Benfica coloca 60 milhões em obrigações. Procura dos investidores foi 1,4 vezes superior à oferta

A emissão de dívida do Benfica atingiu o objetivo de colocar 60 milhões de euros junto dos pequenos investidores. A procura foi 1,4 vezes superior à oferta.

A SAD do Benfica angariou os 60 milhões de euros pretendidos na oferta obrigacionista que teve início em 16 de maio, pela qual vai pagar um juro bruto anual de 4,6%. A procura foi 1,4 vezes superior à oferta, anunciou o clube, numa sessão que decorre na Euronext Lisbon.

“Foi a nossa segunda melhor emissão de sempre”, reagiu Domingos Soares Oliveira, co-CEO do Benfica, numa conferência de imprensa após o fecho dos mercados de capitais. “Depois de um período difícil, estamos novamente no mercado com pujança”, atirou o administrador.

Os novos títulos vencem em 2025. E, feitas as contas, 4.576 investidores subscreveram a operação, 64% dos quais com investimentos entre 2.500 (o mínimo possível) e 5.000 euros — 146 investidores aplicaram mais de 50 mil euros em dívida fresca do Benfica.

De acordo com Domingos Soares Oliveira, “a oferta superou claramente as expectativas”. “Nós sabíamos que o contexto era difícil, não era comparável com as anteriores [emissões], em particular com a última [realizada no ano passado”, disse. Mesmo assim, a procura total ficou perto dos 90 milhões de euros, pelo que haverá rateio.

Resultados finais da oferta:

Fonte: Euronext via CMVM

Em resposta aos jornalistas, Domingos Soares Oliveira confirmou também que a próxima emissão de dívida do Benfica “decorrerá apenas em 2023”. Face à perspetiva de subida das taxas de juro na Zona Euro, o administrador disse que “ninguém sabe antecipar qual vai ser a tendência” até lá, pelo que, se “aumentarem de forma significativa”, a próxima oferta terá outras condições, explicou.

O gestor do Benfica falou ainda do impacto da inflação no clube. Do lado dos salários dos jogadores e pagamento de ativos tangíveis em termos de atletas, “não se observa o efeito da inflação”. “Mas estamos a sentir noutras vertentes, mais ligadas aos [outros] recursos humanos. Estamos a sentir uma pressão, que não estará tanto ajustada ao tema da inflação, mas ao outro tipo de competências mais escassas no mercado”, como data analytics e especializações na área da tecnologia, exemplificou.

De forma mais pronunciada, a inflação faz-se sentir na escalada dos preços das matérias-primas, que está a ser acompanhada pela administração, porque vêm aí novidades no que toca ao Estádio da Luz: “Vamos em breve falar do que estamos a fazer do ponto de vista de melhorias no estádio”, disse o responsável.

O Benfica prepara-se ainda para lançar um fan token, uma espécie de criptoativo que funciona de forma semelhante às criptomoedas.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h49)

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