principal responsabilidade identificar oportunidades de crescimento nas áreas de Gestão de Risco e Corretagem da WTW.

Nuno Arruda, Head of Portugal, WTW, disse, sobre as perspetivas de futuro: “Temos a profunda convicção de que poderemos ser um alicerce importante para a gestão de risco das empresas portuguesas num contexto sem precedentes e a integração do Luís é um passo muito importante no sentido de aumentar a nossa capacidade de levar até ao mercado português o melhor da WTW. Pessoalmente, é sempre uma satisfação muito grande ver colegas regressarem à WTW, depois de outras experiências que seguramente os enriqueceram, para agora nos desafiarem a evoluir ainda mais”.

O novo Sales Leader expressou “um orgulho imenso em voltar para a WTW e trabalhar com uma equipa que tem um conhecimento ímpar em gestão de riscos e seguros” e declarou: “no atual contexto de grande incerteza quanto ao futuro, queremos ajudar as empresas a tomar decisões cruciais para a sua sustentabilidade com base em dados e insights. Estou muito entusiasmado por poder estruturar a nossa oferta e dar a conhecer toda a capacidade da WTW nesta área”.

 

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Proposta do Governo da semana de quatro dias de trabalho desagrada tanto a patrões como a sindicatos

Patrões lamentam que sejam as empresas a ter de suportar a possível perda de produtividade e preveem pouca adesão à medida. Sindicatos estão preocupados com o aumento da jornada laboral diária.

O Governo esteve reunido esta tarde com patrões e sindicatos, em sede de concertação social, para apresentar o projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho, cuja experiência deverá arrancar em junho de 2023 em empresas do setor privado. A proposta do Executivo não reuniu, contudo, o agrado dos parceiros sociais.

Patrões lamentam que sejas as empresas a ter de suportar a possível perda de 20% de produtividade e preveem pouca adesão à medida. Já os sindicatos estão preocupados com o aumento da jornada laboral diária dos colaboradores. Maioria das empresas que já sinalizaram interesse são do setor dos serviços, adianta ministra.

“O projeto começa mal. Quando nós falamos que há uma quebra de cinco para quatro dias, independentemente de, no futuro, haver ganhos de produtividade, estamos a falar de uma perda de 20%. Há três componentes aqui: trabalhadores, Estado e empresas. O início da conversa seria 7% de contributo dos trabalhadores, 7% do Estado e 7% das empresas. O que foi dito, clara e inequivocamente, foi que os colaboradores não podiam perder nem um cêntimo da sua remuneração. Tudo bem. Menos 7%, portanto”, começa por dizer Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em declarações transmitidas pela RTP3.

“O Estado, contrariamente a outros países como, por exemplo, a vizinha Espanha, também não iria contribuir com rigorosamente nada. Portanto, nós começamos com as empresas a terem de levar com os 20% — que é esta diminuição — à espera de ganhos de produtividade”, continua.

O ponto de partida da proposta que chegou às mãos de patrões e sindicatos está, para Francisco Calheiros, errado. Além disso, o setor do turismo não é, a seu ver, um setor que beneficia desta medida. “Se eu tenho de passar para menos 20% de horas de trabalho, se calhar vou ter mais 20% de pessoas. Se eu tenho de ter uma receção aberta 24 horas, não há forma de o contornar”, explica.

O projeto começa mal. Nós começamos com as empresas a terem de levar com os 20% — que é esta diminuição — à espera de ganhos de produtividade.

Francisco Calheiros

Presidente da Confederação do Turismo de Portugal

Por outro lado, admite que a indústria do turismo pode – sim – beneficiar através do aumento do tempo de descanso das pessoas, podendo usá-lo nas atividades de lazer.

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP), defende que o tema não é “prioritário” nem “conveniente”. E, por isso mesmo, não prevê “nenhuma adesão generalizada” à experiência. “Vejo como muito pouco provável que haja muitas empresas” [a aderir], disse, à saída da reunião.

O líder da CCP deixou ainda claro que não vê “qualquer inconveniente em que se façam experiências”, mas salientou que “não se justificava” uma reunião da Concertação Social “só para isso”, havendo questões “tão prioritárias como o problema da energia” ou a concretização do acordo de rendimentos assinado há poucas semanas.

CGTP preocupada com aumento de horas de trabalho diárias

Já a secretária-geral da CGTP realçou que “a questão da redução do horário de trabalho é uma reivindicação de há muito tempo” da intersindical, que defende um horário semanal de 35 horas para todos os trabalhadores. “[Sobre] esta questão da semana de quatro dias, não temos qualquer problema, desde que não tenha como condição o aumento da jornada diária de trabalho, que é uma conquista dos trabalhadores com mais de 100 anos”, afirmou Isabel Camarinha.

Esta proposta que nos foi hoje apresentada coloca-nos uma preocupação, que é haver esta possibilidade de aumentar a jornada diária de trabalho dos colaboradores, que já é uma jornada pesadíssima. Oito horas de trabalho, a que se soma o tempo de intervalo para a refeição e o tempo de deslocação de casa para o trabalho e do trabalho para casa”, defende. Em vez de um progresso, seria um “retrocesso”, salienta a secretária-geral da CGTP.

Para Isabel Camarinha, o Governo está em condições de reduzir a jornada laboral para 35 horas semanais. “Precisamos de garantir que há, por parte do Governo, uma atitude de ir ao encontro deste avanço civilizacional.”

Questionada sobre as preocupações de patrões e sindicatos à saída da concertação social, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse que é para isso que as experiências servem – para “avaliar” – e realçou que a base da adesão é “voluntária”, tanto para empresas como para colaboradores. Voltou a frisar que não haverá perda salarial – “essa é uma linha vermelha” – e, sobre o possível aumento das horas diárias de trabalho, afirmou apenas que será sempre garantida a diminuição da carga horária mensal.

Já sobre as preocupações dos patrões, a ministra remeteu para as experiências de “várias empresas noutros países”, que “mostraram um aumento da produtividade”. Lembrando que já “algumas empresas sinalizaram a sua vontade de participar neste projeto-piloto” – “empresas de diferentes setores” –, Ana Mendes Godinho avançou que a prevalência está nos serviços, sem detalhar o número ou os nomes das empresas interessadas.

O Governo apresentou na Concertação Social o projeto-piloto da semana de quatro dias de trabalho, cuja experiência deverá arrancar em junho de 2023 em empresas do setor privado, podendo mais tarde ser estendido à Administração Pública. Segundo o documento do Governo, a experiência-piloto em 2023 será aberta a todas as empresas do setor privado e terá a duração de seis meses, sendo voluntária e reversível e sem contrapartidas financeiras, providenciando o Estado o suporte técnico e administrativo para apoiar a transição.

Segundo o Executivo, a experiência “não pode envolver corte salarial e tem de implicar uma redução de horas semanais”. Uma vez que o Estado não oferece nenhuma contrapartida financeira, não será estipulado um número de horas semanais exatas, que “podem ser 32 horas, 34 horas, 36 horas, definidas por acordo entre a gestão e os trabalhadores”, mas a experiência tem de “envolver a grande maioria dos trabalhadores” da companhia, “exceto para grandes empresas, onde pode ser testado em apenas alguns estabelecimentos ou departamentos”.

A experiência-piloto da semana de quatro dias será coordenada por Pedro Gomes, autor do livro “Sexta-feira é o Novo Sábado”.

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Allianz impulsiona reclamações digitais

  • ECO Seguros
  • 2 Novembro 2022

A Allianz quer ser pioneira no processamento de reclamações. A Allianz Direct promete, no futuro, analisar as condições de sinistros de veículos em até 60 segundos. Recorre à inteligência artificial.

No futuro, a seguradora digital alemã Allianz Direct poderá comunicar reclamações e determinar o montante relacionado com perdas em questões de segundos. Desde outubro de 2021 que várias companhias têm já recorrido à inteligência artificial (IA) para o processamento de reclamações de seguros automóvel.

Philipp Kroetz, CEO da Allianz Direct: “o futuro da deteção e investigação de sinistros é digital, descomplicado, intuitivo e rápido”.

O processamento completo de avaliação de danos a veículos motorizados será mapeado em 60 segundos. Os clientes comunicam os danos em apenas alguns passos, que incluem o upload de fotografias, e recebem uma avaliação precisa. Com base nas informações, é determinada uma estimativa de custos de reparação. No caso de danos até 2 mil euros, o montante referente às perdas é transferido de imediato. Caso o sinistro exceda o limite, os segurados podem ainda escolher um mecânico parceiro.

A tecnologia da Allianz Direct foi criada em cooperação com a unidade “Utility for Claims” da Allianz SE e a ControlExpert. O software deve ser utilizado principalmente para danos simples. Com base nas perdas fotografadas pelo cliente, a IA calcula os custos de reparação.

Segundo Philipp Kroetz, CEO da Allianz Direct,“o futuro da deteção e investigação de sinistros é digital, descomplicado, intuitivo e rápido”. “A fim de satisfazer ainda mais as necessidades dos nossos clientes, implementámos a nossa investigação de reclamações de 60 segundos e, assim, otimizámos significativamente o processo de self-service, disse o CEO.

A japonesa Fukoku Mutual Life Insurance demonstrou, já há alguns anos, que esta abordagem funciona. A seguradora do ramo vida vida utiliza o sistema Watson da companhia americana IBM desde janeiro de 2017. O programa analisa as diferentes informações relevantes para a avaliação das transferências. Isto inclui relatórios médicos, detalhes sobre operações ou o tempo de internamento hospitalar. A decisão final sobre as remunerações está, no entanto, nas mãos dos profissionais de seguros.

Na Alemanha, a Zurich introduziu robôs de software em setembro de 2016. Desde então, estes têm sido utilizados no ramo vida e assumem processos normalizados.

Desde meados de 2017, o software de IA tem sido utilizado na avaliação de relatórios médicos. O então Presidente do Conselho de Administração da Zurich, Tom de Swaan, mencionou cerca de 40 mil horas de trabalho poupadas através da aceleração. Por exemplo, o tempo médio de processamento de uma reclamação foi reduzido de uma hora para cinco segundos.

No futuro, os robôs de software também serão utilizados para combater fraudes. “Os sistemas aprendem rapidamente e podem reconhecer padrões conhecidos de casos passados“, explicou Christopher Iwanowski, Chefe de Desenvolvimento de Reclamações da Allianz Versicherungs AG, numa entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine, em janeiro. Uma vez que o software seja alimentado com dados suficientes, resolverá, mais tarde, casos mais complexos e será utilizado em seguros de responsabilidade civil.

 

 

 

 

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Bruxelas já transferiu mais de três quartos do valor programado no PT 2020

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

“Até ao final do terceiro trimestre, foram transferidos 20.453 milhões de euros para Portugal a título de pagamentos intermédios efetuados pela Comissão Europeia", indica o boletim dos fundos.

A Comissão Europeia transferiu 20.453 milhões de euros para Portugal até setembro, mais de três quartos do valor programado no Portugal 2020 (PT 2020), foi anunciado.

Até ao final do terceiro trimestre, foram transferidos 20.453 milhões de euros para Portugal a título de pagamentos intermédios efetuados pela Comissão Europeia (CE), como resultado da execução das operações financiadas pelos fundos europeus afetos ao Portugal 2020”, lê-se no último boletim dos fundos europeus, com informação reportada em 30 de setembro.

Bruxelas já transferiu, assim, para Portugal mais de três quartos (75,6%) do valor programado. Entre os países com os maiores envelopes financeiros (superiores a 7.000 milhões de euros), Portugal ocupa o quarto lugar no que se refere aos pagamentos, com seis pontos percentuais acima da média da União Europeia (69,5%).

Já no conjunto dos Estados-membros, Portugal está na sexta posição, atrás da Polónia, Itália, Espanha, França e Roménia. A Comissão Europeia transferiu o montante total de 335.967 para os Estados-membros, sendo que 6,1% deste valor foi para Portugal.

No final de setembro, os pagamentos aos beneficiários ascenderam a 21.600 milhões de euros, o equivalente a 80% da dotação de fundos do Portugal 2020. Destaca-se aqui o domínio da competitividade e da internacionalização (6.727 milhões de euros), seguido pelo capital humano (4.101 milhões de euros) e pelo desenvolvimento rural (3.732 milhões de euros).

O maior volume de pagamentos verificou-se no FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, com mais 279 milhões de euros face a junho. No final do terceiro trimestre, estavam executados 21.000 milhões de euros de fundos. O maior volume de fundos executados está no FEDER, com uma subida de 330 milhões de euros.

Em segundo lugar aparece o Fundo Social Europeu (FSE), com um ganho de 219 milhões de euros face a junho. Com uma dotação global de cerca de 26.000 milhões de euros, o programa PT 2020 consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem os princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”.

Os primeiros concursos do programa PT 2020 foram abertos em 2015.

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Fed sobe taxa de juro em 75 pontos base para 4%

Jerome Powell, presidente da Fed, anunciou esta quarta-feira mais um aumento de 75 pontos base da taxa de juro do dólar, mas deu a entender que a subida das taxa de juro pode estar perto do fim.

A Reserva Federal norte-americana (Fed) aumentou novamente a taxa de juro de referência do dólar 75 pontos base para o intervalo 3,75% – 4%, o valor mais elevado desde dezembro de 2007, pouco antes de rebentar a crise do subprime.

A decisão tomada esta quarta-feira marca o sexto aumento da taxa de juro do dólar desde janeiro por parte do Comité Federal do Mercado Aberto da Fed (em inglês FOMC) e a quarta subida “jumbo” (de 75 pontos base) consecutiva. A Fed revelou ainda que a decisão foi tomada de forma unânime entre os vários membros da FOMC.

"Acreditamos que serão necessários aumentos contínuos das taxas de juro para alcançar uma posição política suficientemente restritiva para acabar por regressar a inflação para os 2%.”

Fed, 2 de novembro de 2022

O aumento de 375 pontos base da taxa de juro do dólar este ano só é comparável à escalada que Paul Vocker, enquanto presidente da Fed na década de 1980, potenciou há mais de 30 anos.

Por detrás da atual agressiva política monetária da Fed está a necessidade de estancar a taxa de inflação mais elevada nos EUA dos últimos 40 anos. E por essa razão a Fed reafirma que “o Comité está fortemente empenhado em devolver a inflação ao seu objetivo de 2%”, lê-se no comunicado publicado no site da Fed.

Com a maior economia do mundo a apresentar atualmente os valores mais baixos de desemprego dos últimos 50 anos e a Fed a não dar sinais de abrandar no combate à inflação, esta subida “jumbo” já era há muito antecipada pelo mercado.

Taxas de juro sobem numa escalada a pique desde janeiro

Fonte: Reuters.

A maior expectativa entre os investidores para a reunião desta quarta-feira da FOMC não era tanto se a taxa de juro iria ou não subir 75 pontos base, mas ler os sinais que Powell daria em relação à política monetária para os próximos meses, nomeadamente no que concerne ao ritmo que a autoridade monetária dos EUA pretende continuar a aumentar a taxa de juro. E neste campo, Powell não foi tão claro quando seria de esperar.

“Acreditamos que serão necessários aumentos contínuos das taxas de juro para alcançar uma posição política suficientemente restritiva para acabar por regressar a inflação para os 2%”, refere a Fed em comunicado.

Os futuros sobre a taxa de juro do dólar estão a apontar para que a taxa de juro do dólar suba até perto dos 5% até maio, significando que em dezembro poderá haver uma subida nova subida entre 75 e 50 pontos base

Apesar de não fazer qualquer projeção para a economia americana, os mercados leram as palavras de Powell como uma sinalização de que a Fed deverá começar a abrandar o ritmo de subida das taxas de juro já a partir da próxima reunião, que terá lugar em dezembro.

Os futuros sobre a taxa de juro do dólar estão a apontar para que a taxa de juro do dólar suba até perto dos 5% até maio, significando que em dezembro poderá haver uma subida nova subida entre 75 e 50 pontos base e em janeiro possa abrandar até à concretização de um último aumento, desta feita de 25 pontos base. A partir daí o mercado antecipa que a taxa possa manter-se estável durante algum tempo até a inflação estabilizar.

A mensagem de Powell foi particularmente bem recebida pelos investidores, com a yield das obrigações do Tesouro, particularmente a linha a dois anos a registar uma correção. O mesmo sucedeu junto dos principais índices acionistas americanos a passarem para terreno positivo após a declaração do presidente da Fed, depois de terem estado todo o dia a cair entre 0,2% e 1%.

No centro da política da Fed está também a intenção da autoridade monetária dos EUA continuar a reduzir a sua carteira de obrigações do Tesouro, como está descrito nos planos de redução do tamanho do balanço da Reserva Federal, que foram publicados em maio.

Na orientação da política monetária da Fed, não passa despercebido o facto de a curva de rendimentos dos EUA estar atualmente invertida, com a yield das obrigações do Tesouro norte-americano de mais curto prazo a apresentar valores acima das obrigações de longo prazo.

Por exemplo, de acordo com dados da Reuters, a meio da tarde desta quarta-feira as obrigações a 2 anos estavam a negociar com uma yield de 4,6%, enquanto as obrigações a 10 e a 30 anos apresentam uma taxa de 4,3% e 4%, respetivamente.

Este comportamento das taxas das obrigações revela que os investidores acreditam que o Tesouro norte-americano apresenta um maior risco creditício no curto prazo face ao longo prazo. Trata-se de uma situação incomum e vista no plano económico como um sinal de uma potencial recessão.

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Liga Ibérica: “São riscos que nunca se devem correr”, diz presidente da La Liga

Candidatura ibérica para o Mundial 2030 é uma realidade, mas uma Liga ibérica está fora de questão, de acordo com Javier Tebas, presidente da La Liga, em declarações ao ECO.

Javier Tebas rejeita a ideia de uma liga de clubes entre Portugal e Espanha. “São riscos que penso que nunca se devem correr”, diz o presidente de La Liga, em entrevista ao ECO, na Web Summit

Não é possível. Há um sentimento de pertença, de competição pela sua nação, pelo seu país. Não é assim tão fácil unir duas nações com os seus clubes para criar uma nova prova. Eu já tenho 60 anos de idade e, certamente, que não vou ver isso acontecer enquanto for vivo”, salienta o líder máximo da organização que gera o futebol espanhol ao ECO.

No ano passado, a criação de uma Liga entre os clubes da Bélgica e Países Baixos chegou a ser falada e, com a recente candidatura Ibérica para o Mundial 2030 a marcar a esfera desportiva, faria sentido uma Liga Ibérica?

Tebas rejeita a ideia, mas não fecha a porta a uma outra possibilidade: A criação de um “torneio especial” entre clubes dos dois países, mesmo referindo que seja algo também “muito complicado”.

Inflação: Dor de cabeça para adeptos, indiferença para clubes

A Europa vive tempos complicados, com uma galopante inflação e uma guerra que se vai prolongando no tempo, afetando a maior parte dos setores da sociedade. O futebol não é um deles, assegura o presidente da liga castelhana.

A inflação não tem influência no futebol profissional, especialmente porque a maior despesa que temos, são os salários dos jogadores e treinadores, e estes não estão sujeitos a estas mexidas. A inflação também não os afeta muito porque são pessoas com rendimentos elevados”, explicou.

Onde podemos ter um problema a médio prazo (com a inflação) é no valor dos nossos direitos televisivos, suportado quase inteiramente pelos adeptos que pagam uma subscrição [para ver os jogos via streaming ou televisão], mas eu sou daqueles que acredita que isso não vai acontecer. Contudo, temos de estar atentos.

Javier Tebas

Presidente de La Liga

Todavia, mesmo sem alarmismo e até alguma descrença, Tebas ressalva que a inflação pode vir a ser um problema para os direitos televisivos.

“Onde podemos ter um problema a médio prazo é no valor dos nossos direitos televisivos, que é suportado quase inteiramente pelos adeptos que pagam uma subscrição [para ver os jogos via streaming ou televisão], mas eu sou daqueles que acredita que isso não vai acontecer. Contudo, temos de estar atentos”, afirma.

Sombra da Superliga Europeia perdura

Desde o anúncio da Superliga Europeia em 2021, que Javier Tebas foi um dos maiores críticos de tal competição. Mesmo que a ideia tenha caído por terra e diversos clubes organizadores tenham recuado no seu apoio, o “conceito” da prova continua a pairar no velho Continente, de acordo com o líder da La Liga.

O conceito [da Superliga] não está morto. Não estou preocupado com a competição em si porque não vai ser bem-sucedida. Os modelos atuais da competição são o que se vê. O problema é que o conceito permanece nos grandes clubes que são os que governam e tomam as decisões no futebol”, explicou.

Para combater este “problema”, o presidente da Liga espanhola acredita ser necessária tornar as estruturas do futebol “mais transparentes, mais claras e com regras de boa governação, onde existe um equilíbrio entre os clubes grandes, pequenos e médios”.

Fair Play financeiro com necessidade de melhorias

Outras das temáticas abordadas por Javier Tebas ao ECO foi o famoso Fair Play financeiro, que tantas emoções desperta no mundo futebolístico. A UEFA decidiu reformular a regra do fair play financeiro há alguns meses, introduzindo novas formas de controlar as contas dos clubes de futebol, denominadas de regras de sustentabilidade financeira, e o presidente não ficou indiferente a estas mudanças.

Penso que melhorou (o fair play financeiro com novas regras), mas o importante é que se apliquem sanções desportivas. O Paris Saint-Germain foi agora multado em 60 milhões de euros e depois só teve de pagar dez milhões. Isto é como se fosse um café para a pessoa que infringe as regras, não importa.

Javier Tebas

Presidente de La Liga

Penso que melhorou, mas o importante é que se apliquem sanções desportivas. O Paris Saint-Germain foi agora multado em 60 milhões de euros e depois só teve de pagar dez milhões. Isto é como se fosse um café para a pessoa que infringe as regras, não importa. Por outras palavras, […] é muito importante que haja regras, que o regime de sanções seja realmente dissuasivo e, neste caso, as sanções desportivas é o que realmente dissuade as pessoas de fazerem batota”.

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BCP paga apoio de 500 euros a trabalhadores para mitigar efeitos da inflação

O BCP vai pagar um apoio de 500 euros a todos os trabalhadores "sem viatura atribuída", tendo em vista ajudar a mitigar o impacto da escalada de preços.

O BCP vai pagar um apoio extraordinário de 500 euros a todos os trabalhadores “sem viatura atribuída”, tendo em vista ajudar a mitigar o impacto da escalada de preços. O pagamento será feito em dezembro, juntamente com o salário, revelou o banco liderado por Miguel Maya, em comunicado interno a que o ECO teve acesso.

Numa altura em que a inflação ultrapassa os 10% em Portugal, o ritmo mais elevado em cerca de 30 anos, e tendo em conta que “muitos” trabalhadores “tiveram a sua evolução salarial condicionada na ultima década pelas medidas de ajustamento e transformação imprescindíveis ao sucesso da recuperação” do banco, o BCP decidiu avançar com “um conjunto de medidas com o intuito de mitigar os efeitos da atual conjuntura para o rendimento das famílias.

Em causa está um apoio extraordinário de 500 euros “a todos os colaboradores sem viatura atribuída”, sendo que ficam excluídos os colaboradores que “tenham sido objeto de sanção disciplinar superior a sanção verbal” este ano. “O pagamento será efetuado em simultâneo com o processamento salarial do mês de dezembro de 2022″, acrescenta o comunicado. No caso dos funcionários que tenham um crédito reestruturado ou saneado ou que este tenha sido prolongado, o apoio de 500 euros não será para reembolso da dívida.

Além disso, o banco liderado por Miguel Maya vai também permitir que os colaboradores tenham a possibilidade de receber, a partir de janeiro do próximo ano, a totalidade do subsídio de Natal referente a 2023 em duodécimos.

Os trabalhadores do BCP terão ainda a possibilidade de “fixação por 1 ano da prestação do crédito habitação concedido ao abrigo das condições do Acordo Coletivo de Trabalho“, sendo que esta terá como base “a prestação paga em junho” desde ano e “o prazo total do empréstimo será acrescido de 1 ano”.

Paralelamente, o BCP indica ainda que a oferta de autocarros gratuitos de e para o Taguspark será reforçada a partir desta quinta-feira com a “disponibilização da Rota H – Cacém-Taguspark-Cacém”. Além disso, está também a ser “ultimada a disponibilização de uma plataforma que permitirá aos Colaboradores Millennium agilizar o car pooling”.

(Notícia atualizada)

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+M

Paula Matias assume marketing e inovação da Glintt

Marca, oferta e employee branding são as três áreas nas quais a nova responsável pretende focar os seus objetivos.

Paula Matias é a nova diretora de marketing e inovação da Glintt. Marca, oferta e employee branding são as três áreas nas quais a nova responsável pretende focar os seus objetivos, conta ao +M/ECO. “Eu vejo o marketing como um todo, não faz sentido desacoplá-lo das unidades de negócio. Com isto, gosto sempre de dizer que marketing não é só comunicação. Há toda uma componente estratégica que é fundamental para desenhar planos que possam ser cumpridos, atingindo os objetivos a que nos propomos”, justifica.

No que toca à marca, “o grande objetivo é posicionar a Glintt onde ela deve estar: líder ibérico nos mercados em que opera, com a marca Glintt no mercado da saúde, e com a marca Nexllence nas restantes indústrias”, prossegue. “Para isto há que trabalhar a comunicação de forma consistente, garantindo a presença nos meios que o nosso target consome – imprensa, redes sociais, site, eventos”, detalha.

O segundo ponto é a oferta. “O marketing tem um papel essencial no mapeamento de tendências de mercado e análise da concorrência, o que permite desenhar uma visão a médio/longo prazo, nomeadamente ao nível do desenho dos roadmaps funcionais dos produtos com IP próprio Glintt, mas também ao nível da oferta de serviços, garantindo que existe know-how adequado às necessidades do mercado”, começa por dizer. “É fundamental que o nosso research seja alinhado com o dos nossos clientes, para que eles próprios validem a nossa oferta como adequada aos seus desafios. Trata-se de estarmos todos a falar na mesma língua, de estarmos na mesma página”, reforça.

Vejo este trabalho sempre em conjunto com as unidades de negócio, onde conseguimos cruzar o conhecimento de quem está no terreno com o conhecimento adquirido via research e análise da concorrência. Com esta sinergia, conseguimos produzir colaterais que de facto suportem as equipas de vendas, como apresentações, demos, sites ou campanhas”, prossegue.

Employee branding é o terceiro foco da sua atuação. “Dada a escassez global talentos na área da TI, torna-se essencial trabalhar o employee branding, em conjunto com os recursos humanos, por forma a posicionar a Glintt como uma empresa onde as pessoas gostam de estar e onde têm orgulho de dizer que estão”, conclui em declarações ao +M/ECO.

Paula Matias tem 38 anos e trabalha na área do marketing há cerca de 15. De 2007 a 2015 foi consultora no Instituto de Marketing Research. Entrou então para a Novabase, sendo até 2020 responsável de marketing para o negócio dos serviços financeiros. Liderou depois o departamento de marketing e vendas da Shift Consulting e da Link Consulting.

A responsável, recorde-se, substitui Susana Sardinha, desde o final de outubro diretora de marketing e comunicação do grupo HPA Saúde.

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Denunciante acusa Uber de gastar “milhões” para influenciar nova lei laboral das plataformas na UE

Denunciante que expôs os "Uber Files" no passado verão veio à Web Summit para acusar os lobistas da empresa de tentarem influenciar a nova legislação europeia do trabalho nas plataformas.

Mark MacGann ganhou notoriedade este verão por ter exposto os “Uber Files”Hugo Amaral/ECO

A Uber está a gastar “dezenas de milhões de dólares a combater legislação que garante decência humana básica aos trabalhadores das plataformas”, acusou Mark MacGann esta quarta-feira, o ex-responsável da Uber que, este verão, expôs mais de 124 mil documentos internos denunciando práticas duvidosas da empresa entre 2013 e 2017.

Em meados de julho, o jornal britânico The Guardian noticiou que a “Uber violou leis, enganou a polícia” e influenciou governos em todo o mundo para acelerar o seu próprio crescimento nos primeiros anos da empresa, sob a liderança do ex-CEO e fundador, Travis Kalanick. MacGann, o denunciante responsável pelos “Uber Files”, participou esta quarta-feira na Web Summit, em Lisboa.

Na altura, a Uber respondeu às acusações apontando para um virar de página desde que Dara Khosrowshahi assumiu o comando executivo da empresa em 2017, após uma maré de escândalos envolvendo a anterior gestão. Mark MacGann diz querer “acreditar que a empresa mudou” desde então, mas admitiu-se desiludido com aquilo que diz ainda ser o lóbi da Uber para impedir que os motoristas tenham direitos laborais mais adequados.

Segundo MacGann, a Uber e outras plataformas similares estão a tentar influenciar a regulamentação que está a ser preparada no seio da União Europeia para os trabalhadores destas empresas. Em dezembro de 2021, a Comissão Europeia propôs cinco critérios para determinar se estes trabalhadores podem ser considerados funcionários da própria plataforma, beneficiando dos direitos previstos nesse tipo de vínculo laboral. O processo legislativo está em curso e a Uber tê-lo-á debaixo de olho, de acordo com MacGann.

Os documentos revelados por MacGann também mostraram que Portugal esteve entre os países em que a Uber usou a violência de taxistas contra motoristas da Uber para promover a imagem da empresa e conseguir cedências. Numa conferência de imprensa na Web Summit, instado pelo ECO a destacar alguma prática concreta usada pela Uber em Portugal, o denunciante respondeu que “as coisas não eram tão loucas aqui em Portugal” naquela altura.

“[Em Portugal], não tínhamos o acesso espetacular ao poder que tínhamos na maioria dos países europeus. Não tínhamos o mesmo nível de violência e oposição. Não era tão difícil como noutros países na Península Ibérica e no Sul da Europa”, garantiu o denunciante da Uber. “Não há nada de maior importância ou preocupação” sobre o mercado português, assegurou o ex-responsável da empresa.

Este verão, numa resposta ao The Guardian na sequência das denúncias, Jill Hazelbaker, senior vice-president of public affairs da tecnológica, admitiu que foram cometidos “erros” no período anterior a 2017. No entanto, defendeu que o atual CEO “reescreveu os valores da empresa, remodelou a equipa de liderança, fez da segurança a prioridade de topo da companhia, implementou a melhor governação corporativa, contratou um chairman independente e instalou controlos rigorosos e o compliance necessário” para a Uber operar enquanto empresa com capital na bolsa.

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PSD quer explicações do ministro da Economia no Parlamento sobre “falhanço do negócio” da Efacec

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

O PSD, segundo o vice-presidente da banca da parlamentar Hugo Carneiro, está “perplexo” por ter sabido da não concretização do negócio pela comunicação social.

O PSD pediu esta quarta-feira a audição urgente do ministro da Economia no Parlamento para explicar a falha da venda da Efacec e por que razão o Governo não informou o parlamento sobre o estado do negócio. Em declarações aos jornalistas, o vice-presidente da bancada do PSD Hugo Carneiro disse que o PSD está “perplexo” por ter sabido da não concretização do negócio pela comunicação social, na sexta-feira, quando o Governo esteve “em peso no Parlamento” na quarta e quinta-feira na discussão orçamental e, questionado sobre o tema, o ministro António Costa Silva disse aos deputados para “terem fé”.

A notícia do falhanço das negociações entre o Governo, via Parpública, e a DST para a compra da Efacec foi um exclusivo do ECO na quinta-feira, já depois da intervenção do ministro da Economia, Costa Silva. “Governo falha venda da Efacec à DST”, noticiou o ECO, depois de questionar o Ministério das Finanças. Mas logo aí, acrescentou-se que a confirmação oficial deste desfecho seria divulgada nas horas seguintes, o que veio a verificar-se na sexta-feira.

“Das duas uma: ou o senhor ministro da Economia não sabia como estava o negócio da Efacec e seria outro membro do Governo a acompanhá-lo ou não disse ao parlamento o que já sabia, qualquer uma delas é grave”, considerou. Hugo Carneiro afirmou que a decisão de nacionalizar a Efacec foi tomada por um Governo liderado por António Costa “sem que todos os custos e a envolvente fossem devidamente explicados com detalhe”.

“Continuamos sem saber o que vai custar aos contribuintes. O PSD está profundamente preocupado, este é um exemplo que contraria a mensagem do Governo das contas certas: as contas certas não é só somar um mais um do Orçamento, mas também saber em que é que a política do Governo tem impacto sobre as contas públicas”, criticou, dizendo que, depois da TAP, “não se sabe a dimensão do buraco” causado pela Efacec.

Por essa razão, justificou, o PSD apresentará ainda um requerimento urgente para que o ministro da Economia dê explicações no parlamento. A venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída “dado não se terem verificado todas as condições necessárias à concretização” do acordo de alienação, informou o Governo na sexta-feira.

A Efacec sofreu em julho de 2020 um processo de intervenção do Estado, e estava em processo de venda à portuguesa DST SGPS. Questionado ainda sobre as afirmações do primeiro-ministro de que o Governo está a avaliar a continuidade do regime de vistos gold para obtenção de autorização de residência em Portugal, o vice-presidente da bancada do PSD remeteu uma posição do partido para quando existir uma proposta concreta.

Tomamos boa nota de que o primeiro-ministro fez essas declarações, mas ainda não conhecemos propostas. O PSD não deixará de ter uma palavra sobre qualquer solução que venha a ser apresentada ao parlamento sobre vistos gold”, disse apenas Hugo Carneiro.

Questionado pelos jornalistas sobre este tema no final de uma visita à zona de exposições da Web Summit, António Costa defendeu a continuidade da política de atratividade de investidores em Portugal, sobretudo na área tecnológica, mas fez uma distinção em relação ao regime dos vistos gold, em que se obtém autorização de residência no país na sequência, por exemplo, da compra de um imóvel de elevado valor.

“Há programas que nós estamos neste momento a reavaliar e um deles é o dos vistos gold, que, provavelmente, já cumpriu a função que tinha a cumprir e que neste momento não se justifica mais manter”, declarou o líder do executivo, tendo ao seu lado o ministro da Economia, António Costa Silva.

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro não apontou ainda um calendário concreto para o possível fim dos vistos gold – uma medida que tem sido reivindicado pela esquerda política, principalmente pelo Bloco de Esquerda, que considera este regime um fator de agravamento dos preços da habitação e fonte de problemas de justiça por suspeitas lavagem de dinheiro.

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