CIP pede incentivos fiscais para teletrabalho

Conselho Estratégico da Economia Digital da CIP sugere ainda que seja criado um cheque digital para promover a modernização das empresas e aumentar a competitividade da economia nacional.

A CIP pede incentivos fiscais para as políticas ativas de teletrabalho. Esta é apenas uma das 12 ideias que a confederação apresenta num pacote de medidas para ajudar a recuperar a economia e assegurar a transição digital do país.

O teletrabalho já não é obrigatório desde 14 janeiro, porque a evolução da pandemia assim o permitiu, mas muitas empresas continuam a adotar este modelo de trabalho, ou esquemas híbridos que combinam dias em casa com idas ao escritório.

António Saraiva já sublinhou a dualidade do recurso ao teletrabalho: para as empresas de serviços e trabalho administrativo “sim” é possível, mas “no chão de fábrica não”, disse em conferência de imprensa recente.

O Conselho Estratégico da Economia Digital da CIP, num estudo apresentado terça-feira, sugere que seja criado um “pacote digital” para acelerar a digitalização das PME portuguesas e um “cheque digital” para a cobertura de 12 meses deste “pacote”. O objetivo é acelerar o processo de transformação digital das PME, o que também poderia ser conseguido através da implementação de um programa de mentoring com empresas de TIC para IT managers.

Para garantir uma cobertura de 100% para fibra e 5G, acesso a infraestruturas cloud e a segurança das redes e sistema, o Conselho Estratégico da Economia Digital da CIP sugere que sejam identificadas as áreas nas quais os privados não estão interessados em investir e como tal devem ser supridos pelo Estado. Algo que o Executivo já se comprometeu fazer, utilizando as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência. Além disso, a CIP sugere que seja acelerado o acesso generalizado a infraestruturas de cloud pública e o acesso universal a banda larga por toda a população. Medidas que poderão ajudar a criar ecossistemas industriais robustos, reforçar investimentos nos territórios menos centrais e urbanos e aumentar a capacidade de atração de investimento estrangeiro.

Essa atração também aumentaria, segundo a CIP, se fosse estabelecido “um benchmark europeu dos custos de contexto e concorrentes digitais”, mas também com “incentivos à introdução de processos de natureza digital”, nomeadamente nos tribunais. Aliás, prosseguir a digitalização da máquina do Estado é outra das medidas identificadas já que isso reduziria os custos de contexto, ajudaria a criar emprego e permitiria criar um melhor ambiente regulatório e competitivo.

A estratégia não poderia deixar de passar pela formação dos recursos humanos, através da criação de três percursos formativos em sistema (operação, configuração e programação).

A CIP reconhece que esta estratégia está alinhada com o Plano de Ação para a Transição Digital do Governo. Um plano que pretende promover “a adoção e uma maior disseminação de tecnologias digitais pelas empresas, nomeadamente através dos polos de inovação digital, criando condições para que as entidades, quer individualmente quer de forma colaborativa, tenham acesso a competências de formação digital e apoios adequados às suas necessidades”, como sublinha o ministro da Economia na nota explicativa da proposta de Orçamento do Estado para 2022, que está a ser discutida na especialidade no Parlamento.

António Costa Silva recorda a importância do Plano de Recuperação e Resiliência para “dar um novo impulso digital às empresas”.

“A componente Empresas 4.0, integrada na dimensão da Transição Digital, afigurar-se-á muito relevante em 2022, ajudando a reforçar a digitalização das empresas, ora através da adoção tecnológica por parte dos operadores económicos e pela digitalização dos seus modelos de negócio, incluindo a promoção do comércio em linha e da integração digital das cadeias de abastecimento e escoamento, ora através da sensibilização e capacitação dos trabalhadores e empresários”, pode ler-se no documento.

O ECO tentou contactar o responsável pelo estudo, mas até à publicação deste artigo não foi possível.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

CIP pede incentivos fiscais para teletrabalho

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião