Museus e salas de concertos holandeses abrem como cabeleireiros em sinal de protesto

Desde museus a oferecerem aulas de ioga, a salas de concertos com cortes de cabelo, o setor cultural holandês está a abrir portas em forma de protesto num movimento de desobediência civil.

Os museus e salas de concertos na Holanda abriram portas esta quarta-feira enquanto ginásios ou cabeleireiros, como forma de protesto contra as mais recentes restrições de combate à pandemia de Covid, avançou a Reuters (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

Após um confinamento com início em meados de dezembro, a Holanda decidiu levantar as restrições na passada sexta-feira, dia 14 de janeiro. As novas regras estipulam que serviços como cabeleireiros, ginásios e lojas não essenciais podem voltar a abrir portas, com exceção dos museus, teatros e cinemas.

Em forma de protesto contra estas medidas, museus e salas de concertos, como a histórica Sala de Concertos Real em Amesterdão Concertgebouw, abriram portas e ofereceram aulas de ioga e cortes de cabelo acompanhados de quadros e música clássica.

“Não percebemos e não há razão para isso, porque nos últimos dois anos mostrámos que é muito, muito seguro ir a um concerto ou a um museu”, sublinhou o diretor do Concertgebouw Simon Reinink. “Na verdade, é a nossa profissão – gerir multidões. Sabemos como lidar com grandes quantidades de pessoas” acrescentou o diretor.

As restrições de combate à Covid têm gerado vagas de desobediência civil na Holanda, com centenas bares e restaurantes a abrir portas durante a semana passada, bem como no fim de semana, avançou a Associated Press (acesso gratuito/conteúdo em inglês). Apesar da proibição, bares e restaurantes abriram em protesto alegando que as restrições estão a prejudicar o negócio.

Em resposta aos protestos no setor cultural, a secretária de Estado da Cultura e Media, Gunay Uslu, partilhou via Twitter que o setor “está a chamar a atenção para a sua situação de forma criativa. Eu compreendo o seu pedido de ajuda e a forma como os artistas querem mostrar todas as coisas belas que têm para nos oferecer”. Contudo, a responsável alertou ainda que “a abertura da sociedade deve ser feita passo a passo. A cultura está no topo da agenda”.

O Governo holandês referiu que iria analisar a possibilidade de levantar novamente as restrições a partir de 25 de janeiro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Museus e salas de concertos holandeses abrem como cabeleireiros em sinal de protesto

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião