Reestruturação tira TAP da lista das maiores importadoras em 2021

O plano de reestruturação da TAP obrigou a cortes que a tiraram da lista das maiores importadoras em 2021. O setor da energia, o automóvel e o da distribuição alimentar dominam o ranking.

A TAP chegou a ser a segunda maior importadora do país, em 2019, mas em 2020 passou a ser sétima e agora em 2021 desapareceu do ranking. A renovação da frota, com aquisição de aviões à Airbus, colocou a transportadora aérea nesse ranking, mas os cortes do plano de reestruturação voltaram a tirá-la. O setor da energia, o automóvel e o da distribuição alimentar dominam a lista das maiores importadoras do país.

Foi em 2019 que a TAP — que, segundo a própria empresa, era uma das maiores exportadoras de serviços do país (antes da pandemia) — ascendeu a segunda maior importadora por causa da compra de aviões à francesa Airbus, tendo gasto pelo menos mil milhões de euros nessas aquisições para renovar 30% da frota. Em 2020 desceu para sétimo lugar ainda com aquisições já em andamento antes da Covid-19, mas com a travagem da reestruturação em 2021 a TAP esfumou-se da lista.

Estes dados relativos a 2021 foram enviados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) ao ECO e tinham sido divulgados inicialmente esta segunda-feira pelo Jornal de Negócios. Os rankings referem-se apenas e só às exportações e importações de bens das empresas em território nacional. Ou seja, não incluem as exportações e importações de serviços (como é o caso do turismo, por exemplo).

A empresa mais importadora em Portugal continua a ser a Petrogal (Galp), fruto de Portugal ser depende do exterior para ter petróleo que depois é transformado nas refinarias e utilizado como combustível. Com o aumento da cotação do barril — a lista é com base no valor em euros importado e não na quantidade –, a Petrogal não só manteve o lugar de maior importadora como passou também a ser a maior exportadora, destronando novamente a Autoeuropa (Volkswagen).

No total, as 10 empresas que mais importações de bens fizeram para Portugal representaram um total de 13,9% das importações feitas em 2021. Com a saída da TAP, entrou para o ranking a Aptivport Services, uma empresa de equipamento elétrico e eletrónico para veículos automóveis. Saiu também a Mercedes e entrou a EDP Gás. A lista fica completa com a Autoeuropa — que tem de importar, por exemplo, os motores dos carros que são montados na fábrica de Palmela –, Pingo Doce, Lidl, Faurécia (Sistemas de Escape), Galp Gás Natural, Bosch Car Multimedia e Peugeot Citroen.

10 maiores importadoras de bens em 2021

Petrogal destrona novamente a Autoeuropa

Após um 2020 de menor consumo de combustíveis e uma cotação historicamente baixa, a subida do preço do petróleo em 2021 voltou a colocar a Petrogal no topo das maiores exportadoras de Portugal. Assim, depois de terem invertido os lugares em 2019, a subsidiária petrolífera da Galp Energia — que exporta o petróleo que passa pelas refinarias em Sines e Leixões — voltou a superar a Autoeuropa Volkswagen, a fabricante automóvel alemã instalada em Palmela, que regressou ao segundo lugar.

No total, as 10 empresas com mais exportações de bens representaram 17,8% do total das exportações de bens em 2021. O pódio é completado pela Navigator — a quase totalidade das vendas da papeleira é para o exterior — no terceiro lugar.

Segue-se a Continental Mabor (Indústria de Pneus), a Volkswagen Aktiengesellschaft (a casa-mãe da Autoeuropa), a Bosch Car Multimedia, a Faurécia (Sistemas de Escape), a Aptivport Services, a Repsol Polímeros e ainda a Purem Tondela (que surgia com o nome Eberspacher Exhaust Technology em 2020), empresa que também fabrica componente e acessórios para veículos automóveis. Em comparação com 2020, a Visteon e a PSAAutomobiles saíram do ranking.

Top 10 das maiores exportadoras de bens em 2021

Na interpretação deste ranking é preciso ter em conta alguns pormenores, além do facto de se referir apenas aos bens: ser a maior exportadora do país não significa que seja a empresa que tem maior valor acrescentado na medida em que poderá precisar de um elevado volume de importações para produzir os bens que exporta. Esse é justamente o caso da Petrogal, dado que Portugal não extrai petróleo, e da Autoeuropa, cujos materiais chegam principalmente de outros países como a Alemanha. A Faurécia, a Bosch e a Aptivport também estão nos dois rankings.

Os dados do comércio internacional de bens ainda são preliminares. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), as exportações de bens já estão 6% acima do nível pré-pandemia, um desempenho para o qual contribuiu o aumento dos preços. Em 2021, as exportações de bens cresceram 18,1% e as importações de bens aumentaram 21,1%, após uma queda de, respetivamente, 10,3% e 14,8% em 2020, por causa da crise pandémica.

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