Crédito à habitação cresceu ao ritmo mais rápido da década em 2021

A banca fechou 2021 com um stock de quase 100 mil milhões de euros em empréstimos a particulares para a compra de casa. Crescimento de 4,4% face a 2020 não se via desde 2010.

O stock total de crédito concedido pelos bancos para a compra de casa atingia, no final de 2021, 96,9 mil milhões de euros. O montante representa um crescimento do crédito à habitação aos particulares de 4,4% face a 2020, um ritmo que não era visto em Portugal desde 2010, e que foi aumentando “durante todo o ano”, segundo o Banco de Portugal (BdP).

As estatísticas divulgadas esta sexta-feira mostram ainda que os portugueses fecharam o ano com 172,9 mil milhões de euros no banco, mais 6,6% do que em 2020. Quase metade deste dinheiro, 48%, estava depositado em contas à ordem, ou seja, sem gerar retorno, mais 13,5% do que em 2020, o ano da chegada da pandemia.

Pelo contrário, o crédito ao consumo abrandou no ano passado, com a taxa de crescimento a continuar “aquém dos anos anteriores à pandemia”. “Em 2021, o montante total concedido para esta finalidade cresceu 2,4% relativamente a 2020, para 19,2 mil milhões de euros”, ressalvou o supervisor bancário.

Crédito à habitação: taxa de variação anual em cada mês

Fonte: Banco de Portugal

Dos particulares para as empresas, no final do ano passado, o montante total de empréstimos bancários ao tecido empresarial era superior em 4,2% ao do final de 2020, atingindo 75,7 mil milhões de euros.

“Este crescimento foi positivo ao longo de todo o ano, mas começou a desacelerar a partir de maio, sobretudo nas micro e pequenas empresas, cujos empréstimos cresceram, em 2021, 7,8% e 4,2%, respetivamente”, salientou o BdP. O regulador explicou que, no ano anterior, por causa das linhas de crédito de apoio face ao choque económico da pandemia, os empréstimos às empresas destas dimensões tinham crescido, respetivamente, 13,9% e 13,3%.

Além disso, as empresas tinham um total de 61,8 mil milhões de euros depositados no banco no final de 2021, mais 17% do que em 2020. “É necessário recuar até finais de 2010 para encontrar taxas de crescimento semelhantes às que se verificaram nos dois anos da pandemia”, notou a instituição governada por Mário Centeno.

Houve melhorias nos incumprimentos

O BdP divulgou também que, em dezembro, 1,4% do crédito a particulares estava em incumprimento, o que representa “um novo mínimo”, com a redução dos incumprimentos nos empréstimos ao consumo e outros fins.

Quanto às empresas, 2,3% do total de crédito concedido pela banca ao tecido empresarial estava em incumprimento em dezembro, o que representa uma melhoria face a dezembro de 2020, em que o rácio era de 3,3%. “Este foi o valor mais baixo registado desde 2008, prolongando a tendência de decréscimo observada desde finais de 2016”, escreveu o supervisor.

A redução dos incumprimentos foi mais expressiva em alguns setores económicos. Na construção, passou de 10,3% em dezembro de 2020 para 7,5% em dezembro de 2021. No setor das atividades imobiliárias, passou de 4,8% para 2,4%.

(Notícia atualizada às 12h22 com gráfico interativo)

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