BE defende Governo à esquerda, Jerónimo quer impedir PS de se lançar “nos braços” do PSD

  • Lusa e ECO
  • 27 Janeiro 2022

Catarina Martins defendeu que “se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda”. Jerónimo de Sousa apela ao voto na CDU para negar à direita “o desejo” de aproximação ao poder.

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, defendeu esta quinta-feira que “se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda”, considerando que o BE “será a chave para desbloquear” essa solução política no dia seguinte às eleições. Já o secretário-geral comunista apelou ao voto na CDU para impedir que o PS se entregue “nos braços” do PSD.

No penúltimo dia de campanha, o BE realizou a tradicional arruada pela Rua Morais Soares, em Lisboa, no início da qual Catarina Martins recebeu o apoio da ex-deputada e antiga militante bloquista Ana Drago, que abandonou o partido em julho de 2014 por divergências políticas.

O Bloco de Esquerda será a chave para desbloquear uma governação deste país à esquerda e que responda por quem trabalha e por quem trabalhou toda uma vida. Assumimos as nossas responsabilidades por inteiro e não esquecemos ninguém”, disse a líder bloquista aos jornalistas.

Segundo Catarina Martins, “se houver uma maioria à esquerda, o Governo será à esquerda”. “Claro que nunca será aprovado um programa de direita minoritário, claro que não. Era o que mais faltava. Já o fizemos em 2015”, respondeu, insistindo que “se houver uma maioria à esquerda, é à esquerda que se vai negociar um governo para este país”.

Questionada sobre se teme que o voto útil prejudique o partido devido à grande proximidade entre PS e PSD que as sondagens têm apontado, a coordenadora do BE começou por responder que voto no partido é aquele “que desempata a vida política em Portugal e permite esse novo ciclo pelo salário, pela pensão, pela saúde, pela habitação”, defendendo que “o voto útil é o voto que resolve a vida”.

Perante a insistência dos jornalistas, Catarina Martins referiu que “já toda a gente percebeu que no dia a seguir às eleições vai haver negociações” sobre o Governo que será formado. “A força que pode desempatar é a força do BE”, insistiu. Seguindo o apelo ao povo, a líder bloquista afirmou que “cada deputado e cada deputada que o Bloco eleger é menos um deputado da direita e da extrema-direita”. “Do Algarve ao Minho, cada deputado do Bloco que entrar é um deputado do Chega que não entra e é mais. É a força para um contrato no dia seguinte, para que ninguém seja esquecido”, sintetizou.

Jerónimo quer impedir PS de se lançar “nos braços” do PSD

O secretário-geral comunista apelou esta quinta-feira ao voto na CDU para negar à direita “o desejo” de aproximação ao poder e impedir que o PS se entregue “nos braços” do PSD, depois de uma arruada que preencheu o Chiado.

“Se o voto na CDU é decisivo para eleger deputados vinculados aos interesses das populações, ele é decisivo também para derrotar a direita. Todos os deputados eleitos da CDU serão postos ao serviço da convergência para negar ao PSD, ao CDS e aos seus sucedâneos o desejo de se aproximarem ao poder”, considerou Jerónimo de Sousa, no final da Rua do Carmo, em Lisboa.

O membro da Comissão Política do Comité Central do PCP acrescentou que votar na coligação também “são determinantes para impedir que PS se entregue nos braços de PSD, como nestes dias vem admitindo fazer”. O cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Lisboa argumentou que se não fosse a intervenção da CDU em 2015, PSD e CDS-PP “tinham prosseguido a sua governação de desastre”.

“Cada deputado a mais da CDU é um deputado a menos para os partidos da direita. Mas também é um deputado que não irá deixar passar nem a direita, nem a extrema-direita”, acrescentou. A dirigente do PEV e ‘número quatro’ por Lisboa, Mariana Silva, também desferiu críticas ao PS de António Costa, considerando que forçou as eleições com a ideia da maioria absoluta na cabeça e “ao colo do Presidente da República”.

A deputada completou que quando o secretário-geral socialista percebeu que a maioria absoluta poderia estar fora do alcance alterou o discurso e admitiu conversar com todos. No entanto, referiu Mariana Silva, esta alteração de postura foi para dizer que estava mais disponível para conversar com o PSD de Rui Rio.

A arruada desta quinta-feira, no penúltimo dia de campanha para as eleições legislativas, foi a maior da ‘volta’ da CDU. Os apoiantes da coligação concentraram-se no Largo de São Carlos, na Rua Serpa Pinto, e desceram a Rua Garrett. Já a frente do desfile estava nos Armazéns do Chiado e ainda havia pessoas a entrar na Rua Garrett vindas da Rua Serpa Pinto, munidas com as bandeiras coloridas que habitualmente completam os desfiles da CDU.

“Que força é essa que vos trouxe aqui, à baixa de Lisboa? Tanta gente porquê? Tanta para dar a ideia real de que, de facto, a CDU está a crescer e a avançar”, finalizou Jerónimo de Sousa. Na dianteira do cortejo e ao lado do secretário-geral estiveram vários dos ‘pesos pesados’ do PCP, como, por exemplo, João Ferreira (dirigente e antigo eurodeputado) Alma Rivera (dirigente e ‘número dois’ por Lisboa), Bernardino Soares (dirigente e antigo líder parlamentar) ou Duarte Alves (um dos deputados mais novos e ‘número três’ em Lisboa).

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