Ativos investidos pelas seguradoras diminuem 329 mil milhões na Eurozona. Portugal segue compasso

  • ECO Seguros
  • 2 Junho 2022

Primeira vez na zona euro em dois anos, investimento financeiro das seguradoras ficou abaixo dos 9 biliões no 1ºT. Estatística do BCE mostra redução da exposição ao mercado de dívida.

Tradicionalmente posicionados como o mais forte investidor institucional na economia, os seguradores da zona euro totalizavam 8,91 biliões de euros em investimento financeiro no agregado do balanço do setor no primeiro trimestre, registando diminuição no montante de ativos em -329 mil milhões (1T 2022 vs 4T 2021), indicam estatísticas atualizadas do Banco Central Europeu (BCE).

No âmbito da gestão prudencial de riscos que envolvem a atividade e que justificam monitorização trimestral da Supervisão (Painel de Riscos), a variação reflete a perceção de alterações no cenário macroeconómico (onde se incluem as taxas de juro das operações de swap e variações de preços-IHPC), interligações do setor segurador com o mercado (obrigações) e outras classes de risco como crédito, além de outros riscos, os que são específicos do ramo Vida.

Sendo ainda provisórios, os dados da autoridade monetária mostram a dívida pública representar 37% dos ativos totais do setor. Os “títulos de dívida” foram a categoria com declínio absoluto mais significativo (-194 mil milhões) nos primeiros 3 meses do ano. O volume transacionado nesta componente da carteira apresentou um resultado negativo de 6 mil milhões de euros (vendas líquidas).

Assim, a quebra no total do ativo (investido) pelas seguradoras dos 19 países da área euro reflete maioritariamente a variação negativa (-1,0% yoy) na categoria debt securities (títulos de dívida), nomeadamente -1,4% nas emissões de entidades residentes ( -1,7% em obrigações de dívida pública e -1,0% títulos de dívida privada), enquanto a parcela correspondente às emissões de não residentes aumentou 0,5%. O investimento em valores mobiliários cotados (ações) progrediu 3,5% e a participação em fundos de investimento apontou incremento de 5,6%.

Voltando à estrutura da carteira agregada, enquanto a participação em fundos de investimento pesava 30% no final do período, a categoria valores mobiliários (ações) representava 12,2% e os empréstimos (e hipotecas) 7% da carteira de investimento do setor.

No que refere às principais responsabilidades, as provisões técnicas calculadas para as seguradoras da área euro diminuíram 308 mil milhões, face ao termo do último trimestre de 2021, estabelecendo-se agora em 6,64 biliões de euros. As provisões para seguro de Vida representavam 89,7% do total das provisões técnicas, com os produtos Unit Linked (cerca de 1,5 biliões de euros) a representarem 26,1% do total das reservas técnicas do ramo Vida.

Na estatística detalhada por países do euro, o balanço agregado das seguradoras em Portugal – em base provisória e sem ajustar à inflação – apresentava 55 mil milhões de euros de ativos investidos no final do trimestre (a comparar com 56 mil milhões no final de 2021), com os títulos de dívida pública a representarem 33 mil milhões de euros (sem alteração face a 31-12-2021). O boletim do BCE aponta ainda, em relação a Portugal, decréscimo na participação em fundos de investimento (mercado não monetário), de 11 mil milhões no final de dezembro, para cerca de 10 mil milhões no final do 1T de 2022.

Quanto à evolução das responsabilidades, o montante das provisões técnicas calculadas para o setor desceu, de 45 mil milhões (em 31-12-2021), para 44 mil milhões no final do 1T de 2022, traduzindo também variação descendente no montante das reservas do ramo Vida, nomeadamente produtos não ligados, a parte mais significativa do negócio em Portugal (comparativamente aos unit linked).

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