Prestação da casa vai aumentar, mas Caixa confia que “não haverá incumprimentos generalizados”

Subida dos juros vai aumentar os encargos das famílias com a casa. Macedo diz que banco está a monitorizar a situação, mas considera que Portugal está em melhores condições do que na anterior crise.

A prestação da casa vai aumentar nos próximos tempos, mas a Caixa Geral de Depósitos (CGD) está confiante e acredita que “não haverá incumprimentos generalizados” junto das famílias portuguesas, como aconteceu na anterior crise.

“Há uma monitorização de perto do que está a acontecer, mas com Portugal a manter crescimentos económicos significativos este ano, e estando num ponto de partida melhor [do que na anterior crise], há razões para estarmos prudentes, cautelosos, mas confiantes”, sublinhou Paulo Macedo na apresentação de resultados.

Vários fatores vão ajudar a mitigar o risco da subida dos juros que se perspetiva no novo ciclo da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), os quais também contribuem para o otimismo manifestado pelo CEO do maior banco em Portugal.

Macedo deu conta da situação de quase pleno emprego no mercado laboral em Portugal. “Ao não haver uma situação de desemprego elevada, logo o incumprimento das famílias não atingirá os níveis do passado”, apontou.

Por outro lado, as Euribor continuam em terreno negativo, “quando na anterior crise as taxas estavam nos 400 pontos”, não havendo previsão de que possam chegar agora perto desse valor, admitiu ainda.

Adicionalmente, as famílias acumularam poupanças nos últimos anos. Só nos últimos dois anos, a Caixa viu os depósitos aumentarem 12 mil milhões. “Estão numa situação de poupança mais confortável”.

Macedo também lembrou que os bancos têm novas práticas de concessão de crédito. Aplicam taxas de esforço mais exigentes e já não financiam a 100% do valor da casa. Mais: as próprias habitações valorizaram-se e dão mais garantias às famílias para o que aí vem.

Tudo somado, o líder da Caixa assume que poderá haver mais incumprimento e que haverá prestações crescentes para as famílias, mas “não vemos um incumprimento de valores generalizados”, disse aos jornalistas.

A Caixa registou lucros de 146 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, o que representa uma subida de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando os resultados foram penalizados pelo reforço das imparidades para a pandemia.

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