Portugal é o 6.º país no mundo com mais mulheres empresárias

Ainda assim existem algumas área em que há muito a fazer para alcançar a média global das economias avanças, nomeadamente no acesso a produtos financeiros.

Portugal ocupa a sexta posição do ranking dos países com maior percentagem de mulheres empresárias, estando este ano à frente de países como Espanha, Itália ou Irlanda. No entanto, ainda existem algumas área em que há muito a fazer para alcançar a média global das economias avanças, nomeadamente no acesso a produtos financeiros, na competitividade ou no ambiente empresarial. Estes indicadores atiram o país para o 22.º lugar do ranking global, atrás da Polónia (21.º), Espanha (15.º), Bélgica (14.º), Irlanda (12.º) e França (11.º), e à frente de países como a República Checa (39.º) ou Itália (43.º), revelam os resultados da quinta edição do Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras (MIWE).

“Existe um conjunto de indicadores que nos dão confiança de que a evolução nos próximos anos seja positiva ao nível da igualdade de género nas empresas e no trabalho”, começa por dizer começa por dizer Maria Antónia Saldanha, country manager da Mastercard, citada em comunicado.

No que toca à percentagem de mulheres gestoras de empresas, Portugal assume uma posição dianteira, com 37,4%, à frente de países como a Irlanda (35,7%), França (34,6%) ou Alemanha (29,7%). Além disso, em indicadores como a percentagem de mulheres em trabalhos especializados e técnicos, Portugal (52,5%) mostra paridade, superando mesmo as percentagens registadas na Dinamarca (50,3%), Alemanha (52%), Irlanda (51,4%) ou Espanha (49,7%).

“Existem ainda muitas áreas em que é fundamental trabalharmos para podermos criar mais oportunidades para as mulheres e contribuirmos decisivamente para reduzirmos as desigualdades de género”, destaca Maria Antónia Saldanha. “Isso passa, naturalmente, por mobilizar recursos para áreas chave como as PME, a inclusão financeira, para políticas que facilitem o acesso das mulheres ao crédito e ao investimento, mas também a recursos para o desenvolvimento de competências, conhecimento e inovação“, detalha a country manager da Mastercard.

Portugal longe da média no acesso a apoio financeiro

Duas das áreas em que Portugal está significativamente abaixo da média global são o acesso das mulheres empresárias a produtos financeiros (31.º), muito distante de economias como o Reino Unido (9.º), Alemanha (11.º) ou França (13.º); e também o apoio a pequenas e médias empresas (PME), ao ocupar a 32.º posição, a 14 pontos de Espanha e a dez da Irlanda.

Apesar disso, no que respeita a condições empresariais, “Portugal apresenta uma melhor posição em resultado, sobretudo, da boa qualidade da gestão empresarial, apesar de estar ainda longe da média em domínios como a competitividade, perceções culturais do empreendedorismo e quadro geral empresarial”, salienta a Mastercard.

A falta de acesso ao financiamento é, aliás, uma das principais barreiras que as mulheres empreendedoras enfrentam em todo o mundo, equivalendo a uma lacuna de financiamento que ascende a mais de 1,54 mil milhões de euros.

Pandemia ameaça reverter décadas de progresso

Apesar dos esforços globais para mitigar o impacto da pandemia vivida ao longo dos últimos dois anos, a verdade é que acabaram por ser as mulheres a sofrer um impacto mais desproporcional, que ameaça reverter décadas de progresso para alcançar a paridade de género no trabalho e nos negócios.

Aliás, de acordo com Fórum Económico Mundial, em comparação com o período pré-pandemia, são hoje necessários mais 36 anos para colmatar as desigualdades globais de género. Também segundo o estudo da Mastercard, cerca de duas em cada três empresas lideradas por mulheres foram fortemente afetadas pela pandemia. Cerca de 54% das pessoas que perderam emprego durante este período foram mulheres, em resultado da sobre-representação em setores mais atingidos pelo confinamento e do aumento do tempo gasto em cuidados familiares.

Além disso, 90% das mulheres que perderam esses empregos ainda não conseguiram regressar ao mercado de trabalho. “Os encargos adicionais induzidos por sucessivos confinamentos e o encerramento de escolas, não só conduziram a níveis mais baixos de produtividade, devido a alterações nas rotinas de trabalho, ao acesso desproporcionado a equipamentos de teletrabalho, como, em alguns casos, obrigaram as mulheres a abandonar completamente os seus empregos”, detalha a empresa.

No atual quadro de maior adoção de ferramentas digitais, é essencial promover políticas que garantam que mulheres empreendedoras beneficiam da nova economia digital.

Jane Prokop

EVP, líder de segmento global para pequenas empresas da Mastercard

Apesar deste cenário que colocou as profissionais do sexo feminino numa situação mais vulnerável, muitas mulheres mostraram uma forte resiliência e adaptabilidade, com 14 das economias avaliadas no relatório da Mastercard a mostrarem sinais positivos de crescimento do empreendedorismo feminino, em particular em economias de baixo e médio rendimento, onde a compensação financeira direta dos governos tende a ser inferior.

“A recuperação económica global depende da retoma de um crescimento mais sustentável e inclusivo, que capacite as mulheres empreendedoras e que apoie as suas empresas”, afirma Jane Prokop, EVP, líder de segmento global para pequenas empresas da Mastercard.

“O Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras identifica alguns dos maiores desafios que as mulheres enfrentam nos negócios, e apresenta indicadores que revelam um movimento global positivo em muitos países. E, no atual quadro de maior adoção de ferramentas digitais, é essencial promover políticas que garantam que mulheres empreendedoras beneficiam da nova economia digital.”

Ainda no âmbito do objetivo da Mastercard de apoiar e contribuir para a redução das desigualdades de género e de equidade, a empresa assumiu o compromisso global de ligar 25 milhões de mulheres empreendedoras à economia digital até 2025.

O Índice Mastercard de Mulheres Empreendedoras analisa a igualdade género no mundo das empresas e do trabalho, e de como o empreendedorismo feminino tem vindo a progredir em 65 países, entre os quais Portugal.

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