Países exportadores de gás afirmam que é difícil aumentar produção

  • Lusa
  • 22 Fevereiro 2022

A "Rússia representa 30 a 40% dos fornecimentos à Europa" e "substituir rapidamente esse tipo de volume é quase impossível", avisa o Qatar, um dos principais exportadores de gás.

Os países exportadores de gás têm capacidade limitada para aumentar rapidamente o fornecimento à Europa e não têm visibilidade sobre os preços, advertiram esta terça-feira os membros do FPEG após uma cimeira em Doha.

Os presidentes, primeiros-ministros ou ministros dos 11 países membros do Fórum dos Países Exportadores de Gás (FPEG) reuniram-se em Doha, numa altura em que a crise entre Moscovo e os países ocidentais sobre a Ucrânia contribui para um aumento dos preços no setor, onde pairam também as ameaças da Rússia quanto ao fornecimento.

Durante a cimeira, o ministro da Energia russo, Nikolai Shulginov, garantiu que Moscovo está empenhado “em cumprir os contratos existentes”, sem fazer qualquer comentário sobre a situação do seu país e sobre a crise nas relações com os países ocidentais.

“Agradecemos os esforços de todos os membros (do FPEG) que trabalharam arduamente para garantir um fornecimento credível e fiável de gás natural ao mercado mundial e para preservar a estabilidade desses mercados”, declarou o emir do Qatar, Tamim ben Hamad Al-Thani, aos participantes na reunião.

O ministro da Energia do Qatar, Saad al-Kaabi, afirmou, por seu lado, que o Qatar, um dos principais exportadores de gás, assegurou à Europa a sua ajuda em caso de dificuldades no fornecimento, precisando, no entanto, que seria limitado aos volumes disponíveis, uma vez que os produtores estão vinculados a “contratos de longo prazo”.

Os volumes que podem ser redirecionados (para outros clientes) representam cerca de 10 a 15%”, apontou. A “Rússia representa 30 a 40% dos fornecimentos à Europa” e “substituir rapidamente esse tipo de volume é quase impossível”, acrescentou.

Segundo o ministro, a subida dos preços do gás começou muito antes da crise. “Tudo o que está a acontecer hoje nos preços está fundamentalmente ligado à falta de investimento” e resolver isso “vai levar tempo”, considerou. “Prever como estarão os preços, se vão subir ou descer, está nas mãos de Deus”, respondeu aos jornalistas.

Segundo o FPEG, os seus 11 membros, Qatar, Rússia, Irão, Argélia, Bolívia, Egito, Guiné Equatorial, Líbia, Nigéria, Trindade e Tobago e Venezuela, e sete países associados representam 70% das atuais reservas de gás e 51% das exportações mundiais de gás natural liquefeito.

A Rússia, o Irão e o Qatar são os principais membros do FPEG. Os Estados Unidos e a Austrália também são dois grandes exportadores, mas não integram o Fórum.

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