Rússia e Bielorrússia valem menos de 1% para a Lloyd’s of London

  • ECO Seguros
  • 16 Março 2022

Swiss Re, Munich Re e WTW juntam-se à lista (re)seguradores e corretoras globais que já cessaram operações na Rússia. Isolado, Putin assina decretos a retaliar contra a indústria de seguros. 

Para a Lloyd’s of London, apesar do hub londrino ter representantes em todo o mundo, “as nossas atividades na Rússia e na Bielorrússia representam menos de 1% dos negócios que transacionamos.” No entanto, sabendo que o planeta está de tal modo conectado, “nenhum de nós pode manter-se à margem” dos acontecimentos. Além disso, o seguro “está demasiado enraizado na economia mundial para que não possamos desempenhar um papel ativo,” pode ler-se em nota do mercado Lloyd’s abordando o conflito iniciado pela Rússia.

Expressando choque e tristeza com a situação na Ucrânia, que qualifica como “um ato de agressão sem vergonha que desencadeou uma crise política, económica e humanitária em toda a Europa”. Os danos e perturbações infligidos ao povo ucraniano “mostram-nos o verdadeiro preço do conflito,” afirma a Lloyd’s saudando a coragem do povo da Ucrânia face a uma “ameaça inimaginável”.

Por causa disso, querendo desempenhar “o nosso papel no apoio a um fim rápido e pacífico deste conflito (…), estamos a concentrar os nossos esforços em ajudar os governos e reguladores de todo o mundo a identificar e implementar sanções contra o Estado russo. As sanções são a melhor arma à nossa disposição, e enviam uma mensagem importante de que a invasão russa de um país pacífico não é bem-vinda.”

Considerando o relatório do Lloyd’s Market relativo a 2020, a exposição à Rússia e Bielorrússia, juntas, representaria (ao câmbio atual) pouco mais de 420 milhões de euros do volume bruto total de prémios processado pelo mercado Lloyd’s. Dado que a Europa (sem o Reino Unido) pesa apenas 15% do negócio transacionado no Lloyd’s, o percentual atribuído ao par Rússia-Bielorrússia corresponderia a um equivalente a rondar 63 milhões de euros.

Em resposta à onda de sanções internacionais visando o país e interesses económicos da oligarquia de Moscovo, o presidente russo assinou uma lei (do parlamento) proibindo as companhias russas de cederem qualquer categoria de risco a resseguradores estrangeiros e de concluírem, pelo menos até final de dezembro, quaisquer transações com seguradoras ou corretores de “países hostis,” incluindo EUA, União Europeia, Reino Unido, Suíça e Japão.

Entre os decretos legislativos assinados por Vladimir Putin, o Banco da Rússia fica autorizado a determinar as responsabilidades que as cedentes locais também não poderão transferir para empresas russas de seguro e resseguro. Ainda, os decretos conferem poder ao banco central para decidir o que pode (ou não) ser divulgado pelas operadoras locais por forma a impedir que os “Estados inimigos usem informação importante para reforço de sanções”.

Entretanto, no mesmo dia em que dirigente da Federação russa assinou estas ordens, a agência Reuters noticiou que a Swiss Re suspendeu novos negócios (na Rússia e na Bielorrússia) e não renovará contratos, juntando-se à lista de empresas do setor que já assumiram posição relativamente ao país que iniciou a guerra contra Ucrânia.

Líder global na indústria de resseguro (por volume de prémios), a Munich Re condena o ataque à Ucrânia e considera “inaceitável” que alguém tente “impor a vontade do mais forte contra a lei internacional”. Apoiando as sanções contra a Rússia, a companhia não renovará contratos, suspende novos negócios e, eventualmente, abrirá exceções para casos que não violem as sanções e contribuam para ajudar pessoas e empresas em necessidade de proteção, explica num comunicado.

O número de empresas de (re)seguros que, por causa da agressão à Ucrânia, deixou de operar no mercado russo vem crescendo, incluindo-se Generali, Zurich, Hannover Re e, segundo a agência Dow Jones, a Allianz também cessou novos contratos e suspendeu investimentos no par Rússia e Bielorrússia. Depois das corretoras globais Marsh e Aon, a WTW também decidiu retirar-se de todos negócios na Rússia e entregar gestão da empresa à equipa local.

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