Ómicron deixa sistemas de saúde europeus sob pressão

Apesar da menor severidade da doença provocada pela Ómicron, o aumento de casos e o número de profissionais em isolamento gera dificuldades nos sistemas de saúde europeus.

Com a rápida disseminação da nova variante do coronavírus, nomeadamente durante o período das festas, os sistemas de saúde europeus estão de novo sob pressão. E Portugal não é exceção apesar da menor gravidade da Ómicron. Apesar de ainda não ter sido atingido o pico de infeções, o Reino Unido, por exemplo, está a celebrar acordos com os privados.

 

A nova variante tem apresentado um risco menor de doença grave ou hospitalização, segundo mostram os estudos, mas mesmo assim continuam a existir mais doentes com Covid-19 e menos profissionais para os tratar, devido aos períodos de isolamento da doença. Face a este cenário, os sistemas de saúde em países como Espanha, Reino Unido e Itália estão a enfrentar dificuldades, avança a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Em Espanha, a pressão sobre o sistema de saúde fez com que, no penúltimo dia de 2021, as autoridades da região nordeste de Aragão autorizassem a reincorporação de médicos e enfermeiros reformados (uma medida que também chegou a ser implementada em Portugal). “O aumento exponencial de casos significa que a atenção primária não pode realizar as tarefas de rastreamento de contactos e campanha de vacinação de forma adequada, nem as atividades normais”, disseram as autoridades em comunicado.

Já por Inglaterra, começaram a ser enviados militares para apoiar hospitais que enfrentam falta de pessoal e pressões extremas. Além disso, o serviço nacional de saúde britânico (NHS, na sigla em inlgês) fez um acordo de três meses com os privados que possibilita que os hospitais usem meios privados, para evitar atrasos no tratamento de pacientes com doenças como o cancro, segundo o The Guardian (acesso livre, conteúdo em inglês).

O problema da falta de profissionais de saúde, por estarem infetados, é agravado em Itália devido às regras que ditam a suspensão de médicos, enfermeiras e pessoal administrativo que não está vacinado contra a Covid-19. Pelos Países Baixos, os hospitais estarão a ponderar mudar as regras de quarentena para que funcionários infetados que não têm sintomas possam ir trabalhar.

Em Portugal, as regras do isolamento já mudaram, também para fazer face aos constrangimentos que causava (nomeadamente tendo em conta a ida às urnas a 30 de janeiro) mas também perante a menor severidade da doença. Agora, o isolamento passa a ser obrigatório apenas para quem esteja positivo à Covid-19 ou no caso de coabitantes.

Quanto ao Serviço Nacional de Saúde, ainda não soaram os alertas em Portugal, mas já se anteveem sinais de pressão, segundo o último relatório da DGS e do INSA com a monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19. “A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, com tendência crescente nas hospitalizações”, lê-se no documento, que acrescenta ainda que, “dado o rápido aumento de casos, mesmo tendo em consideração a menor gravidade da variante Ómicron, é provável um aumento de pressão sobre o todo o sistema de saúde e na mortalidade, recomendando-se a manutenção de todas as medidas de proteção individual e a intensificação da vacinação de reforço”.

De acordo com o mais recente boletim da Direção-Geral de Saúde (DGS), há 1.449 internados com Covid-19 em Portugal, dos quais 150 em unidades de cuidados intensivos.

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