Ericsson lança investigação interna sobre pagamentos ao Estado Islâmico

  • Servimedia
  • 23 Março 2022

O CEO da tecnológica iniciou uma investigação do comportamento da empresa face aos pagamentos ao Estado Islâmico no Iraque. Em causa estarão subornos feitos a pessoas ligadas à organização terrorista.

Ronnie Leten, CEO da Ericsson, confirmou que a empresa tecnológica sueca está a levar a cabo uma revisão exaustiva do comportamento da empresa em relação aos pagamentos ao Estado Islâmico no Iraque, noticia a Servimedia, citando a Reuters.

Há algumas semanas, o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) publicou uma série de documentos que mostravam que a Ericsson pagou milhões de dólares em subornos e criou fundos para impulsionar os seus negócios no Iraque. Alegadamente, terá utilizado um padrão de pagamentos ilegais a indivíduos politicamente ligados à organização terrorista do Estado islâmico.

Para além do esclarecimento destes factos, a investigação interna anunciada esta semana visa determinar a transparência da empresa em relação à investigação do Departamento de Justiça dos EUA. Este organismo acusou Ericsson de violar os termos de um acordo assinado com os procuradores dos EUA em 2019, ao não divulgar todos os detalhes da sua má conduta no Iraque.

Como assinala a Reuters, citada pela Servimedia, o acordo previa que o Departamento de Justiça concordava em não processar a empresa de telecomunicações se esta pagasse mais de mil milhões de dólares em multas e outras taxas, implementasse “controlos internos rigorosos”, cumprisse a lei dos EUA e cooperasse plenamente com qualquer investigação em curso.

Na semana passada, a empresa nomeou um novo diretor jurídico, Scott Dresser, e substituiu Xavier Dedullen, que tinha sido o responsável máximo da área desde 2018, para tratar desta questão de corrupção.

Neste contexto, Ronnie Leten declarou que a empresa continua a cooperar com o Departamento de Justiça dos EUA e salienta que o CEO, Borje Ekholm, continua a ter a total confiança do conselho de administração.

No entanto, o responsável máximo da Ericsson ao nível global tem sido objeto de numerosas críticas pela gestão da empresa no problema dos subornos.

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